+Milionária, concurso 156: resultado

Estados sugerem que União abata juros de suas dívidas e direcione parte da verba para infraestrutura, diz Padilha
Veja as dezenas e os trevos sorteados. Prêmio é de R$ 226 milhões. Mais Milionária bilhete volante
Rafael Leal /g1
O sorteio do concurso 156 da +Milionária foi realizado na noite desta quarta-feira (19), em São Paulo. O prêmio para as apostas que acertarem a combinação de seis dezenas e dois trevos é de R$ 226 milhões.
Veja os números sorteados:
Dezenas: 40 – 28 – 27 – 46 – 23 – 35
Trevos: 1 – 6
A Caixa Econômica Federal ainda não divulgou o rateio do sorteio.
+Milionária, concurso 156
Reprodução/Caixa
+Milionária: veja como jogar na loteria da Caixa
Sobre a +Milionária
As chances de vencer na loteria são ainda menores do que na Mega-Sena tradicional: para levar o prêmio máximo, é preciso acertar seis dezenas e dois “trevos”. (veja no vídeo mais abaixo)
O valor de uma aposta simples é de R$ 6. Com ela, o apostador pode escolher 6 números de 50 disponíveis e mais 2 trevos, dentre os seis disponíveis.
Para apostas múltiplas, é possível escolher de seis a 12 números e de dois a seis trevos, com preços que chegam a R$ 83,1 mil.
A +Milionária teve seu primeiro sorteio em maio de 2022. Na época, a Caixa informou que ela foi a primeira modalidade "a oferecer prêmio mínimo de dois dígitos de milhões". Cada concurso distribui o valor mínimo de R$ 10 milhões. Saiba mais aqui.
Além disso, a +Milionária se destaca por ter dez faixas de premiação. São elas:
6 acertos + 2 trevos
6 acertos + 1 ou nenhum trevo
5 acertos + 2 trevos
5 acertos + 1 ou nenhum trevo
4 acertos + 2 trevos
4 acertos + 1 ou nenhum trevo
3 acertos + 2 trevos
3 acertos + 1 trevo
2 acertos + 2 trevos
2 acertos + 1 trevo

Dólar avança e fecha em R$ 5,44, à espera de decisão sobre taxa Selic; Ibovespa sobe

Estados sugerem que União abata juros de suas dívidas e direcione parte da verba para infraestrutura, diz Padilha
A moeda norte-americana avançou 0,15%, cotada a R$ 5,4417, renovando o maior patamar desde janeiro de 2023. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira operava em alta nos últimos minutos do pregão. Expectativa por juros faz dólar subir
Freepik
O dólar fechou em alta nesta quarta-feira (19) e renovou o maior patamar desde janeiro de 2023, à medida que investidores continuavam na expectativa pela reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC), prevista para depois da sessão de negócios.
A expectativa é que o Copom mantenha a Selic, taxa básica de juros, inalterada em 10,50% ao ano, em um momento em que a inflação volta a acelerar no país, puxada por alimentos e dólar alto.
Campos Neto, aborto, taxa das blusinhas, corte de gastos: veja os principais pontos da entrevista de Lula à CBN
A decisão também vem em um momento de tensão entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Banco Central. Na véspera, o presidente fez críticas à gestão da instituição e à forma de condução dos juros. (veja mais abaixo)
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou em alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Ao final da sessão, o dólar avançou 0,15%, cotado a R$ 5,4417. Na máxima do dia, chegou aos R$ 5,4826. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou altas de:
1,11% na semana;
3,67% no mês;
12,14% no ano.
No dia anterior, a moeda norte-americana subiu 0,22%, cotada a R$ 5,4335.

Ibovespa
Já o Ibovespa encerrou em alta de 0,53%, aos 120.261 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,50% na semana;
queda de 1,50% no mês;
recuo de 10,38% no ano.
Na véspera, o índice fechou com alta de 0,41%, aos 119.630 pontos.
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O que está mexendo com os mercados?
O grande destaque do dia fica com a reunião do Copom. A expectativa geral é que o BC mantenha os juros em 10,50% ao ano, mas o mercado aguarda mais detalhes que serão divulgados no comunicado da instituição após o encontro.
