Casamentos, restaurantes… ‘boom’ de serviços faz Brasil bater recorde de pessoas ocupadas em 2023

Criadores investem em confinamento para acelerar engorda da boiada
Marca de 100 milhões foi superada pela primeira vez na série histórica do IBGE, iniciada em 2012. Também aumentou a faixa de trabalhadores com ensino superior, que ainda é considerada muito baixa por analistas. Festa de casamento
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Em 2023, o Brasil superou a marca de 100 milhões de pessoas ocupadas pela primeira vez na série histórica iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número (100,7 milhões) representa 57,6% da população com idade para trabalhar no país.
Também vem crescendo, nos últimos anos, a porcentagem de trabalhadores ocupados que têm ensino superior completo. Mesmo assim, o grupo ainda é minoria: 23,1%, ou seja, aproximadamente um a cada quatro brasileiros (leia mais abaixo).
Os dados são da Pnad Contínua sobre características adicionais do mercado de trabalho em 2023, que foram divulgados na última sexta-feira (21). A série não tem dados de 2020 e 2021 por causa da redução da taxa de resposta durante a pandemia de coronavírus.
Para o economista Daniel Duque, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), esse cenário pode ser explicado, em parte, pelo "boom" de serviços nos últimos anos.
“As pessoas tinham diminuído muito o consumo de serviços, mas, em 2022 e 2023, a gente viu uma alta que não se via há muito tempo e que gera empregos. Estamos falando de grandes eventos, casamentos, restaurantes, tudo isso”, avalia.
O levantamento do IBGE mostra ainda que o mercado de trabalho no país segue em expansão, após recuperar, em 2022, os indicadores de antes da pandemia (2019). O número de pessoas ocupadas em 2023 foi 1,1% mais alto do que o de 2022, o recorde anterior para a série.

Apesar do contingente recorde de 100,7 milhões de pessoas ocupadas em 2023, o percentual que este número representa em relação ao total de brasileiros com idade para trabalhar (14 anos ou mais) não é o maior desde o início da Pnad Contínua, em 2012.
Em 2023, a população em idade para trabalhar foi estimada em 174,8 milhões de pessoas, sendo que 57,6% (100,7 milhões) estavam ocupadas.
O percentual recorde é de 2013, quando 58,3% da população em idade para trabalhar estava ocupada no país. Na sequência, esse percentual começou a cair e chegou ao seu menor patamar (55,4%) em 2017.
“Depois de 2013, o Brasil entrou naquele período de crise econômica, impeachment [de Dilma Rousseff] e tudo mais. Em 2017, tivemos o menor nível de ocupação, mas, felizmente, o Brasil entrou em uma recuperação e o percentual subiu”, explica William Araújo Kratochwill, analista de pesquisa do IBGE.
Para Daniel Duque, da FGV, o Brasil está muito próximo de alcançar o patamar de 2013, mas, atualmente, o país tem “menos pessoas dispostas a estar ocupadas”.
“Tem mais pessoas sem procurar emprego. Um grande motivo é a expansão do Bolsa Família, que dava um poder de compra de R$ 190 até 2019 e pulou para mais de R$ 700 em 2023”, explica o economista. “Mas não quer dizer que isso seja ruim", ressalta.
Para o economista, essas pessoas que estão sem procurar emprego atualmente são principalmente mulheres, que têm uma dupla jornada, e jovens, que muitas vezes também estão estudando.
Calculadora do g1 mostra discrepância salarial entre homens e mulheres; veja sua área de atuação
Nível de escolaridade
O percentual de trabalhadores que completaram a faculdade passou de 14,1% em 2012 para 23,1% em 2023 (veja o gráfico abaixo).

Para o analista do IBGE, isso é resultado da ampliação de vagas de ensino superior no Brasil, entre outros fatores. “Aumentaram as possibilidades. O mundo mais tecnológico também facilita o acesso a instrução”, comenta.
Apesar disso, quase 77% da população ocupada ainda não tem ensino superior, o que o especialista do FGV Ibre atribui ao “atraso de um século do Brasil em relação ao resto do mundo”, neste aspecto.
“A expansão do ensino superior só começou a ocorrer na década de 90, em 2000, e a gente está vendo os frutos disso agora. Há um aumento significativo, mas saindo de um nível muito baixo”, diz.
