WhatsApp sem áudio e figurinhas: aplicativo tem instabilidade nesta quinta-feira

Lula encomendou ‘redesenho’ dos gastos públicos sem ‘prejudicar população mais pobre’, diz Haddad
Site que monitora falhas em aplicativos registrou alta de reclamações sobre o WhatsApp por volta das 13h10 (horário de Brasília). Blog mostra o que fazer caso o WhatsApp não consiga receber e enviar informações pelo Wi-Fi.
REUTERS/Thomas White
Usuários do WhatsApp estão enfrentando dificuldades para enviar mídias como áudios, figurinhas, fotos e vídeos no aplicativo, nesta quinta-feira (27). Os relatos indicam que o aplicativo só funciona para enviar mensagens de texto.
A Meta, dona do WhatsApp, afirmou que está tentando corrigir a falha no aplicativo.
"Estamos cientes de problemas com o envio de mídias e estamos trabalhando para resolver o mais rápido possível", disse a empresa, em nota ao g1.
O site Downdetector, que monitora falhas em aplicativos, registrou alta de reclamações por volta das 13h10 (horário de Brasília).
A maioria dos comentários no site também está ligada ao envio de mensagens. Os usuários afirmam que há uma falha parcial no envio de mídias, como áudios e arquivos.
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Reclamações sobre WhatsApp no Downdetector nesta quinta-feira (27)
Reprodução
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Infestação de lagartas destrói pastos e propriedades rurais viram ‘cemitérios’ de bois que morrem de fome em Roraima

Lula encomendou ‘redesenho’ dos gastos públicos sem ‘prejudicar população mais pobre’, diz Haddad
Prejuízos com mortes de 7 mil bois e de pasto devastado por lagartas somam R$ 63 milhões, conforme estimativa do governo até esta terça-feira (25). Desequilíbrio ambiental é causado, principalmente, pelo El Niño extremo registrado nos últimos meses. Ao menos 7 mil bois já morreram em Roraima por falta de pasto
Caíque Rodrigues/g1 RR
O verde nos campos das propriedades rurais pode até dar a impressão de que está tudo bem, mas não se engane — o pasto que alimenta o gado está escasso. O resultado é também a morte de mais de 7 mil bovinos que, enfraquecidos, padeceram de fome. Em 10 dos 15 municípios de Roraima, ervas daninhas conhecidas como mata-pasto tomaram conta da vegetação e atraem pragas como lagartas.
A estimativa é que ao menos 50 mil hectares de pasto em 840 propriedades de Roraima tenham sido devastados desde o início de maio, há ao menos 40 dias. O prejuízo, até agora, é de R$ 63 milhões em perdas, entre gado e capim morto, conforme estimativa do governo, mas pode ser ainda maior porque equipes ainda estão em campo avaliando os estragos.
Diante da situação, com um número crescente de gado que morre a cada dia, o governo decretou situação de emergência no estado. A ideia é oferecer apoio financeiro a produtores rurais dos municípios de Amajari, Alto Alegre, Bonfim, Cantá, Caracaraí, Iracema, Mucajaí, Pacaraima, Normandia e Uiramutã, as regiões mais afetadas pelo problema.
Especialistas ouvidos pelo g1 classificam o cenário como desequilíbrio ambiental causado pelo El Niño intenso. Entre os fatores estão:
🍂 Estiagem e seca histórica que Roraima enfrentou nos meses de janeiro, fevereiro e março, que destruiu ou enfraqueceu o pasto;
🐛 Ausência de predadores para cessar a infestação das lagartas logo no início do período chuvoso, em abril.
De acordo com o engenheiro agrônomo e pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Daniel Schurt, são várias espécies de lagarta que estão causando estragos nos pastos, mas as mais preocupantes são a infestação de lagarta-do-cartucho-do-milho (Spodoptera frugiperda) e o curuquerê-dos-capinzais (Mocis latipes).