Além disso, investidores ainda repercutem declarações feitas ontem pelo presidente Lula, que voltou a criticar a postura do BC em relação aos juros, afirmando que o país não precisa de uma taxa elevada.
"Temos situação que não necessita essa taxa de juros. Taxa proibitiva de investimento no setor produtivo. É preciso baixar a taxa de juros compatível com a inflação. Inflação está controlada. Vamos trabalhar em cima do real", completou.
Lula disse que o BC é a "única coisa desajustada" no Brasil e que o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, "trabalha para prejudicar o país".
"Só temos uma coisa desajustada neste país: é o comportamento do Banco Central. Essa é uma coisa desajustada. Presidente que tem lado político, que trabalha para prejudicar o país. Não tem explicação a taxa de juros estar como está", afirmou Lula, em entrevista à Rádio CBN.
Sobre o presidente do BC, Lula disse que Roberto Campos Neto tem pretensões políticas e sugeriu que ele pode assumir um cargo no Governo do Estado de São Paulo quando seu mandato acabar: "A quem esse rapaz é submetido? Como vai a festa em SP quase assumindo candidatura a cargo no governo de SP? Cadê a economia dele?", questionou.
Vale lembrar que o mandato de Campos Neto acaba em 2024 e que, desde 2021, a legislação brasileira determina a autonomia do BC, que deve tomar suas decisões sem interferência política. No entanto, Lula afirmou que vai indicar para a presidência da instituição alguém com "compromisso com o crescimento do país".
A legislação determina que o presidente e os diretores do BC terão mandatos de 4 anos não coincidentes com a presidência da República – um novo presidente assume o BC, então, no terceiro ano de mandato de cada presidente da República.
Cabe ao presidente da república indicar nomes para o comando do BC, mas estes só serão aprovados com aval do Senado Federal.
'Só temos uma coisa desajustada no Brasil: é o comportamento do Banco Central', diz Lula
Junto a isso, pesa a incerteza fiscal sobre o Brasil. Na última semana, falas do presidente Lula aumentaram a percepção de que o governo não conseguirá reduzir seus gastos, o que fez disparar o preço do dólar.
Na entrevista à CBN, Lula também foi questionado sobre corte de gastos do governo, outr ponto de tensão nos mercados nos últimos dias. Ele afirmou que o governo prepara uma proposta de Orçamento para encaminhar ao Congresso, mas não deu detalhes sobre redução de despesas.
Perguntado sobre gastos com previdência, despesas com saúde e educação e aposentadoria de militares, Lula disse que "nada é descartável".
Ontem, em entrevista a jornalistas após reunião com o presidente Lula para analisar as contas do governo e preparar a elaboração do Orçamento de 2025, os ministros da Fazenda, Fernando Haddad e do Planejamento, Simone Tebet, afirmaram que o nível elevado de renúncias fiscais na conta do governo federal chamou a atenção do presidente.
"São duas grandes preocupações: o crescimento dos gastos da Previdência e da renúncia tributária. E o aumento dos gastos da Previdência está relacionado também ao aumento das renúncias tributárias", disse Tebet.
"Esses números foram apresentados ao presidente. Ele ficou extremamente mal impressionado com o aumento dos subsídios", acrescentou a ministra.
Além disso, outro fator que tem impulsionado o dólar nas últimas semanas é a perspectiva de juros altos por mais tempo nos Estados Unidos. Analistas previam que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deveria iniciar um ciclo de corte nas taxas no começo do ano, o que não aconteceu.
Agora, o mercado espera que isso ocorra somente uma vez nos últimos três meses de 2024, tendo em vista que a economia dos Estados Unidos se mostrou resiliente durante todo o primeiro semestre.
Vale destacar que o feriado de Juneteenth nos EUA deve manter o volume de negócios reduzido nesta quarta-feira.

