Dólar opera em alta e vai a R$ 5,48, após falas de Lula e com Livro Bege do Fed no radar; Ibovespa sobe

Bolsa Família tem fila de espera de 700 mil; gastos com o programa já estão acima do previsto
Na véspera, a moeda norte-americana caiu 0,30%, cotado em R$ 5,4288. Já o principal índice de ações da bolsa fechou em queda de 0,16%, aos 129.110 pontos, interrompendo uma sequência de 11 altas seguidas. Cédulas de dólar
Pexels
O dólar opera em alta nesta quarta-feira (17), conforme investidores repercutem novas falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o quadro fiscal do país.
Além disso, o mercado ainda continua a avaliar a participação do diretor de política monetária do Banco Central do Brasil (BC), Gabriel Galípolo, em um evento na véspera e monitoram os novos balanços corporativos do dia.
No exterior, dados econômicos norte-americanos ficam no radar, à medida que o mercado segue atento a eventuais sinais sobre o futuro dos juros nos Estados Unidos. Com isso, também há expectativa pela divulgação do Livro Bege pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
O documento é um relatório desenvolvido em conjunto pelas 12 filiais regionai da instituição e serve como um termômetro da economia dos EUA.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, também operava em alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
ENTENDA: A cronologia da disparada do dólar motivada pelos juros nos EUA, o cenário fiscal brasileiro e as declarações de Lula
CONSEQUÊNCIAS: Alta do dólar deve pressionar inflação e impactar consumo das famílias no 2º semestre, dizem especialistas
Dólar
Às 14h, o dólar operava em alta de 0,97%, cotado em R$ 5,4814. Na máxima do dia chegou a R$ 5,4874. Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda fechou em queda de 0,30%, cotada em R$ 5,4288.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,04% na semana;
recuo de 2,86% no mês;
avanço de 11,88% no ano.

Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa operava com alta de 0,28%, aos 129.468 pontos.
Na véspera, o índice teve queda de 0,16%, aos 129.110 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,17% na semana;
ganhos de 4,20% no mês;
perdas de 3,78% no ano.

LEIA TAMBÉM
30 anos do Real: como era a vida antes do plano econômico que deu origem à moeda brasileira
DINHEIRO OU CARTÃO? Qual a melhor forma de levar dólares em viagens?
DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda?
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
O principal destaque desta quarta-feira no ambiente doméstico continua sendo o quadro fiscal brasileiro.
Após declarações de Galípolo na véspera, que reafirmaram que as expectativas de inflação passam por uma revisão e que o cenário de juros mais altos por mais tempo nos EUA fortalece o dólar, o presidente Lula voltou a ficar sob os holofotes.
Em entrevista feita para a "TV Record", na véspera, o presidente afirmou que não é obrigado a cumprir a meta fiscal e que ainda precisa ser convencido sobre um eventual corte de gastos em 2024. Lula, por outro lado, disse que a meta de déficit zero (com despesas e receitas equivalentes) não está descartada e se comprometeu a cumprir o arcabouço fiscal.
"As falas do presidente acabaram reacendendo preocupações sobre o compromisso do governo sobre a gestão fiscal e a manutenção das regras fiscais vigentes", afirmou a estrategista de investimentos da XP, Rachel de Sá, durante morning call da companhia.
Após a entrevista de Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, veio a público para reiterar o compromisso do governo com o cenário fiscal.
A jornalistas, o ministro afirmou que a equipe econômica avalia quanto bloqueio e contingenciamento terá que fazer em 2024 no Orçamento para cumprir as regras do arcabouço, destacando que og voerno ainda pode revisar para cima a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para este ano. A estimativa atual é de 2,5%.
Além disso, investidores ainda aguardam novos desdobramentos sobre a votação da reforma tributária no Senado e sobre a proposta de aumentar a alíquota da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) para compensar a desoneração da folha. Na véspera, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou até 11 de setembro o prazo para que o Congresso analise medidas voltadas para este último tema.
Já no exterior, o foco do mercado fica com a divulgação do Livro Bege do Fed, uma espécie de relatório feito de forma conjunta pelas 12 filiais da instituição e que serve como um termômetro da economia norte-americana.
Nesta quarta-feira, dirigentes da instituição voltaram a fazer comentários sobre a possibilidade de cortes de juros em breve. O diretor do Fed Christopher Waller disse, por exemplo, que o país está "se aproximando" do momento de redução das taxas.
"Acredito que os dados atuais sejam consistentes com a realização de um 'pouso suave', e procurarei dados nos próximos meses que reforcem essa visão", afirmou.
Na agenda, novos dados econômicos dos Estados Unidos e balanços corporativos também ficam sob os holofotes.
Segundo o Departamento do Comércio norte-americano, a construção de residências unifamiliares nos EUA caiu 2,2% em junho, para uma taxa anual ajustada sazonalmente de 980 mil unidades. Ainda assim, a leitura é que os dados podem melhorar à frente, em meio ao otimismo sobre o início do corte de juros pelo Fed em setembro.
Já a produção nas fábricas dos EUA aumentaram 0,4% em junho, acima do esperado e contribuindo para consolidar uma forte recuperação no segundo trimestre. Os dados são do Fed.
Por fim, os sinais de favoritismo do ex-presidente Donald Trump na corrida eleitoral norte-americana também continuam a fazer preço nos mercados.
No último sábado, o ex-presidente Donald Trump sofreu um atentado a tiros enquanto discursava em um comício em Butler, no estado da Pensilvânia. Ele foi atingido na orelha direita enquanto falava e o evento foi interrompido.
O ocorrido aumentou o nível de incertezas em torno da corrida eleitoral norte-americana, uma semana após o outro candidato à presidência dos EUA, o democrata Joe Biden, ter sofrido pressões para desistir de sua candidatura.
Após o ataque, o bitcoin disparou e voltou a ficar acima dos US$ 62 mil (aproximadamente R$ 338 mil).
Nesta quarta-feira (17), os antigos rivais de Trump para a indicação presidencial republicana, Nikki Haley e Ron DeSantis manifestaram total apoio à sua candidatura na convenção do partido.
*Com informações da agência de notícias Reuters.

