Odebrecht Engenharia pede recuperação judicial, com dívida de US$ 4,6 bilhões

Odebrecht Engenharia pede recuperação judicial com dívida de US$ 4,6 bilhões
Empresa é braço de construção civil da holding Novonor (antiga Odebrecht). O plano de recuperação com o detalhamento das informações será apresentado em até 60 dias. Logo da Odebrecht
Paulo Whitaker / Reuters
A Odebrecht Engenharia e Construção, braço de construção civil da holding Novonor (antigo Grupo Odebrecht), entrou com pedido de recuperação judicial nesta quinta-feira (27).
A dívida da empresa é estimada em US$ 4,6 bilhões, cerca de R$ 25,4 bilhões na atual cotação do dólar. A empresa ressalta o início de uma "etapa formal para a reestruturação de passivos e viabilização de aporte de caixa".
Segundo nota, "a iniciativa visa permitir o equacionamento da dívida e, ao mesmo tempo, incrementa seu fluxo de caixa dentro de um contexto favorável de retomada dos investimentos no setor de infraestrutura e construção pesada, que já se reflete no novo ciclo de crescimento da companhia".
O Plano de Recuperação Judicial com o detalhamento das informações será apresentado em até 60 dias.
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A OEC possui, atualmente, 31 obras ativas, sendo 21 no Brasil e outras 10 no exterior e empregando mais de 15 mil pessoas. A empresa destaca que a recuperação está restrita aos negócios brasileiros.
Lucas Cive, diretor financeiro da OEC, afirma que o foco da recuperação é reestruturar os US$ 4,6 bilhões em passivos financeiros e operacionais, "além de operações antigas dentro do mesmo grupo".
A empresa também negocia um financiamento que pode chegar a R$ 650 milhões, por meio de um mecanismo conhecido como "DIP Financing (debtor-in-possession)" – um aporte de caixa que ocorre no ambiente protegido sob supervisão judicial.
Em nota, a OEC diz que esse financiamento será destinado para:
equacionar o endividamento existente;
reforçar o fluxo de caixa da OEC;
fomentar suas atividades, com a injeção de liquidez para financiar projetos, obter garantias e assegurar capital de giro para viabilizar a conquista de novos projetos.
A companhia também afirma que, tendo em vista negociações prévias que foram feitas com os principais credores da empresa, "a recuperação judicial poderá ser implementada de forma mais célere e controlada, em prazo inferior àquele usualmente necessário em iniciativas desse porte.
Odebrecht e Novonor
A Odebrecht Engenharia e Construção é uma empresa de capital fechado, controlada pela holding Novonor (antigo Grupo Odebrecht). Além da Odebrecht Engenharia e Construção, a Novonor controla empresas como Braskem, Horiens e Nova Infra Invest.
A OEC é, portanto, o braço da Novonor focado em engenharia e construção. A empresa presta serviços nos segmentos de construção civil pesada e de empreendimentos industriais, com atuação em transporte e logística, saneamento, energia, engenharia industrial e desenvolvimento urbano e edificações.
Sediada no Brasil, a Odebrecht Engenharia e Construção atende prioritariamente a quatro mercados: Brasil, Angola, Peru e Estados Unidos.
Em meio à tentativa de reestruturar seus passivos financeiros, o balanço mais recente da companhia trouxe dados não muito animadores.
Em 2023, a OEC teve prejuízo líquido de R$ 741,4 milhões, ante um lucro de R$ 79,1 milhões em 2022. A empresa também registrou prejuízo operacional de R$ 125 milhões no ano passado, contra um lucro de R$ 207,3 milhões em 2022.
À época, a OEC destacou que foi fortemente impactada por fatores como a pandemia de Covid-19 e a necessidade de construir provisões (reserva de recursos para cobrir eventuais perdas financeiras).
Veja a nota da OEC na íntegra
A OEC iniciou hoje etapa formal para reestruturação de passivos e viabilização de aporte de caixa, por meio de recuperação judicial, visando a equalização da sua estrutura de capital. A iniciativa visa permitir o equacionamento da dívida e, ao mesmo tempo, incrementa seu fluxo de caixa dentro de um contexto favorável de retomada dos investimentos no setor de infraestrutura e construção pesada, que já se reflete no novo ciclo de crescimento da companhia.
A reestruturação foi concebida com perímetro restrito ao ambiente Brasil. O processo não afeta a rotina operacional dos contratos em curso ou a execução de novos. Atualmente, a OEC possui 31 obras ativas, sendo 21 no Brasil e 10 no exterior, empregando mais de 15 mil profissionais diretos e indiretos, com uma carteira de projetos assinados de US$ 4,6 bilhões, podendo superar US$ 5 bilhões no presente ano. De 2020 a 2023, a ampliação média anual da carteira de projetos foi de 60%, marca que será superada no exercício atual.
O formato para viabilizar a concessão do crédito por investidor financeiro foi o financiamento na modalidade DIP Financing (debtor-in-possession), um aporte de caixa que ocorre num ambiente protegido sob supervisão judicial. O financiamento em negociação pode chegar a R$ 650 milhões, e será destinado para: (i) equacionar o endividamento existente; (ii) reforçar o fluxo de caixa da OEC; e (iii) fomentar suas atividades, com a injeção de liquidez para financiar projetos, obter garantias e assegurar capital de giro para viabilizar a conquista de novos projetos.
Tendo em vista as negociações prévias com parte expressiva dos principais credores financeiros, a recuperação judicial poderá ser implementada de forma mais célere e controlada, em prazo inferior àquele usualmente necessário em iniciativas desse porte. “O foco central é reestruturar US$ 4,6 Bi em passivos financeiros e operacionais, além de operações antigas dentro do mesmo grupo (intercompany)”, detalha Lucas Cive, CFO da empresa.
“Esta estrutura mostrou-se como a mais apropriada para adequação dos passivos e viabilização de uma captação de novos recursos”, afirma Maurício Cruz Lopes, presidente da OEC. “A iniciativa fortalece a OEC não apenas nos projetos em andamento e na conquista de novos, como também no atendimento a credores e fornecedores”.
A formatação da reestruturação e da parceria para aporte de caixa é resultado de um amplo planejamento construído com a participação de algumas das mais experientes assessorias especializadas, como Lazard, Cleary Gottlieb, E. Munhoz Advogados, RK Partners e Stocche Forbes Advogados.