Schurt explica que a relação entre a infestação e o período de estiagem está na diminuição da população de predadores naturais destes insetos — o que causou um crescimento desenfreado no número de lagartas. Ele explica a relação entre o surto de lagartas e o desequilíbrio ambiental e o fenômeno El Niño:
Esse fenômeno causa um período muito seco, resultando no desequilíbrio da natureza. A seca pode reduzir a população de inimigos naturais das pragas, como sapos, insetos predadores, pássaros e morcegos. Esse desequilíbrio facilita a proliferação rápida e agressiva das lagartas, que causam danos significativos nas pastagens e plantações"
A infestação de lagartas tem impactado também plantações agrícolas de milho, mandioca, feijão, além de hortaliças em propriedades rurais e também comunidades indígenas, como a região de Willimon, no município de Uiramutã. Lá, há registros de roças inteiras devastas por lagartas.
"Estamos tendo prejuízos, mas temos como recuperar sementes tradicionais para estar propagando e distribuindo para as comunidades indígenas [afetadas pelo problema]. Quanto ao prejuízo, à falta de alimentação, não há problema porque as comunidades ainda tem alternativa de aumentar a alimentação natural", explica o agrônomo do Departamento Ambiental do Conselho Indígena de Roraima, Renan Macuxi.
🔎Contexto: Roraima enfrentou o período seco de outubro até abril. À época, o estado liderou o número de focos de calor do país em 2024, com recorde em fevereiro. Sem chuvas, rios secaram, entre eles o Rio Branco, principal do estado. Houve ocorrências de incêndios florestais que consumiram casas, animais, a vegetação, e espalhou fumaça poluída pelo ar.
Rebanho de mais de 6 mil bois morre por falta de pasto após estiagem em Roraima
Espécie de curuquerê-dos-capinzais (Mocis latipes), lagarta que está infestando os pastos em Roraima
Caíque Rodrigues/g1 RR
Reflexos do desequilíbrio ambiental
O g1 esteve em dois locais que foram severamente afetados pela morte de rebanhos em fazendas por falta de comida: as vilas Samaúma e a Apiaú, município de Mucajaí, no Sul de Roraima. Na região, produtores perderam grande parte do gado. Emocionados, eles relataram o clima de desespero, apreensão e medo.
Mucajaí é o município mais atingido pelo desequilíbrio ambiental da infestação de lagartas e mata-pasto. O governo estima mais de 30 mil hectares de pasto devastados em 506 propriedades, além de 4.833 animais mortos só na região. Iracema aparece em seguida, com 12 mil hectares.
Historicamente, a criação do estado de Roraima se entrelaça com a da pecuária e, consequentemente, com os impactos ambientais que a atividade engloba, como o desmatamento. No entanto, desta vez, especialistas afirmam que ainda é prematuro associar o desequilíbrio ambiental das lagartas e mortes dos bois com a supressão de vegetação. Até agora, a principal relação é com o El Niño intenso dos últimos meses.
“Não há qualquer estudo que relacione o aumento populacional das lagartas com o desmatamento na Amazônia. As pesquisas mostram uma relação com as queimadas que aconteceram no período seco e com o El Niño intenso enfrentado em Roraima no início do ano”, frisa o pesquisador na Embrapa, Cirano Melville.
Agricultor Domingos Pereira da Silva, de 57 anos, ajudando bezerro fraco de fome a levantar em meio ao mato que cresce no lugar do capim em Roraima
Caíque Rodrigues/g1 RR
🔎 Para se ter ideia, a cadeia da devastação ocorre desta forma: com o início do período chuvoso, o capim começou a brotar novamente e ganhar vida. No entanto, neste mesmo período, surgiram as lagartas e os percevejos que atacaram os brotos que se tornariam alimento para gado. Com isso, o capim não nasceu – e ainda foi impactado pela ação voraz do mata-pasto.