Nubank tem falha no app, e clientes relatam dificuldades nas redes sociais

Bolsa Família tem fila de espera de 700 mil; gastos com o programa já estão acima do previsto
Segundo o site Downdetector, mais de 700 reclamações já tinham sido feitas perto das 11h. Aos clientes, banco diz que aplicativo passa por uma 'oscilação'. Logotipo de Nubank na sede do banco em São Paulo, Brasil, 19 de junho de 2018
Paulo Whitaker/Reuters
O aplicativo do Nubank apresentava instabilidade na manhã desta quarta-feira (17). Com falha de login e sem conseguir completar operações no internet banking, clientes do banco reclamavam nas redes sociais.
O site Downdetector, que acusa problemas em canais digitais, apontava pelo menos 700 reclamações.
Site Downdetector mostra falha no app do Nubank por volta das 11h
Reprodução/Downdetector
Procurado, o Nubank ainda não informou o que houve com o app. Aos clientes, o banco informa nas redes que está passando por "uma oscilação em nosso aplicativo" e que está empenhado em solucionar e encerrar a questão.
"Lamentamos por isso e pedimos que tente entrar no aplicativo novamente mais tarde", diz o post do banco.
Nas redes sociais, vários clientes do banco reclamavam do aplicativo.
Veja abaixo:
Initial plugin text
Initial plugin text
Initial plugin text
Initial plugin text
Golpe do 'PIX errado': saiba como os criminosos agem e como não ser enganado