Em votação apertada, CCJ do Senado aprova liberação de cassinos, bingos e jogo do bicho

Estados sugerem que União abata juros de suas dívidas e direcione parte da verba para infraestrutura, diz Padilha
Projeto autoriza e prevê regras básicas para funcionamentos de jogos de azar. Se aprovada, lei vai permitir que empresas brasileiras ofertem os jogos com pagamento de taxas e tributos. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (19) proposta que libera os jogos de azar no Brasil, como bingo, jogo do bicho e cassino. Foram 14 votos a favor e 12 votos contrários.
O projeto cria regras para a exploração e mecanismos de fiscalização e controle dos jogos. Também estabelece a tributação das casas de apostas e de prêmios, além de uma série de direitos aos jogadores (entenda abaixo).
A proposta havia sido aprovada pela Câmara em 2022 e enfrentou obstáculos durante a passagem pelo Senado. A resistência de parlamentares conservadores e movimentos sociais levou a uma série de adiamentos na discussão do texto.
Câmara aprova texto-base do projeto de lei que legaliza os jogos de azar
Membros da bancada evangélica no Congresso e parlamentares conservadores lideraram uma mobilização ao longo das últimas semanas para virar votos de senadores, especialmente de siglas do centro. Antes do início da análise da proposta, senadores contavam e pediam compromissos para votos em uma votação que havia sido projetada como apertada.
Aberta por volta das 15h, a votação foi acompanhada de perto pelos congressistas nos painéis do colegiado. Assessores e senadores se revezaram nas telas para somar os apoios.
Líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) acompanha votação em painel.
Kevin Lima/G1
Com a aprovação pela CCJ, o texto seguirá para a análise do plenário do Senado. Se aprovado da forma como está, será enviado para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — uma vez que não houve alterações no conteúdo do texto pelos senadores.
A proposta aprovada pela CCJ autoriza a prática e a exploração no Brasil de:
jogos de cassino
jogos de bingo
jogos de videobingo
jogos online
jogo do bicho
apostas em corridas de cavalos (turfe)
Fim de uma proibição de quase 80 anos
O texto põe fim a uma proibição, prevista numa lei de 1946, à exploração de jogos de azar em todo o território nacional. Também revoga trechos da Lei de Contravenções Penais, que estabelece punições para as práticas.
A operação dos jogos de azar, no entanto, deverá seguir uma série de critérios. Serão exigidos, por exemplo, valores mínimos de capital da empresa e comprovação de origem lícita dos recursos. Somente empresas com sede no Brasil poderão operar as jogatinas, que estarão permitidas em locais previamente autorizados.
De acordo com o projeto, ficará a cargo do Ministério da Fazenda definir os processos de licenciamento, fiscalização e autorização de exploração. O governo também poderá criar uma agência reguladora.
Pela proposta, somente maiores de 18 anos poderão jogar. Haverá proibição, por exemplo, para jogadores que se declararem ludopatas (pessoas diagnosticadas com compulsão por jogos de azar) ou forem interditados judicialmente.
O relator do projeto, senador Irajá (PSD-TO), defendeu que os jogos de azar representam uma "atividade econômica relevante" no Brasil e que, em razão disso, devem estar "sujeitos à regulamentação pelo Estado".
"O principal benefício do projeto é permitir que uma atividade econômica que já é praticada mesmo na contravenção passe ao controle do Estado, mitigando eventuais vínculos entre os jogos de azar e o crime organizado", afirmou.
O relator do projeto, senador Irajá (PSD-TO), afirma que o projeto regulamenta uma atividade já executada de maneira ilegal.
Pedro França/Agência Senado
Segundo ele, a criação de regras para as apostas também "abre caminho" para que o vício em apostas seja enfrentado como um "verdadeiro problema de saúde pública, com o direcionamento de parte da arrecadação para mitigar essa externalidade negativa".
Entenda a seguir, nesta reportagem, os principais pontos do projeto que libera os jogos de azar:
operação
quem poderá jogar
tributação dos apostadores
tributação das casas de apostas
fiscalização
crimes
Operação
O texto estabelece que os jogos de azar somente poderão ser oferecidos por empresas registradas, sediadas e administradas no Brasil. A oferta dependerá da concessão de uma licença pelo Ministério da Fazenda.