Emprego CLT e sindicatos
A pesquisa também mostra que o percentual de empregados que trabalham com carteira assinada voltou a crescer no Brasil em 2023, atingindo 37,4%. A categoria registrava queda desde 2015 e, em 2022, era de 36,3%
“Com a recuperação da economia, a tendência é que você tenha um mercado mais formal. As pessoas começam a ter mais oportunidades, então se o empregador não assina a carteira, o funcionário encontra outro que vai formalizar”, avalia Kratochwill, do IBGE.
Em relação às atividades exercidas pelos brasileiros, percebe-se que a agricultura e a indústria vêm perdendo a participação na força de trabalho, enquanto o grupo que abrange comércio e reparação de veículos permanece sendo a atividade que mais absorve trabalhadores.
Para Daniel Duque, do FGV Ibre, esse cenário pode ser explicado pela expansão tecnológica, principalmente na agricultura.
“Não é que a gente tem ficado menos agrícola, pelo contrário, a nossa produção está grande, mas devido à tecnologia, a demanda por mão de obra é menor”, diz.
“E o comércio é o setor que mais emprega de fato porque é fácil de absorver mão de obra, precisa de menos especialização e treinamento.”
Por outro lado, o número de sindicalizados caiu para 8,4 milhões, o menor desde 2012, segundo o IBGE, quando eram 14,4 milhões. As maiores quedas foram entre trabalhadores de transporte, armazenagem e correio.
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Inseminação de graça ajuda a melhorar genética do rebanho de búfalos

Criadores investem em confinamento para acelerar engorda da boiada
Em Sarapuí (SP), pequenos criadores de búfalos estão recebendo ajuda para colocar a produtividade do rebanho em outro patamar. Fêmeas estão sendo inseminadas de graça, dentro de um programa para melhorar a qualidade da genética do gado. Inseminação de graça ajuda a melhorar genética do rebanho de búfalos
Reprodução/TV TEM
Originários da Ásia, os búfalos se destacam por duas características essenciais: além de rústicos, são extremamente dóceis. No Brasil, sua criação é focada principalmente na produção de carne ou leite, e eles são divididos em quatro raças distintas.
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Aumentar a produtividade tem sido um desafio, seja em pequenas ou grandes propriedades. Porém, em uma fazenda de Sarapuí (SP), a qualidade da criação nunca esteve no ponto ideal, apesar do esforço.
"Em quatro vacas, nós tiramos cerca de 25 litros de leite. Então, nós acreditamos que, futuramente, vamos aumentar essa produção para 100 litros com menos vacas", conta Andreia Silva, proprietária da fazenda.
Hoje, o rebanho do sítio está sendo atendido pelo programa da Confederação Nacional de Agricultores Familiares, que oferece inseminação artificial para as vacas. E há uma grande vantagem: é de graça.
Veja a reportagem exibida no programa em 23/06/2024:
Inseminação de graça ajuda a melhorar genética do rebanho de búfalos
A médica veterinária Sabrina Sakashita explica que, para a propriedade ser escolhida, os animais precisam estar em boas condições de saúde.
"O rebanho precisa estar saudável, que ele tenha a escrituração zootécnica do rebanho e, além disso, um controle total de manejo. O programa acaba auxiliando no melhoramento genético da produção. Se o produtor visa carne ou leite, vamos fazer um acompanhamento para ver qual o melhor reprodutor para as fêmeas", explica.
Das três novilhas inseminadas, duas ficaram prenhas. A técnica usada na inseminação é a IATF, que permite que todas as fêmeas sejam inseminadas em uma única data. O investimento gera bastante expectativa para os proprietários.
"Creio que o produtor é muito beneficiado, vou ter um gado de qualidade, um gado bom. O melhoramento é gigantesco para todas as pessoas que dependem da produção", finaliza Andreia.
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Produção de tangerina cai, mas tamanho e qualidade dos frutos aumentam no ES

Criadores investem em confinamento para acelerar engorda da boiada
Em Conceição do Castelo, segundo maior produtor no estado, colheita já começou. Apesar das mudanças sofridas, expectativa é de lucro para agricultores. Produção de tangerina diminui, mas preço e qualidade do produto apresentam melhora
A região de montanhas do Espírito Santo é polo para a produção de frutas cítricas no estado. E nesta época do ano, todos os olhos estão voltados para o cultivo de tangerina, com valor de produção de R$ 12 milhões, segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).