Foi neste cenário que o pecuarista Joaquim Simão Costa, de 55 anos, se viu obrigado a buscar pasto em outras regiões. Para fugir da fome, ele levou o rebanho a pé para uma fazenda alugada de um amigo na região do Truarú, em Boa Vista, distante quase 113 Km da Sumaúma, onde vive, numa viagem de aproximadamente 10 dias.
'O gado foi caindo e morrendo de fome'
No trajeto, muitos animais de Joaquim morreram e foram deixados na estrada, outros tiveram a carcaça arrastada pelo caminho. Vídeos mostram ele levando o rebanho pelas ruas para fugir da fome.
Na vila Samaúma, o cenário é de tristeza. Urubus sobrevoam por todas as partes nas ruas e nas estradas. Carcaças de bois e vacas mortos são vistas com facilidade nas margens das vias. As áreas de pastos se tornaram cemitérios dos animais que antes eram o sustento de famílias rurais.
Carcaça de boi em fazenda na Vila Samaúma, no município de Mucajaí, Sul de Roraima
Caíque Rodrigues/g1 RR
Antes da praga da lagarta, Joaquim tinha um rebanho com 1.300 cabeças de gado, mas 150 bois morreram durante o período de um mês, um prejuízo que pode ultrapassar os R$ 500 mil. Por isso, a solução encontrada foi levar o gado para outro pasto distante dali.
No caminho, com o rebanho fraco e com fome, animais morrem e são abandonados . Rastros de sangue de cascos machucados são deixados na estrada. Tudo isso deixa Joaquim emocionado.
Passar pela situação é um "pesadelo" para ele, mas não há outra solução a não ser levar o gado para outro lugar que não esteja infestado por lagarta.
"É muito triste ver essa situação. Estamos enfrentando uma dificuldade enorme, muita tristeza. A situação está muito feia e difícil. Moro aqui há 40 anos. Nunca tivemos um fenômeno tão desesperador. Está muito difícil, nunca tinha visto algo assim. Fomos pegos de surpresa."
"Em dez dias o gado foi morrendo de fome na estrada, debilitado, caindo e ficando para trás. É uma tristeza imensa, muito difícil", contou o pecuarista ao g1.
Pecuarista Joaquim Simão Costa, 55 anos, precisou levar a sua criação de gado a pé para outro município por falta de pasto em Roraima
Caíque Rodrigues/g1 RR
Durante o trajeto até o Truarú, os cuidadores do gado precisam enfrentar sol, chuva, vias alagadas, asfalto quente, o que machuca os cascos dos bovinos. Tudo isso tem um efeito desesperador na vida do pecuarista. Ele calcula que só vai conseguir recuperar o prejuízo daqui a 10 anos, isso se redobrar o trabalho com a criação.
"A perda material, em termos financeiros, é grande, mas a maior tristeza é ver os animais caindo, debilitados, com fome. Isso me dói muito o coração. É muito triste ver o animal sem alimento, caindo de fraqueza. É desesperador".
Lagartas destroem plantação de macaxeira na região das Serras, em Uiramutã
CIR/Divulgação
Joaquim afirma ainda que o prejuízo causado pela praga da lagarta só será sanado com incentivos do governo, porque ele não tem recursos próprios para investir na solução do problema.
"Minha fazenda está toda degradada, só tem mato, e não tem dinheiro para fazer nada agora. A situação está muito difícil. O pasto não serve para alimentar o rebanho. Só tem mato ruim, não presta", desabafou o produtor rural.
Com o decreto de emergência, o governo também criou o Programa Emergencial de Apoio à Pecuária Familiar, medida que prevê a contratação temporária de pessoas, dispensa de licitação para aquisição de bens e serviços essenciais, além da convocação de voluntários para reforçar as ações de resposta ao desastre.
Para o combate às pragas e recuperação do pasto nas propriedades, o governo, por meio da Agência Desenvolve, anunciou o o repasse de R$ 1.750 aos produtores rurais. O valor será concedido por meio do programa Desenvolve Roraima. O teto máximo que cada produtor deve receber é de 5 hectares, o equivalente R$ 8.750.