Smart Fit compra rede de academias Velocity por R$ 183 milhões

Bolsa Família tem fila de espera de 700 mil; gastos com o programa já estão acima do previsto
Objetivo é expandir a rede da companhia com a abertura de novas lojas. Unidade da Smart Fit
Divulgação/Facebook Smart Fit
A Smart Fit anunciou a compra da rede de academias Velocity por R$ 183 milhões. A aquisição amplia o portfólio de modalidades do segmento de Studios da companhia, que também é dona das marcas Race Bootcamp, One Pilates, Vidya, Jab House e Tonus Gym.
Segundo a empresa, a aquisição vem para consolidar o Grupo Smart Fit "como líder no segmento de estúdios fitness premium". Além da marca “Velocity”, que oferece aulas coletivas de spinning, o grupo também possui estúdios voltados ao treinamento funcional.
"O objetivo é expandir toda a rede com a abertura de novas lojas", informou em nota oficial, destacando que nada deve mudar para os clientes.
Em comunicado oficial divulgado ao mercado na véspera, a Smart Fit afirmou que o fechamento da transação estará "sujeito ao cumprimento das condições precedentes usuais para esse tipo de operação no mercado".
"Além disso, o valor da transação ainda está sujeito a ajustes usuais para esse tipo de transação a serem determinados e acordados entre as partes", disse a empresa em nota.
A companhia ainda esclareceu, no documento, que "por se tratar de aquisição efetuada por suas subsidiárias operacionais, ambas companhias fechadas, a efetivação da transação não depende de deliberação por parte da assembleia-geral" e que também não irá proporcionar direito de recesso aos seus acionistas.
Direito de recesso é quando o acionista pode se retirar da companhia por meio do reembolso de suas ações. Normalmente isso acontece quando o investidor não concorda com as decisões da assembleia-geral da empresa ou com eventuais alterações significativas em sua organização.
Fundado em 2014, o grupo Velocity é a maior rede de estúdios fitness de spinning do Brasil e conta atualmente com 82 unidades, sendo 77 são franquias.
Segundo a Smart Fit, a Velocity possui uma série de vantagens competitivas, que incluem:
produto e experiência diferenciados;
força da marca, que se tornou sinônimo de categoria; e
capilaridade, com uma rede extensa de unidades espalhadas pelas principais capitais e cidades do país.
No acumulado de 12 meses até abril deste ano, a Velocity apresentou uma receita líquida de R$ 35,6 milhões e lucro líquido de R$ 10,1 milhões.
G1 em 1 Minuto: Levantar peso na academia ajuda a carregar as sacolas do mercado?

Descompasso entre arrecadação e despesas do governo cai, mas ainda equivale a 1,9% do PIB

Bolsa Família tem fila de espera de 700 mil; gastos com o programa já estão acima do previsto
Informações constam de relatório publicado pelo Tesouro Nacional. Houve uma redução na necessidade de financiamento do governo na comparação com o mesmo período de 2023 Ministro da Fazenda Fernando Haddad
TON MOLINA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
A diferença entre a arrecadação e as despesas do governo geral – governo federal, municípios e estados – foi de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2024.
As informações constam de relatório publicado pelo Tesouro Nacional nesta quarta-feira (17).
Segundo o relatório, houve uma redução na necessidade de financiamento do governo geral na comparação com o mesmo período de 2023, no patamar de 1,9% do PIB.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no Brasil no ano. Esse indicador ajuda a medir a atividade econômica.
A necessidade de financiamento tem relação com o valor das despesas que não são compensadas pelas receitas. Ou seja, o que o governo geral gasta menos o que o governo recebe.
No primeiro trimestre de 2023, esse valor estava no patamar de 2,6% do PIB.
Ao separar os resultados por esfera de governo geral, o relatório aponta que a necessidade de financiamento do governo federal chegou a 4,9% no período ante 4,1% no primeiro trimestre de 2023.
Receitas e Despesas
Entre janeiro e março deste ano, a receita aumentou 2,2 pontos percentuais na comparação com 2023, saindo de 40% para 42,2% do PIB.
O Tesouro atribui a alta à receita com impostos sobre bens e serviços. No governo federal, o aumento da receita com PIS/Cofins sobre combustíveis – que estavam desonerados no início de 2023 – também contribuiu para o resultado.
A despesa do governo central também aumentou no período, de 42,6% em 2023 para 44,1% em 2024. Gastos com previdência e assistência social puxaram a alta.
Contudo, houve uma queda nas despesas com juros, por causa da redução na taxa Selic no período.
Déficit zero
Haddad confirma meta de déficit zero e que salário mínimo deve ser de R$ 1.502 em 2025
O governo federal definiu a meta de zerar o déficit fiscal em 2024. Isso quer dizer que despesas e receitas devem ser equivalentes, com um intervalo de tolerância de 0,25 ponto percentual, algo em torno de R$ 28 bilhões.
O equilíbrio das contas é considerado importante pelo mercado financeiro para evitar um aumento da dívida brasileira.
Segundo o colunista do g1 do Valdo Cruz, a ala econômica do governo federal considera anunciar um bloqueio de R$ 10 bilhões no próximo dia 22. Contudo, os primeiros cálculos indicam a necessidade de cortar R$ 21 bilhões do orçamento.