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As condições favoráveis para a produção na região estão relacionadas à existência de produtores de mudas locais, à qualidade da fruta produzida, à aceitação dos frutos nos mercados locais e regionais e à possibilidade de exportação para outros estados brasileiros.
Produção de tangerina cai, mas tamanho e qualidade dos frutos aumentam no Espírito Santo.
Carlos Barros
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Sete principais municípios integram o Polo de Tangerina, são eles: Venda Nova do Imigrante, Domingos Martins, Santa Maria de Jetibá, Marechal Floriano, Santa Leopoldina, Conceição do Castelo, Muniz Freire.
Conceição do Castelo, na Região Serrana do estado, é o segundo maior produtor de tangerina do Espírito Santo, ficando atrás apenas de Domingos Martins. Em 2022, foram cerca de 141 hectares de área plantada, e mais de 3 toneladas da fruta no ano. Este ano, entretanto, a produção na região caiu, devido a questões climáticas, mas, ainda assim, a expectativa dos agricultores é de lucro.
O técnico do Incaper, Cleber Ferreira, explica que, além do preço ter aumentado devido à maior demanda com a diminuição da produção, existe um lado positivo em pés menos carregados.
"Menos fruto na planta, significa ao mesmo tempo frutos maiores, e o comprador paga mais por eles. Quanto maior a tangerina também se gasta menos para fazer uma caixa, se 100 frutos pequenos seriam utilizados, com eles maiores ela fica completa com cerca de 80. Com isso, a expectativa para os produtores ainda assim é positiva e de lucro", disse.
Segundo o especialista, a tangerina já possui uma característica de bianualidade, ou seja, em um ano a produção é melhor do que no outro. Mas, este ano, questões climáticas podem ter favorecido a diminuição da produção.
"Na época da floração a gente teve um período de estiagem, muito calor, ocasionando um abortamento da florada", falou Cleber.
O produtor Antônio Francisco Maretto possui mais de 4 mil pés de tangerina em Conceição do Castelo, Espírito Santo.
Carlos Barros
O produtor Antônio Francisco Maretto possui mais de 4 mil pés, que carregam a experiência e a paciência de mais de quinze anos de produção. Para ele, o cuidado na hora de retirar o fruto do pé faz toda a diferença e garante boas vendas.
"A tangerina demora, porque ela não madura toda de uma vez só, é pouco a pouco. Chega neste período de junho e julho, ela já está toda madura, pronta para a colheita. […] A gente vai lá com a tesourinha, corta a fruta. Não pode jogar dentro da caixa adoidado, pra não amassar. Eu não posso chegar no pé e balançar para a fruta cair no chão, se não perde a qualidade e o comprador vai ficar insatisfeito. E eu tenho que saber agradar o comprador, para no ano que vem ele comprar comigo de novo", contou.
A implantação de um pé de tangerina custa entre R$ 25 e R$ 30. O trabalho inicial de adubação, manejo de pragas e doenças são necessários para melhorar a qualidade do produto anos à frente.
"A tangerina vai se transformando, em dois anos o pé começa a dar fruta pingada, no terceiro começa a produzir mais, e no quarto começa a dar a carga maior dela. No começo não te dá lucro nenhum, só serviço e mão de obra. Depois te dá retorno", garantiu Francisco.
O produtor Tiago Zaqui tem mais de 2 mil pés de tangerina. Ele considera que o manejo longo e trabalhoso acaba sobrecarregando a produção, que essencialmente vem da agricultura familiar e esbarra na falta de mão de obra na região.
"A principal dificuldade nossa aqui [em Conceição do Castelo] é a questão da mão de obra. Aqui a gente trabalha com agricultura familiar, com gente nossa mesmo, de casa. Pra não ficar sobrecarregado, às vezes a gente depende de uma ajuda externa e não consegue encontrar, ou pela falta de pessoal mesmo ou pela concorrência com outras culturas da região aqui, como o café", pontuou.
O produtor Tiago Zaqui tem mais de 2 mil pés de tangerina em Conceição do Castelo, Espírito Santo.