Governo estuda abrir novo prazo para programa que paga salário mínimo a trabalhadores do RS, diz ministro

Odebrecht Engenharia pede recuperação judicial com dívida de US$ 4,6 bilhões
Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, anunciou que medida está em avaliação após verificar que adesão foi insuficiente; prazo se encerrou nesta quarta-feira (26) O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado
Geraldo Magela/Agência Senado
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse nesta quinta-feira (27) que estuda abrir novamente o prazo para que empresas do Rio Grande do Sul entrem no programa que paga um auxílio a funcionários para evitar demissões no estado.
A medida, lançada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no início do mês, prevê o pagamento de duas parcelas de um salário mínimo (R$ 1.412) cada diretamente ao trabalhador, no caso das empresas gaúchas que aderirem.
Os funcionários contemplados também não podem ser demitidos no prazo de quatro meses. Quando lançou o programa, o governo estimou um gasto de cerca de R$ 1 bilhão.
Governo vai pagar salário mínimo a trabalhadores do Rio Grande do Sul
O prazo se encerrou nesta quarta-feira (26).
“Aparentemente [a adesão] ainda foi insuficiente. As federações, as entidades estão pedindo para a gente prorrogar. É possível que a gente encaminhe o pagamento a quem fez adesão até ontem e postergue para as novas adesões”, afirmou Marinho.
Segundo ele, quem entrar no programa depois também deve ter direito a duas parcelas.
Programa de auxílio
A primeira parcela a ser depositada para trabalhadores formais está prevista para o dia 8 de julho. O nome dado pelo governo é Programa Emergencial de Apoio Financeiro e atende a empresas atingidas pela calamidade nos municípios gaúchos.
A medida inclui estagiários e aprendizes, além de trabalhadores domésticos e pescadores artesanais.
As empresas que aderiram ao programa também não podem reduzir os salários dos funcionários. A previsão é que 430 mil profissionais sejam contemplados pela iniciativa.