Fazendas viram cemitério de bois no município de Mucajaí, Norte de Roraima
Caíque Rodrigues/g1 RR
Em geral, a fase mais crítica da praga é a da lagarta, o que dura de 14 a 22 dias. É neste período de larva que ela "come tudo", conforme explica o doutor em entomologia agrícola pela Universidade Estadual de São Paulo (Uesp) e pesquisador na Embrapa, Cirano Melville.
"A fase mais crítica, considerada praga, é a fase de lagarta. Especificamente o quinto estágio de desenvolvimento, onde o inseto se alimenta mais intensamente, consumindo 80% de seu alimento total", explicou ao g1.
De acordo com ele, estes insetos possuem quatro fases: fase do ovo (5 dias), lagarta (14 e 22 dias), pupa ou casulo (10 a 11 dias) e a fase adulta, a mariposa (10 a 12 dias), onde o inseto se reproduz e só se alimenta de néctar de flores.
Curuquerê-dos-capinzais (Mocis latipes) é a fase larval de mariposa e se alimenta de todo tipo de vegetação
Caíque Rodrigues/g1 RR
'Hoje choro pelos meus animais e pela minha vida'
O agricultor Pedro Vieira, de 75 anos, cria gado há 25 anos na vila Samaúma. De repente, viu seu rebanho de 400 cabeças de vaca que enchiam o curral se reduzir a apenas 7.
Ao todo, 38 vacas da criação de Pedro morreram de fome. O restante, fraco e magro, ele vendeu por um valor abaixo do mercado para não amargar um prejuízo ainda maior. Ela conta que vendeu o rebanho por R$ 3,50, enquanto o preço ideal seria R$ 5 o quilo.
Pecuarista Pedro Vieira, de 73 anos, se emociona ao ver o curral vazio em Roraima
Caíque Rodrigues/g1 RR
Com lágrimas nos olhos, Pedro não conseguiu esconder a emoção em ver o curral completamente vazio e o campo onde costumava ter o alimento para o rebanho coberto por mata-pasto.
"Primeiro foi a seca. Depois veio a lagarta que matou tudo de cabo a rabo. Hoje, se você andar dentro da minha propriedade, não verá um pé de capim. Com isso, fui obrigado a tirar meus animais. Os que não foram vendidos morreram – 38 cabeças de gado morreram de fome aqui."
"Minhas vacas eram meu lazer, e hoje eu choro ao ver tudo destruído. Muitos amigos também estão chorando ao verem seus currais vazios. Hoje choro pelos meus animais e pela minha vida. Tenho fé em Deus que Ele nos ajudará, porque não é fácil, aos 73 anos, começar tudo de novo. Passei a vida inteira lutando para ter o que tinha, e agora foi tudo destruído", contou, emocionado, o produtor rural ao g1.
Pedro Vieira, de 73 anos, mostra pasto infestado por erva daninha conhecida como mata-pasto em Roraima
Caíque Rodrigues/g1 RR
As ervas daninhas, como a mata-pasto, são problemas comuns enfrentados no início do período de chuva por não servirem de alimento para o gado — que ignora esse tipo de vegetação. De acordo com Daniel Schurt, o ideal é apostar na "rotação de cultura".
"A competição entre pastagens e plantas daninhas é desvantajosa para as pastagens, e o gado não consome essas ervas daninhas. Uma alternativa é a rotação de culturas, integrando lavoura e pecuária, e o uso de insumos como calcário e fertilizantes. Também é possível utilizar herbicidas seletivos que eliminam as plantas indesejadas sem afetar a pastagem", explicou o pesquisador.
Assim como o gado, a lagarta "prefere não comer" essas ervas por conterem substancias que podem ser tóxicas para o desenvolvimento delas. Além disso, o mata-pasto tem a capacidade de se adaptar à adversidades maior do que o pasto plantado.