Carlos Barros
Em 2024, Tiago está indo para a quinta colheita da lavoura.
"A nossa área está indo para a quinta colheita maior este ano. Eu tenho alguma defasagem de plantas, algumas morreram por conta de umidade mais baixa, mas ainda não fiz renovação de de citrus, a roça tá no ápice de produção".
Sudeste lidera a produção de tangerina no país
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o sudeste é a região do país com maior quantidade de tangerina produzida.
Em 2022, foi responsável por 60,6% de participação na produção total. Neste ano, o Espírito Santo foi o 6° maior produtor do Brasil, com 30.936 toneladas de produção. O estado que lidera o mercado é São Paulo, com 369.034 toneladas no mesmo período.
Produção brasileira de tangerina em 2022
Ponkan, mexerica, morgote, mimosa ou bergamota? Entenda diferença
Tangerinas é a ponkan, derivada da espécie Citrus reticulata.
Gilson Abreu/Agência Estadual de Notícias
O cheiro é inconfundível, já os nomes, nem tanto. Ponkan, mexerica mimosa, morgote, bergamota… Por que tantos nomes? O engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), Paulo Andrade, explica que a diferença é sutil.
Ponkan, morgote e bergamota, por exemplo, são variedades da tangerina. Já mimosa e mexerica são nomes diferentes usados para referenciar uma mesma variedade.
Veja reportagem completa aqui.
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Apesar das mudanças sofridas, expectativa é de lucro para agricultores.151ResumoAdicionar Item ResumoArtboard 1MENOR DESTAQUEArtboard 1MENOR DESTAQUEArtboard 1MAIOR DESTAQUEArtboard 1LARGURA TOTALA região de montanhas do Espírito Santo é polo para a produção de frutas cítricas no estado. E nesta época do ano, todos os olhos estão voltados para o cultivo de tangerina, com valor de produção de R$ 12 milhões, segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).Compartilhe no WhatsAppCompartilhe no TelegramAs condições favoráveis para a produção na região estão relacionadas à existência de produtores de mudas locais, à qualidade da fruta produzida, à aceitação dos frutos nos mercados locais e regionais e à possibilidade de exportação para outros estados brasileiros.Artboard 1MENOR DESTAQUEArtboard 1MENOR DESTAQUEArtboard 1MAIOR DESTAQUEArtboard 1LARGURA TOTAL📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsAppSete principais municípios integram o Polo de Tangerina, são eles: Venda Nova do Imigrante, Domingos Martins, Santa Maria de Jetibá, Marechal Floriano, Santa Leopoldina, Conceição do Castelo, Muniz Freire.Conceição do Castelo, na Região Serrana do estado, é o segundo maior produtor de tangerina do Espírito Santo, ficando atrás apenas de Domingos Martins. Em 2022, foram cerca de 141 hectares de área plantada, e mais de 3 toneladas da fruta no ano. Este ano, entretanto, a produção na região caiu, devido a questões climáticas, mas, ainda assim, a expectativa dos agricultores é de lucro.O técnico do Incaper, Cleber Ferreira, explica que, além do preço ter aumentado devido à maior demanda com a diminuição da produção, existe um lado positivo em pés menos carregados."Menos fruto na planta, significa ao mesmo tempo frutos maiores, e o comprador paga mais por eles. Quanto maior a tangerina também se gasta menos para fazer uma caixa, se 100 frutos pequenos seriam utilizados, com eles maiores ela fica completa com cerca de 80. Com isso, a expectativa para os produtores ainda assim é positiva e de lucro", disse.Segundo o especialista, a tangerina já possui uma característica de bioanalidade, ou seja, em um ano a produção é melhor do que no outro. Mas, este ano, questões climáticas podem ter favorecido a diminuição da produção. "Na época da floração a gente teve um período de estiagem, muito calor, ocasionando um abortamento da florada", falou Cleber.O produtor Antônio Francisco Maretto possui mais de 4 mil pés, que carregam a experiência e a paciência de mais de quinze anos de produção. Para ele, o cuidado na hora de retirar o fruto do pé faz toda a diferença e garante boas vendas."A tangerina demora, porque ela não madura toda de uma vez só, é pouco a pouco. Chega neste período de junho e julho, ela já está toda madura, pronta para a colheita. […] A