Pelas regras previstas no projeto, o estatuto da empresa deverá estabelecer que a atividade principal do CNPJ será a exploração dessas práticas, mas atividades como comércio de alimentos e bebidas e a realização de atividades artísticas e culturais poderão ser registradas como atividades secundárias.
Para ter direito a uma licença de operação, além de outros requisitos, a empresa precisará comprovar origem lícita de recursos e um capital mínimo:
para bingo: R$ 10 milhões
para cassinos: R$ 100 milhões
para jogo do bicho: R$ 10 milhões
As licenças seguirão critérios a serem definidos pelo ministério e poderão ser concedidas em caráter permanente ou por prazo determinado. A operação também poderá autorizada para locais específicos ou previamente definidos — as chamadas zonas de jogos. Essas autorizações serão inegociáveis e intransferíveis.
A oferta dos jogos somente poderá acontecer em estabelecimentos físicos ou virtuais autorizados pelo governo federal.
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Pela proposta, se não houver regulamentação dos critérios de licenciamento depois de 12 meses de funcionamento da lei, serão autorizadas provisoriamente as ofertas de bingo e de jogo do bicho.
Cada tipo de jogo terá critérios previamente estabelecidos para a operação:
🐎Apostas em corridas de cavalo: será preciso, por exemplo, credenciamento prévio no Ministério da Agricultura para corridas de cavalo e pedir, em até um ano, autorização para operar apostas ao Ministério da Fazenda. Se o local das apostas também desejar oferecer bingo, deverá também comprovar os requisitos necessários para esse tipo de jogo.
🎰Cassinos: serão credenciados por leilões públicos e poderão funcionar somente em complexos integrados de lazer ou em embarcações. Versão aprovada pela Câmara previa que os espaços voltados a cassinos deveriam ser “construídos especificamente para esse fim”. Na CCJ, o texto foi alterado para locais “especificamente destinados a esse fim”. O relator avalia que a mudança vai “garantir a maior participação do setor hoteleiro” na oferta de cassinos.
✏️Bingos: a oferta somente poderá ocorrer em endereços permanentes — as chamadas casas de bingo. As licenças para operação valerão por 25 anos.
🐒Jogo do bicho: também terá licença de 25 anos, que somente será concedida a empresas que comprovarem recursos suficientes para o pagamento de suas obrigações. Os registros das apostas terão de ser colocados em uma plataforma digital. Especificamente nesta prática não será preciso identificar apostadores que receberem prêmios até o limite da isenção do Imposto de Renda.
Quem poderá jogar
O projeto estabelece que somente maiores de idade poderão jogar. Menores de idade também não poderão acessar endereços credenciados para a oferta dos jogos, que não poderão ter máquinas de jogos instaladas no exterior.
De acordo com a proposta, apostadores terão até 90 dias para reclamar os prêmios das apostas.
O texto aprovado pela CCJ estabelece que estarão impedidas de apostar em qualquer uma das modalidades:
pessoas jurídicas;
pessoas com compulsão em jogos, que pedirem a inclusão no Registro Nacional de Proibidos (Renapro);
pessoas interditadas judicialmente, a pedido de familiares, por vício em jogos;
pessoas consideradas insolventes — isto é, aquelas que têm dívidas maiores do que o patrimônio;
pessoas ligadas às empresas de jogos;
agentes públicos vinculados a órgãos de fiscalização dos jogos;
O projeto prevê, ainda, a criação de uma política nacional de proteção aos apostadores, com a obrigação das casas de apostas de manter serviço de atendimento aos apostadores e mecanismos de prevenção do vício em jogos.
O texto proíbe que as empresas de apostas ofertem, concedam ou facilitem empréstimos aos apostadores e permite que empresas credenciadas pelo Ministério da Fazenda atuem na cobrança de dívidas de apostas.
Cassino dentro do camarote Bar Brahma, no Sambódromo do Anhembi, Zona Norte de SP.
Rodrigo Rodrigues/g1
Tributação dos apostadores
Os ganhos de jogadores (valor dos prêmios descontados os gastos com as apostas em um período de 24 horas) serão tributados somente se somarem ou superarem R$ 10 mil.