Dólar volta a operar em alta e bate R$ 5,53, com juros americanos e falas de Lula no radar; Ibovespa sobe

Odebrecht Engenharia pede recuperação judicial com dívida de US$ 4,6 bilhões
No dia anterior, a moeda norte-americana teve alta de 1,20%, cotada em R$ 5,5188, no maior nível desde janeiro de 2022. Já o principal índice acionário da bolsa encerrou em alta de 0,25%, aos 122.641 pontos. Cédulas de dólar
bearfotos/Freepik
O dólar inverteu o sinal observado pela manhã e voltou a operar em alta nesta quinta-feira (27), com investidores de olho em novos dados da economia norte-americana e segue repercutindo falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Nos Estados Unidos, o número de pedidos semanais por seguro-desemprego veio abaixo das expectativas do mercado, demonstrando uma continuidade da força da economia, o que pode atrasar ainda mais o início do ciclo de corte nos juros no país.
Já no cenário interno, o mercado ainda repercute uma entrevista do presidente Lula na véspera, em que ele disse que não indica o presidente do Banco Central (BC) para o mercado, mas sim para "tomar conta dos interesses do Brasil".
Hoje, Lula afirmou que "quem apostar no fortalecimento do dólar ante o real vai quebrar a cara".
Já o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, opera em alta, puxado pela Petrobras e empresas de papel e celulose.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Às 15h24, o dólar subia 0,17%, cotado a R$ 5,5280. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,5384. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana avançou 1,20%, cotado a R$ 5,5188.
Com o resultado, acumulou:
avanço de 1,43% na semana;
ganho de 5,14% no mês;
alta de 13,73% no ano.

Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,92%, aos 123.766 pontos.
Na véspera, o índice fechou em alta de 0,25%, aos 122.641 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 1,07% na semana;
ganhos de 0,44% no mês;
perdas de 8,60% no ano.

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Os investidores repercutem os pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos, que caíram na semana passada. As solicitações recuaram em 6 mil na semana encerrada em 22 de junho, chegando a 233 mil, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira.
Economistas estão divididos sobre o significado dos resultados: alguns interpretam que os números indicam alta nas demissões, enquanto outros acreditam que se trata de uma repetição da volatilidade observada no mesmo período do ano passado.
Os pedidos de seguro-desemprego são importantes porque indicam sinais sobre a atividade econômica. Os dados podem ser vistos como indícios do aquecimento ou não da economia e, por isso, estão no radar do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).
A taxa básica de juros norte-americana está em seu maior patamar desde 2001, na faixa de 5,25% e 5,50% ano ano. O objetivo do Fed com a taxa elevada é reduzir a inflação do país para perto de 2%, a meta da autoridade monetária.
Juros mais altos nos Estados Unidos tornam os emergentes, como o Brasil, menos atrativos — impactando no real. Assim, os investidores levam investimentos para economias desenvolvidas e o real tende a se desvalorizar ainda mais.
No Brasil, seguem no radar dos investidores as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nesta quinta-feira, Lula afirmou que "quem apostar no fortalecimento do dólar ante o real vai quebrar a cara".
O presidente criticou as perspectivas de investidores e do mercado financeiro sobre uma aposta no enfraquecimento do real e em uma piora da economia brasileira.
"Quem estiver apostando em derivativo vai perder dinheiro nesse país. As pessoas não podem ficar apostando no fortalecimento do dólar e no enfraquecimento do real", declarou.
"Eu já vi isso em 2008. Quem não lembra a quantidade de empresa que quebrou? Quem não lembra o que aconteceu com a Sadia, a Aracruz? As pessoas achavam que era importante ganhar dinheiro apostando no fortalecimento do dólar e quebraram a cara. E vão quebrar outra vez", seguiu Lula.
Ontem, Lula criticou a condução dos juros por parte do Banco Central (BC) em entrevista ao portal "Uol". Esse é um tema sensível para o mercado, que aguarda saber quem será o sucessor de Roberto Campos Neto na cadeira da presidente da instituição no ano que vem.
Sobre Gabriel Galípolo, diretor do BC indicado por seu governo e um dos mais cotados para a posição, Lula disse que "é um companheiro altamente preparado, conhece sistema financeiro. Mas ainda não estou pensando na questão do Banco Central."
"Eu não indico presidente do Banco Central para o mercado. Ele vai ter que tomar conta dos interesses do Brasil. Mercado tem que se adaptar a isso", argumentou Lula.
O presidente também abordou as contas públicas, e disse que o governo está fazendo uma análise dos cortes de gastos que podem ajudar a equilibrar as contas.
Lula disse garantir que não tomará medidas que mexam em salário mínimo e em benefícios sociais — por exemplo, desobrigando a correção desses valores pela inflação do período. "Garanto, salário mínimo não será mexido enquanto eu for presidente da República", disse.
Também nesta quinta-feira, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que não vê motivos, neste momento, para que a autoridade monetária atue para tentar conter a alta do dólar e evitar o chamado "contágio inflacionário" que a disparada da moeda norte-americana pode causar.
O entendimento de economistas é de que o dólar alto tende a pressionar a inflação no Brasil pois, os produtos importados ficam mais caros, e isso normalmente é repassado aos consumidores.
Campos Neto explicou que o Banco Central acredita no princípio da separação entre a definição da taxa de juros, que busca conter a inflação, e as chamadas "medidas macroprudenciais", ou seja, voltadas ao bom funcionamento dos mercados — que é o caso de eventuais atuações cambiais.
"O câmbio é flutuante [a cotação varia de acordo com a demanda e a oferta pela moeda] e intervenção tem de ser por conta de disfuncionalidade pontual [como a ausência de moeda, em um momento em que as instituições a procuram]. Não fazemos intervenção visando algum tipo de nível [da taxa de câmbio]", afirmou Campos Neto.
O Banco Central também anunciou nesta quinta, em seu relatório de inflação do segundo trimestre, que elevou de 1,9% para 2,3% sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
"A revisão foi bastante afetada por surpresas positivas no primeiro trimestre, notadamente em impostos, nos componentes mais cíclicos da oferta, no consumo das famílias e na Formação Bruta de Capital Fixo (taxa de investimentos)'", informou o Banco Central.