gente vai lá com a tesourinha, corta a fruta. Não pode jogar dentro da caixa adoidado, pra não amassar. Eu não posso chegar no pé e balançar para a fruta cair no chão, se não perde a qualidade e o comprador vai ficar insatisfeito. E eu tenho que saber agradar o comprador, para no ano que vem ele comprar comigo de novo", contou.Artboard 1MENOR DESTAQUEArtboard 1MENOR DESTAQUEArtboard 1MAIOR DESTAQUEArtboard 1LARGURA TOTALA implantação de um pé de tangerina custa entre R$ 25 e R$ 30. O trabalho inicial de adubação, manejo de pragas e doenças são necessários para melhorar a qualidade do produto anos à frente."A tangerina vai se transformando, em dois anos o pé começa a dar fruta pingada, no terceiro começa a produzir mais, e no quarto começa a dar a carga maior dela. No começo não te dá lucro nenhum, só serviço e mão de obra. Depois te dá retorno", garantiu Francisco.O produtor Tiago Zaqui tem mais de 2 mil pés de tangerina. Ele considera que o longo e trabalhoso acaba sobrecarregando uma produção que essencialmente vem da agricultura familiar e esbarrando na falta de mão de obra na região. "A principal dificuldade nossa aqui [em Conceição do Castelo] é a questão da mão de obra. Aqui a gente trabalha com agricultura familiar, com gente nossa mesmo, de casa. Pra não ficar sobrecarregado, às vezes a gente depende de uma ajuda externa e não consegue encontrar, ou pela falta de pessoal mesmo ou pela concorrência com outras culturas da região aqui, como o café", pontuou.Artboard 1MENOR DESTAQUEArtboard 1MENOR DESTAQUEArtboard 1MAIOR DESTAQUEArtboard 1LARGURA TOTALEm 2024, Tiago está indo para a quinta colheita da lavoura."A nossa área está indo para a quinta colheita maior este ano. Eu tenho alguma defasagem de plantas, algumas morreram por conta de umidade mais baixa, mas ainda não fiz renovação de de citrus, a roça tá no ápice de produção".Sudeste lidera a produção de tangerina no paísDe acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o sudeste é a região do país com maior quantidade de tangerina produzida. Em 2022, foi responsável por 60,6% de participação na produção total. Neste ano, o Espírito Santo foi o 6° maior produtor do Brasil, com 30.936 toneladas de produção. O estado que lidera o mercado é São Paulo, com 369.034 toneladas no mesmo período.Produção brasileira de tangerina em 2022EstadoÁrea colhida (ha)Produção (t)Rendimento t/ha1° São Paulo11.071369.03433,332° Minas Gerais13.546225.22516,633° Rio Grande do Sul13.225189.83114,354° Paraná8.853153.69217,365° Rio de Janeiro1.52233.79922,216° Espírito Santo1.40530.93622,02Fonte: EmbrapaPonkan, mexerica, morgote, mimosa ou bergamota? Entenda diferençaArtboard 1MENOR DESTAQUEArtboard 1MENOR DESTAQUEArtboard 1MAIOR DESTAQUEArtboard 1LARGURA TOTALO cheiro é inconfundível, já os nomes, nem tanto. Ponkan, mexerica mimosa, morgote, bergamota… Por que tantos nomes? O engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), Paulo Andrade, explica que a diferença é sutil. Ponkan, morgote e bergamota, por exemplo, são variedades da tangerina. Já mimosa e mexerica são nomes diferentes usados para referenciar uma mesma variedade.Veja matéria completa aqui.Vídeos: tudo sobre o Espírito SantoPlaylistTítulo da Playlist *Insira o título do playlist a ser anexadoVeja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito SantoHistórico de Versõesclear !function(e){function r(r){for(var n,a,l=r[0],f=r[1],i=r[2],p=0,s=[];p

O cuidado com o lixo na zona rural mesmo onde não há serviço de coleta

Criadores investem em confinamento para acelerar engorda da boiada
Destinação do lixo no campo não é uma tarefa fácil, considerando que, na maioria das regiões rurais, não há serviço de coleta, e muitas vezes ele acaba sendo queimado ou descartado na natureza. O cuidado com o lixo na zona rural mesmo onde não há serviço de coleta
Reprodução/TV TEM
Separar o lixo e mandar para a reciclagem pode parecer uma atitude pequena, porém ajuda a reduzir o impacto sobre o meio ambiente. Na zona urbana de vários municípios do interior de São Paulo, já existe um sistema para fazer a coleta dos materiais. Já na zona rural é diferente, mas nem por isso algumas pessoas deixam de dar a destinação correta.