A cobrança será feita pelo Imposto de Renda, com uma alíquota de 20% sobre o prêmio. O tributo será retido diretamente pela casa de aposta.
Tributação das casas de apostas
As empresas credenciadas para explorar os jogos de azar no Brasil terão de pagar uma taxa de fiscalização, de cobrança trimestral e valores diferentes para cada tipo de jogo ofertado:
bingo e apostas em corridas de cavalo: R$ 20 mil por estabelecimento licenciado
jogos on-line: R$ 300 mil por endereço virtual licenciado
cassinos: R$ 600 mil por estabelecimento licenciado
jogo do bicho: R$ 20 mil por licenciamento
Também haverá a cobrança sobre as empresas da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). O tributo será cobrado sobre a receita bruta das casas de apostas — arrecadação das com apostas descontados os prêmios distribuídos.
A Cide terá uma alíquota de 17%, com pagamento trimestral. O valor arrecadado com o tributo será destinado a uma série de finalidades, como programas de combate ao vício em apostas e os fundos de repasse de recursos da União para estados e municípios.
Fiscalização
A proposta que libera os jogos de azar estabelece uma série de regras para a transparência e a fiscalização das apostas.
Todas as movimentações financeiras das casas de apostas terão de ser registradas no Sistema de Auditoria e Controle (SAC), que poderá ser acessado em tempo real pelo Ministério da Fazenda.
As empresas credenciadas para apostas terão, ainda, de apresentar balanços semestrais das operações. Ao final de cada ano, também precisarão passar por uma auditoria.
O projeto prevê, ainda, que máquinas utilizadas em jogos somente poderão ser oferecidas após a concessão de um registro pelo Ministério da Fazenda. O documento, que valerá por quatro anos, vai assegurar que o equipamento não foi adulterado.
Pelo texto aprovado, as casas de aposta terão de criar mecanismos para prevenir a utilização dos jogos para lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo. As ferramentas deverão estabelecer canais de denúncia e comunicação de suspeitas aos órgãos responsáveis.
As empresas não poderão manter máquinas de jogos que permitam pagamento em dinheiro físico. Também não poderão receber recursos ou pagar prêmios por meio de instituições financeiras não autorizadas pelo Banco Central.
O texto do projeto também estabelece que a escolha e a nomeação dos administradores das empresas deverá ser autorizada pela Fazenda. Entre os critérios a serem avaliados, estarão:
reputação ilibada; e
ausência de condenações em crimes, como corrupção e peculato.
O descumprimento das regras poderá levar as empresas a sofrerem punições, como:
multa de até R$ 2 bilhões por infração;
suspensão parcial ou total das atividades por até 180 dias;
cassação da licença; e
proibição de obter nova licença por até dez anos.
Máquinas de caça-níqueis apreendidas em bingo clandestino em Mogi das Cruzes, em fevereiro de 2024.
Reprodução/ TV Diário
Crimes
Além das punições administrativas, o projeto também torna crime algumas práticas relacionadas às apostas.
Pelo texto, quem explorar jogos de azar sem licença poderá ser preso por até quatro anos. Fraudes em apostas também poderão levar à cadeia, com pena de até sete anos.
Autorizar que um menor de idade jogue levará à prisão por até dois anos, além do pagamento de multa. Também haverá penalização para quem criar embaraços ou dificultar a fiscalização dos jogos: reclusão de até três anos, além de multa.

Tragédia no RS: sinistros de veículos sobe para quase 20 mil e é o maior pedido de indenizações da história

Estados sugerem que União abata juros de suas dívidas e direcione parte da verba para infraestrutura, diz Padilha
Apólices de seguro automotivo somam R$ 1,3 bilhão em pedidos de ressarcimento. Honda Civic inundado RS
Alexandre Dias/ Arquivo pessoal
O setor com mais pedidos de indenizações por conta de sinistros causados pelas enchentes do Rio Grande do Sul é o automotivo. De acordo com a Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), no total de todos os tipos de apólices (R$ 3,9 bilhões), R$ 1,3 bilhão foi destinados apenas para ressarcimentos de clientes que tinham veículos segurados.