"Lagartas escolhem as plantas que elas preferem e geralmente comem folhas novas, que são mais macias, como o pasto plantado pelos produtores", explicou o pesquisador.
Mata-pasto é um tipo de erva daninha que não serve de alimento para bois
Caíque Rodrigues/g1 RR
'Não consigo dormir pensando no que pode acontecer no dia seguinte'
A situação não é diferente na vila Apiaú, também em Mucajaí. Na vicinal 12, o produtor rural Domingos Pereira da Silva, 57 anos, tem uma propriedade há 26 anos. Hoje, ele vê a sua criação de gado morrer junto com o pasto. Em desespero, não consegue ver maneiras de driblar a situação.
Domingos Pereira da Silva, 57 anos, viu o número de cabeças de gado reduzir drasticamente após a infestação de lagartas em sua fazenda em Roraima
Caíque Rodrigues/g1 RR
Ao todo, Domingos tinha 110 cabeças de gado. Agora, são 43. Mais da metade morreu de fome. O resultado disso é um prejuízo que pode ultrapassar os R$ 300 mil que pode ser visto por toda a propriedade — com carcaças e urubus dividindo espaço com as lagartas na fazenda.
O gado que restou, de acordo com ele, está fraco e com fome: "se cair ou deitar, não levanta mais".
"Os gastos com medicamentos e ração estão altos, e nem consigo comprar um saco de sal. A lagarta destruiu o capim. Mudamos o gado de piquete [espaço no pasto], mas a lagarta atacou novamente e não tinha mais pasto. Tive que liberar o gado para a mata, onde muitos morreram por falta de comida. O gado era bom, mas com a falta de capim, ficou magro", conta o produtor com os olhos marejados.
Para ele, a única forma do gado recuperar a força é com o pasto crescendo de volta e com a população de lagartas diminuindo, já que não tem condições financeiras de comprar rações para todo o rebanho.
"O gado é minha principal fonte de renda, pois o que minha esposa recebe é o benefício do governo, como Bolsa Família. Eu trabalho na fazenda do vizinho três vezes por semana, mas o salário de R$ 600 por mês não é suficiente. Perder o gado seria a pior coisa da minha vida", confessa ao g1.
Emocionado, o produtor rural Domingos Pereira da Silva, de 57 anos, mostra boi que morreu de fome pela perda do pasto com a infestação de lagartas na propriedade em Roraima
Caíque Rodrigues/g1 RR
O produtor mostra, emocionado, um dos seus bois que morreram de fome próximo à casa em que ele mora com a esposa. Com tristeza, não teve condições de tirar a carcaça do animal que morreu há pouco mais de quatro dias.
"É triste, porque é o nosso sustento. Não consigo dormir pensando no que pode acontecer no dia seguinte. Todos os dias, vejo os animais morrerem, alguns caindo em buracos por estarem fracos".
Capacitação e prevenção
Para Daniel Schurt a solução para problemas como pragas e falta de pasto está na preparação aos desastres ambientais e na prevenção. O pesquisador recomenda que seja ofertado aos produtores capacitações que os preparem para adversidades como secas, cheias e pragas.
"É importante que os agricultores e pecuaristas estejam preparados para essas situações. Recomendamos que se capacitem, busquem informações nos órgãos de pesquisa e extensão, diversifiquem as pastagens, façam rotação de culturas e análises de solo, e conheçam as alternativas de controle, incluindo o uso de inseticidas e o monitoramento constante das pragas".
Bezerro magro e fraco por não ter o que comer em Roraima
Caíque Rodrigues/g1 RR
"Para um controle eficaz, é crucial agir no início da infestação. Quando a praga está instalada e a população é alta, o controle se torna muito difícil. Portanto, é necessário que o agricultor conheça bem as pragas e sua pastagem, e utilize ferramentas adequadas para minimizar os danos causados pelos insetos", disse o pesquisador.