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A decisão de deixar a cidade para viver no sítio trouxe muita qualidade de vida para Roberto Sarteschi, um vendedor que sempre sonhou em morar no campo. No entanto, ao trocar de endereço, há quase 20 anos, a família também deixou para trás algumas comodidades.
O caminhão de lixo não passa em sua propriedade, que fica em Guapiaçu (SP). Por lá, um espaço foi montado para armazenar e separar os resíduos da forma correta.
Uma vez por semana, Roberto recolhe o lixo e leva até um ponto de apoio da cidade. Já os restos de comida vão direto para uma composteira, onde a matéria orgânica – junto com terra e folhagens – se transforma em uma espécie de substrato.
A destinação do lixo no campo não é uma tarefa fácil, considerando que, na maioria das regiões rurais, não há serviço de coleta, e muitas vezes ele acaba sendo queimado ou descartado na natureza.
Para Rosemeire Tobias, dona de um café às margens de uma estrada rural no município de Bálsamo (SP), a separação do lixo também é rigorosa. O caminhão passa em seu sítio e leva uma pequena parte dos resíduos, porque a maioria é reciclada ou reaproveitada. Materiais como latas, garrafas e vidro são armazenados dentro de sacos, também conhecidos como “bags”.
Os recicláveis são recolhidos a cada 20 dias, no máximo, que é o período em que Rosemeire consegue juntar em torno de 200 quilos de material. Isso gera uma renda extra de quase R$ 300 para a família. Nada é desperdiçado, nem mesmo as tampinhas de garrafas.
Enquanto os materiais recicláveis são separados e geram renda para a família, os restos de comida tem outro destino: eles são usados para alimentar os animais criados no sítio, como porcos e galinhas.
Como quase não sobra adubo orgânico para as plantas, as cascas de ovos, por exemplo, são trituradas e se transformam em recurso natural para equilibrar o PH do solo.
Veja a reportagem exibida no programa em 23/06/2024:
O cuidado com o lixo na zona rural mesmo onde não há serviço de coleta
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Pecuaristas do interior de São Paulo têm usado da técnica de confinamento na engorda dos bois, assim, podendo realizar vários abates durante o ano. Criadores investem em confinamento para acelerar engorda da boiada
Reprodução/TV TEM
Pecuaristas do interior de São Paulo têm aplicado a modalidade de criação de gado por confinamento. É uma técnica em que os bois ficam em um local recebendo alimentação controlada, e isso reduz o ciclo de abate. Para que alcance os resultados, o manejo com o animal precisa ser bem conduzido.
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O alimento tem que ser bem trabalhado, com os nutrientes necessários para o desenvolvimento do animal, coisa que ele não conseguiria obter se estivesse apenas no pasto. Segundo o pecuarista Renato Lenharo, que tem 2,5 mil cabeças, a modalidade veio para agregar a produção, e faz com que ele consiga um abate todos os anos.
A técnica não é barata, mas o pecuarista consegue obter o retorno do dinheiro gasto. O controle da dieta do animal é muito importante para o desenvolvimento. Bem como o comportamento dos animais, o estresse também afeta na engorda do boi.
Na fazenda, Renato Lenharo cuida de todo o processo de saúde do animal. Desde o dia que os animais chegam até o dia em que saem para o abate. Quando algum animal apresenta alguma enfermidade, ele é retirado de perto dos demais e colocado em um local à parte para ser tratado.
A pecuarista Franciele Munhoz, de Platina (SP), aplica essa técnica há 20 anos com uma produção de 3,5 mil cabeças. Segundo ela, se os bois estivessem no pasto, demoraria cerca de 250 dias para atingir o peso de abate, porém, no confinamento, leva somente 90 dias.
Veja a reportagem exibida no programa em 23/06/2024:
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