O estado que ainda se recupera da maior tragédia de sua história, que já soma 177 mortes e 37 desaparecidos.
"O número de sinistros deve continuar crescendo com as chuvas que estão voltando a atingir cidades do Rio Grande do Sul. A cota de inundação do Lago Guaíba está aumentando e a situação ainda não melhorou no estado", comenta Dyogo Oliveira, presidente do CNSeg.
De acordo com novo balanço divulgado pela entidade nesta quarta-feira (19), a quantidade de sinistros aumentou de 23.441, do balanço realizado em 23 de maio deste ano, para 48.870 agora em junho, um aumento de 108%.
Esse novo balanço se justifica porque, no mês anterior, o presidente da CNSeg, Dyogo Oliveira, havia afirmado que a maioria das solicitações de indenização ainda não havia sido reportada. O g1 continuará acompanhando as próximas atualizações; a próxima ocorrerá em julho.
Por segmento, foram 22.673 pedidos de indenizações para seguro habitacional e residencial, que resultaram em um aumento de R$ 239 milhões para R$ 524 milhões em ressarcimentos.
Para o setor rural, o aumento de sinistros foi de 993 para 2.215, o que representa um valor de R$ 181 milhões (284% a mais do que em maio).
O número de veículos que sofreram danos foi atualizado para 19.067 (R$ 1,2 bilhão), ante 8.216 (R$ 557,4 milhões) divulgados em maio, um aumento de 132%.
Balanço de pedidos de sinistros no RS
Arte/g1
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Ainda de acordo com Oliveira, por conta da catástrofe, a quantia de seguros de veículos deve diminuir: "haverá uma redução na contratação de seguro nesse momento, pois há muita dificuldade de operação na região. Contudo, fica o alerta para a população contratar um seguro sempre que puder".
Como acionar o seguro?
Já falamos aqui no g1 sobre a possibilidade de recuperar um carro que foi inundado. Uma das cláusulas básicas que a maioria dos seguros estabelece é que os custos com a recuperação não ultrapassem 75% do valor do veículo.
Antes dessa vistoria, é preciso registrar o sinistro e, de acordo com a maioria das seguradoras, o sinistro deve ser aberto pelos canais de atendimento ao segurado (telefone ou whatsapp) dentro de 30 dias após o ocorrido.
Vale lembrar que, para acionar o seguro e garantir o dinheiro de volta, é preciso consultar o contrato e verificar se o seguro cobre riscos de causas naturais, como as enchentes. "Mais de 95% dos seguros contratados para veículo são do tipo compreensivo, aquele que engloba todos os riscos que possam afetá-lo", diz Oliveira.
Os primeiros sinais de alagamento no RS aconteceram no dia 28 de abril, com consequências fatais nos dias seguintes. Grande parte da população perdeu documentos como RG, CPF, CNH e CRLV (documento do automóvel) e, sem eles, é impossível abrir um pedido de indenização.
Apesar dos esforços para recuperá-los, muitos podem não ter ficado prontos dentro do prazo de trinta dias corridos para solicitar um sinistro.
Contudo, de acordo com o presidente da CNSeg, muitas empresas estão agilizando o ressarcimento ao diminuir a burocracia do processo. "Carro é mais fácil de fazer o aviso e, com isso, os sinistros de veículos devem diminuir nos próximos meses", completa Oliveira.
Segundo ele, algumas seguradoras fazem o ressarcimento em até 48 horas após o pedido do clientes. "As seguradoras tem dispensado a apresentação de todos os documentos que eram exigidos antes", explica.
Ilan Kajan, CEO da Alper Seguros (corretora que trabalha diversas seguradoras na carteira), corrobora com a afirmação de Oliveira. "
Sinistros devem aumentar
Segundo levantamento do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores), a frota do Rio Grande do Sul, entre leves e pesados, é de 2,8 milhões de veículos. Conforme informa o presidente da CNSeg, apenas 30% dos consumidores costumam fazer seguro.