Lagarta-do-cartucho-do-milho (Spodoptera frugiperda), estudada por pesquisadores da Embrapa em Roraima
Caíque Rodrigues/g1 RR

Para conseguir o benefício financeiro criado pelo governo, o produtor rural deve ter o diagnóstico do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Iater) que comprove o prejuízo. O estado pode comprar os insumos e fornecer diretamente ao produtor ou ele pode receber o dinheiro e no banco e compra na loja de preferência apresentando o cupom fiscal.
Ervas daninhas crescem e atraem lagartas que matam pasto em Roraima
Caíque Rodrigues/g1 RR
Leia outras notícias do estado no g1 Roraima.

Quem é Miguel Gutierrez, ex-CEO procurado pela PF por fraudes contábeis na Americanas

Lula encomendou ‘redesenho’ dos gastos públicos sem ‘prejudicar população mais pobre’, diz Haddad
Alvo da Operação Disclosure, começou sua carreira na Americanas em 1993 e passou quase 20 anos como presidente. Desde a revelação do escândalo, ele mora na Espanha e terá seu nome colocado na lista dos mais procurados do mundo da Interpol. Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas
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O ex-CEO da varejista Americanas, Miguel Gutierrez é considerado foragido pela Polícia Federal (PF), e terá seu nome colocado na lista dos mais procurados do mundo da Interpol.
Ele teve sua prisão preventiva determinada pela polícia em meio às investigações por fraude contábil de mais de R$ 25 bilhões na empresa, que resultou em uma recuperação judicial de R$ 50 bilhões, a maior do Brasil na atualidade.
Além dele, a PF pediu a prisão de Anna Christina Ramos Saicali, uma das ex-diretoras da Americanas na gestão de Gutierrez. Ela também é considerada foragida.
Agentes da PF cumpriram 14 mandatos de busca e apreensão contra ex-executivos da companhia na Operação Disclosure. Segundo o blog da Camila Bomfim, dois funcionários da Americanas fecharam delação e entregaram todo o esquema. (veja a lista de investigados abaixo)
Segundo a investigação, os resultados financeiros da Americanas foram maquiados para demonstrar um falso aumento de caixa que valorizava artificialmente as ações da companhia na bolsa de valores brasileira, a B3. (entenda o esquema adiante)
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Quem é Miguel Gutierrez
Bastante discreto, Miguel Gutierrez vive na Espanha desde que o escândalo da Americanas estourou, em janeiro de 2023. O ex-executivo nasceu em 1961, é brasileiro com dupla cidadania espanhola.
Gutierrez se formou em engenharia mecânica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em economia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Também fez um programa de formação de lideranças nos Estados Unidos.
Começou sua carreira na Americanas em 1993, quando a companhia ainda era presidida por Carlos Alberto Sicupira, um dos acionistas de referência da empresa e parte do notório trio de bilionários, ao lado de Jorge Paulo Lemann e Marcel Herrmann Telles.
Ao longo de três décadas na companhia, passou por diversos setores e logo agradou aos bilionários, pois era focado em estratégias para corte de custos nas operações, segundo apuração da Bloomberg.
Gutierrez assumiu a presidência da Americanas 10 anos após seu ingresso na empresa, onde ficou até dezembro de 2022. Saiu porque renunciou ao cargo. Nestes 20 anos de comando, Gutierrez fez raras aparições públicas.
No seu lugar, entrou Sergio Rial, que havia feito carreira no banco Santander. O executivo ficou no cargo por apenas nove dias, e pediu demissão após identificar as fraudes contáveis nos balanços corporativos do grupo.
Ex-executivos do grupo Americanas são alvo de operação da PF
Outros investigados
Além de Miguel e Anna, outros doze executivos Americanas são alvos de busca da operação:
Anna Christina da Silva Sotero
Carlos Eduardo Rosalba Padilha
Fabien Pereira Picavet
Fábio da Silva Abrate
Jean Pierre Lessa e Santos Ferreira
João Guerra Duarte Neto
José Timotheo de Barros
Luiz Augusto Saraiva Henriques
Marcio Cruz Meirelles
Maria Christina Ferreira do Nascimento
Murilo dos Santos Correa
Raoni Lapagesse Franco Fabiano
A força-tarefa contou com procuradores do Ministério Público Federal (MPF) e representantes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A atual administração do Grupo Americanas também contribuiu com o compartilhamento de informações da empresa.