Criação de empregos formais soma 131,8 mil em maio, com queda de 15%

Dados foram divulgados pelo Ministério do Trabalho. Nos cinco primeiros meses deste ano, 1,09 milhão vagas com carteira assinada foram criadas, aumento de 24,5% em relação ao mesmo período em 2023. A economia brasileira gerou 131,81 mil empregos formais em maio deste ano, informou nesta quinta-feira (27) o Ministério do Trabalho e Emprego.
Ao todo, segundo o governo federal, foram registradas em maio:
2,11 milhões de contratações;
1,98 milhões de demissões.
O resultado representa queda de 15,3% em relação a maio do ano passado, quando foram criados cerca de 155,7 mil empregos com carteira assinada.
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse que o resultado foi influenciado pela calamidade climática no Rio Grande do Sul. O estado foi o único que registrou fechamento de vagas.
Foram 22.180 postos de trabalho encerrados no mês passado, quando as enchentes provocaram uma tragédia na região.
Marinho afirmou que, sem esse desastre, o dado de maio seria equivalente ao resultado do ano passado.
“A tendência é a economia voltar a girar no estado e voltar a ter números positivos em agosto”, previu o ministro.
Maio também foi o primeiro mês deste ano, na comparação com igual período do ano passado, com recuo na abertura de vagas formais.
Segundo o Ministério do Trabalho, a geração de vagas com carteira assinada é a pior, para meses de maio desde o ano 2020.
Veja os resultados para os meses de maio:
2020: 398 mil vagas fechadas
2021: 266 mil empregos criados
2022: 277 mil vagas abertas
A comparação dos números com anos anteriores a 2020, segundo analistas, não é mais adequada, porque o governo mudou a metodologia.
Parcial do ano
De acordo com o Ministério do Trabalho, 1,09 milhão empregos formais foram criados no país nos cinco primeiros meses deste ano.
O número representa alta de 24,5% na comparação com o mesmo período de 2023, quando foram criadas 874,3 mil vagas com carteira assinada.
O resultado também foi o maior registrado para esse período desde o início da série histórica do novo Caged, em 2022 – quando foram abertas 1,1 milhão de vagas formais.
Marinho disse que a estimativa é encerrar o ano em cerca de 2 milhões de empregos gerados. “Previsão é muito difícil de fazer. […] Podemos dizer que os 2 milhões garantidos para esse ano”, afirmou o ministro.
Ao fim de maio de 2024, ainda conforme os dados oficiais, o Brasil tinha saldo de 46,6 milhões de empregos com carteira assinada.
O resultado representa aumento na comparação com abril deste ano (45,47 milhões) e com maio de 2023 (44,93 milhões).
Setores
Os números do Caged de maio de 2024 mostram que foram criados empregos formais nos cinco setores da economia. O maior número absoluto foi no setor de serviços.
Regiões do país
Os dados também revelam que foram abertas vagas em quatro das cinco regiões do país no mês passado.
Caged x Pnad
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados consideram os trabalhadores com carteira assinada, ou seja, não incluem os informais.
Com isso, os resultados não são comparáveis com os números do desemprego divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad).
Os números do Caged são coletados das empresas e abarcam o setor privado com carteira assinada, enquanto que os dados da Pnad são obtidos por meio de pesquisa domiciliar e abrangem também o setor informal da economia.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil encerrou o trimestre terminado em abril com taxa de desemprego em 7,5%. Trata-se do melhor resultado para este trimestre móvel desde 2014 (7,2%) e vem abaixo das projeções do mercado financeiro (7,8%).