Com base nesses dados, podemos estimar que existem 840 mil automóveis segurados no RS, mas nem todos sofreram danos nas enchentes que começaram no fim de abril. Contudo, se considerarmos, de forma hipotética, que apenas 10% deles foram afetados, a conta nos leva a 84 mil carros, número muito superior aos 19 mil divulgados hoje. Apesar de o presidente da CNSeg afirmar que o número de avisos de sinistros deve diminuir nos próximos meses, a probabilidade dos números afirma o oposto.
Um seguro para o seu seguro?
E não são só os clientes físicos que possuem seguros. As seguradoras também possuem os seus meios de assegurar as suas operações. Um deles é contratar uma resseguradora, ou seja, um seguro para a própria seguradora, que é usado nesses momentos de crise ou catástrofes ambientais onde o número de sinistros aumenta repentinamente e muitas vezes não há dinheiro suficiente no caixa para restituir os bens dos clientes.
"O resseguro é contrtado para que as seguradoras fiquem menos expostas a esses tipos de eventos. Isso é muito saudável para o mercado de seguros no Brasil e muitos estão contratando resseguradoras. Essas, muitas vezes, são empresas internacionais e pagam seus clientes em dólar, o que pode trazer outros benefícios para as empresas de seguro que fazem seus pagamentos em real para os clientes.

Estados sugerem que União abata juros de suas dívidas e direcione parte da verba para infraestrutura, diz Padilha

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, informou nesta quarta-feira (19) que os estados propuseram ao governo que parte dos recursos oriundos da redução dos juros de sua dívida fossem aplicados em um fundo de infraestrutura — que realizaria obras não apenas nos estados devedores, mas também naqueles que não têm endividamento com a União.
A declaração foi dada pelo ministro após reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e também com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan.
A proposta dos estados é um pouco diferente daquela feita pelo governo federal, em março, pela qual a redução dos juros tinha como contrapartida, por partes dos entes federativos, somente a ampliação de matrículas no ensino médio técnico.
"Essa redução dos juros, uma parte desse recurso é investido no próprio Estado que renegociou a dívida. Prioritariamente a educação, mas abrindo a possibilidade de uma parte desse recurso é investido em infraestrutura também. E um pedaço menor dessa redução de juros iria para um fundo nacional de equalização, ou seja, poderia ser investido também nos outros estados, tanto em educação quanto também uma parte menor desse recurso de infraestrutura", afirmou Padilha a jornalistas.
Segundo ele, o governo ainda vai avaliar a proposta dos estados. "Isso foi bem recebido na medida que cria um ambiente ainda mais positivo no Senado para a aprovação, porque envolve o interesse de todos os estados", acrescentou.
De acordo com o governo federal, a dívida dos estados soma R$ 740 bilhões. Quatro estados concentram 90% desse passivo: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
Proposta do governo
Anunciada em março, a proposta do governo para redução dos juros incidentes sobre as dívidas dos estados buscava "mais que triplicar o número de matrículas" no ensino médio profissionalizante.
Segundo a proposta da Fazenda, o programa funciona assim:
a adesão dos estados será voluntária;
quem aderir poderá pagar juros menores, entre 2025 e 2030, nos contratos de refinanciamento da dívida;
em troca, terá que bater metas de expansão das matrículas no ensino médio técnico;
quem cumprir a meta recebe uma redução de juros permanente;
estados que não tiverem dívidas com a União, ou tiverem dívida baixa, terão acesso prioritário a crédito e ações adicionais para expandir o ensino técnico.
Ainda de acordo com o governo, a meta é atingir 3 milhões de alunos matriculados no ensino médio técnico até 2030.
Segundo a área econômica, a ideia é que os estados usem a "economia" gerada pelos juros mais baixos para investir em educação. Quanto maior essa reserva, maior a redução do juro.
taxa de juros de 3% ao ano: estado terá que investir 50% da economia em vagas no ensino médio
⁠juros de 2,5% ao ano: estado terá que investir 75% da economia em vagas para o ensino médio
⁠taxa de juros de 2% ao ano: estado terá que investir 100% da economia em vagas no ensino médio