Disclosure, expressão utilizada pela Polícia Federal para designar a operação, é um termo do mercado de capitais referente ao fornecimento de informações para todos os interessados na situação de uma companhia e tem relação com a necessidade de transparência das empresas de capital aberto.
Como foi a fraude da Americanas
De acordo com a PF, a maquiagem dos números foi detectada, até agora, em operações de risco sacado e verba de propaganda cooperada (VPC).
▶️ Risco sacado é uma operação muito comum entre companhias, principalmente do setor de varejo. O analista de investimentos Vitor Miziara explica que essa prática consiste em repassar dívidas com fornecedores para bancos, fundos ou outras instituições financeiras.
"Quando você tem uma dívida com um fornecedor, no risco sacado, você repassa essa dívida para uma instituição financeira, que vai pagar direto para o fornecedor, e então você fica devendo para a instituição para liberar créditos novos com o fornecedor. Aí a instituição alonga o prazo dessa dívida e você paga o valor em mais tempo", explica o analista.
No entanto, no caso da Americanas, as dívidas que eram repassadas por meio do risco sacado eram retiradas do balanço corporativo da empresa. Ou seja, as acusações são de que os executivos retiravam o valor das dívidas com fornecedores, como se elas já tivessem sido pagas, mas não sinalizavam que a dívida agora era com uma instituição financeira.
"Em vez de somar uma dívida aos valores devidos aos bancos na contabilidade, a empresa apenas subtraia do que era devido aos fornecedores, como se a dívida já tivesse sido completamente resolvida", comenta Miziara.
▶️As verbas de propaganda cooperada (VPCs) são incentivos comerciais comuns no varejo. Nele, a empresa varejista faz propagandas oferecendo os produtos de seus fornecedores, que resultam em um desconto do valor que é devido pela companhia quando são vendidos.
Porém, a investigação da PF aponta que eram contabilizadas nos balanços da empresa as VPCs que nunca existiram ou que tiveram seus valores inflados.
Com os números manipulados e fraudulentos, os executivos recebiam altos bônus por um desempenho que era falso, além de conseguir lucros na venda das ações.
A PF identificou os crimes de manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, associação criminosa e lavagem de dinheiro, o que pode gerar uma pena de até 26 anos de prisão, caso os investigados sejam condenados.
Relembre o caso Americanas
A gigante varejista Americanas informou um rombo contábil bilionário no dia 11 de janeiro de 2023. Naquele momento, a companhia disse que havia identificado "inconsistências em lançamentos contábeis" nos balanços corporativos no valor de quase R$ 20 bilhões.
Sergio Rial, então presidente da empresa e quem assumiu após a saída de Miguel, decidiu deixar o comando do negócio após apenas nove dias no comando.
Os investidores — pessoa física e institucionais — iniciaram uma corrida para se desfazer dos papéis. Isso fez com que as ações da companhia despencassem quase 80% em um único dia, e a fuga continuou nos pregões seguintes.
Em uma conferência após sua demissão, Rial disse "a primeira grande conclusão é que não estamos falando de um número que está fora do balanço. Só que ele não está registrado de forma apropriada ao longo dos últimos anos", disse.
No dia 19 de janeiro, a Americanas pediu a recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro e teve suas ações retiradas da B3. A primeira versão do plano de recuperação foi apresentada em março, mas a empresa só teve um plano aprovado no último dia 19 de dezembro, exatamente 11 meses depois.
A dívida final apresentada no plano foi de mais de R$ 50 bilhões, sendo uma dívida trabalhista de R$ 82,9 milhões e uma fraude de resultado de R$ 25,2 bilhões ao final de 2022.