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A Odebrecht Engenharia e Construção entrou em recuperação judicial, em uma "etapa formal para a reestruturação de passivos e viabilização de aporte de caixa", informou a companhia nesta quinta-feira (27).
A dívida da empresa é estimada em US$ 4,6 bilhões, cerca de R$ 25,4 bilhões na atual cotação do dólar.
Segundo nota, "a iniciativa visa permitir o equacionamento da dívida e, ao mesmo tempo, incrementa seu fluxo de caixa dentro de um contexto favorável de retomada dos investimentos no setor de infraestrutura e construção pesada, que já se reflete no novo ciclo de crescimento da companhia".
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Lucas Cive, diretor financeiro da OEC, afirma que o foco da recuperação é reestruturas os US$ 4,6 bilhões em passivos financeiros e operacionais, "além de operações antigas dentro do mesmo grupo".
A empresa também negocia um financiamento que pode chegar a R$ 650 milhões, por meio de um mecanismo conhecido como "DIP Financing (debtor-in-possession)" – um aporte de caixa que ocorre no ambiente protegido sob supervisão judicial.
Em nota, a OEC diz que esse financiamento será destinado para:
equacionar o endividamento existente;
reforçar o fluxo de caixa da OEC;
fomentar suas atividades, com a injeção de liquidez para financiar projetos, obter garantias e assegurar capital de giro para viabilizar a conquista de novos projetos.
A companhia também afirma que, tendo em vista negociações prévias que foram feitas com os principais credores da empresa, "a recuperação judicial poderá ser implementada de forma mais célere e controlada, em prazo inferior àquele usualmente necessário em iniciativas desse porte.
Veja a nota da OEC na íntegra
A OEC iniciou hoje etapa formal para reestruturação de passivos e viabilização de aporte de caixa, por meio de recuperação judicial, visando a equalização da sua estrutura de capital. A iniciativa visa permitir o equacionamento da dívida e, ao mesmo tempo, incrementa seu fluxo de caixa dentro de um contexto favorável de retomada dos investimentos no setor de infraestrutura e construção pesada, que já se reflete no novo ciclo de crescimento da companhia.
A reestruturação foi concebida com perímetro restrito ao ambiente Brasil. O processo não afeta a rotina operacional dos contratos em curso ou a execução de novos. Atualmente, a OEC possui 31 obras ativas, sendo 21 no Brasil e 10 no exterior, empregando mais de 15 mil profissionais diretos e indiretos, com uma carteira de projetos assinados de US$ 4,6 bilhões, podendo superar US$ 5 bilhões no presente ano. De 2020 a 2023, a ampliação média anual da carteira de projetos foi de 60%, marca que será superada no exercício atual.
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Tendo em vista as negociações prévias com parte expressiva dos principais credores financeiros, a recuperação judicial poderá ser implementada de forma mais célere e controlada, em prazo inferior àquele usualmente necessário em iniciativas desse porte. “O foco central é reestruturar US$ 4,6 Bi em passivos financeiros e operacionais, além de operações antigas dentro do mesmo grupo (intercompany)”, detalha Lucas Cive, CFO da empresa.
“Esta estrutura mostrou-se como a mais apropriada para adequação dos passivos e viabilização de uma captação de novos recursos”, afirma Maurício Cruz Lopes, presidente da OEC. “A iniciativa fortalece a OEC não apenas nos projetos em andamento e na conquista de novos, como também no atendimento a credores e fornecedores”.
A formatação da reestruturação e da parceria para aporte de caixa é resultado de um amplo planejamento construído com a participação de algumas das mais experientes assessorias especializadas, como Lazard, Cleary Gottlieb, E. Munhoz Advogados, RK Partners e Stocche Forbes Advogados.