O processo de recuperação envolverá um aporte de R$ 12 bilhões dos "acionistas de referência" — o trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Herrmann Telles — e a venda de ativos, inicialmente o Hortifruti Natural da Terra e a Uni.Co (empresa de franquias das marcas Imaginarium e Puket).

Aplicativo transforma experiência com cuidados médicos nos EUA

Lula encomendou ‘redesenho’ dos gastos públicos sem ‘prejudicar população mais pobre’, diz Haddad
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Fácil acesso
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Lula encomendou ‘redesenho’ dos gastos públicos sem ‘prejudicar população mais pobre’, diz Haddad

Lula encomendou ‘redesenho’ dos gastos públicos sem ‘prejudicar população mais pobre’, diz Haddad
No Palácio do Planalto, o ministro da Fazenda projetou inflação média abaixo de 4% e crescimento de 3% ao ano ao final do terceiro mandato de Lula. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante reunião do conselho de governo no Palácio do Planalto
Reprodução/Canal Gov
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (27) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encomendou a ele um "redesenho" de gastos públicos, com revisão de renúncias fiscais, sem prejudicar a população mais pobre.
O ministro deu as declarações durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, no Palácio do Planalto. O colegiado assessora o governo na formulação de políticas públicas.
A fala de Haddad ocorre em um momento em que o governo é pressionado a cortar gastos e equilibrar as contas públicas. Segundo o ministro, Lula "nunca desautorizou" a equipe econômica a buscar o equilíbrio fiscal.
"[Busca] também pelo redesenho das políticas públicas que está encomendado pelo presidente Lula que vai ter a sabedoria de saber o que fazer e o que não fazer para não prejudicar a população mais pobre deste país", afirmou Haddad.
"Temos que proteger a nossa economia e a forma é acelerar a agenda de reformas econômicas, macroeconômicas e microeconômicas no Congresso, acelerar o redesenho de políticas públicas, buscar equilíbrio fiscal, sim, pelo lado da receita e da despesa, não há outra forma de fazê-lo, com sabedoria, com inteligência para que não coloquemos em risco o crescimento que ajuda a estabilizar a relação dívida-PIB", completou.
Inflação e crescimento da economia
Haddad confirma meta de inflação contínua de 3%
Também no discurso no Palácio do Planalto, Haddad disse que projeta uma inflação média abaixo de 4% ao final do terceiro mandato de Lula, e o crescimento médio de cerca de 3% ao ano.
"Inflação média abaixo de 4%, porque nossa meta é chegar a 3% já ano que vem, mas é perfeitamente possível que a média de seu mandato esteja baixo de 4%, com crescimento médio beirando os 3%", estimou Haddad.
Para o ministro da Fazenda, quem critica a postura de Lula em relação à inflação "não está prestando atenção" aos dados oficiais divulgados pelo governo.
"É a menor inflação média de todos os mandatos desde que regime de metas de inflação foi criado no Brasil. Portanto, aqueles que acusam o senhor de não estar prestando atenção na inflação, não estão prestando atenção nos dados que estamos divulgando pelo IBGE, que estamos convergindo para a meta, que é uma meta exigente, e que foi ontem reafirmada pelo seu governo", completou.
Reforma tributária
Na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, Haddad pediu aos empresários presentes que usem de suas influências junto a deputados e senadores para que o Congresso aprove a regulamentação da reforma tributária nas próximas semanas.
Para o ministro, o texto deve ser aprovado sem novas excepcionalidades que podem fazer com que a alíquota padrão do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) suba.
"Eu peço encarecidamente a este Conselho que use de sua influência positiva sobre o Congresso Nacional para que a regulamentação a ser aprovada daqui a 15 dias tenha a mesma qualidade da emenda constitucional, evitando excepcionalidades que fariam a alíquota padrão do imposto sobre consumo subir e não cair como é o nosso desejo, pelo combate à sonegação e pela justiça tributária", afirmou.