Bolsa Família tem fila de espera de 700 mil; gastos com o programa já estão acima do previsto

Bolsa Família tem fila de espera de 700 mil; gastos com o programa já estão acima do previsto
Por mês, verba é de cerca de R$ 14 bilhões, mas os pagamentos têm ficado em quase R$ 14,3 bilhões, o que pode pressionar o orçamento no fim do ano e dificultar redução da fila. Bolsa Família volta a ter fila de espera
Apesar do esforço do governo em excluir cadastros irregulares, o Bolsa Família tem registrado um aumento na fila de espera nesse ano. A lista agora tem quase 700 mil famílias que já tiveram os documentos aprovados, mas ainda não entraram no programa.
Em março do ano passado, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relançou sua principal vitrine social, o Bolsa Família chegou a ficar sem fila de espera. Naquele mês, o governo zerou a lista.
Em dezembro, esse número era de 175,9 mil famílias. Agora são 689,8 mil cadastros.
Quem está na fila já teve a documentação analisada e aprovada pelo Ministério do Desenvolvimento Social. Só que, por falta de dinheiro no programa, o governo não consegue pagar o benefício a todos que precisam dele.
A família que está nessa situação tem que esperar eventual aumento no orçamento do programa ou a saída de algum beneficiário para entrar no lugar dele.
Orçamento pressionado
A verba para o Bolsa Família nesse ano é de R$ 168,6 bilhões. Isso significa que, em média, são R$ 14 bilhões por mês.
Porém, o gasto mensal do programa tem ficado acima disso – mesmo deixando famílias na lista de espera.
Em média, o Bolsa Família pagou por mês quase R$ 14,3 bilhões de janeiro a julho. Portanto, isso pode pressionar o orçamento no fim do ano para garantir o pagamento a quem já está no programa.
O que diz o Ministério
Pesquisadores calcularam impactos do Bolsa Família nas taxas de pobreza e extrema pobreza ao longo de 20 anos de existência do programa, de 2003 a 2023
ROBERTA ALINE/MDS via BBC
O Ministério do Desenvolvimento Social não se manifestou sobre o gasto mensal do Bolsa Família. Também não um prazo para que a fila seja zerada ou volte a cair.
Em nota, informou que o processo de averiguação e revisão cadastral, o chamado “pente-fino”, “tem contribuído para fazer oscilar os volumes de cancelamento [de cadastros e pagamentos], que podem ser mais expressivos em alguns meses, mas não em todos”.
A pasta disse que, após a grande ação de correção do Cadastro Único em 2023, “continua no prosseguimento da qualificação das informações neste ano”.
Para conseguir fazer o Orçamento de 2024 e de 2025 caber dentro das regras fiscais, a equipe econômica espera reduzir despesas com a busca por fraudes, inclusive no Bolsa Família.
No entanto, a fila de espera coloca um desafio nesse plano de cortar despesas, pois já há uma lista de quem tem direito ao Bolsa Família e aguarda a sua vez.
Pente-fino
Desde o ano passado, o governo tem buscado por possíveis irregularidades. Um exemplo é a exclusão de quase 2 milhões das famílias unipessoais, que tem apenas um integrante. São pessoas de baixa renda que dizem ser solteiras e não ter filhos.
Esse tipo de cadastro deu um salto no último ano do governo de Jair Bolsonaro (PL).
Eram 2,2 milhões em outubro de 2021, um ano antes da eleição presidencial. Esse número subiu para 5,8 milhões em novembro de 2022, no segundo turno da eleição. Agora, são cerca de 3,9 milhões.
Especialistas dizem que essas famílias se utilizaram de brechas no programa para receber mais dinheiro. Como Bolsonaro estabeleceu que todos receberiam um valor mínimo e independente do tamanho da família, houve casos de casais que fizeram cadastros separados para dobrar a renda transferida pelo programa.
Só que esse “pente-fino” não tem sido suficiente, pois o fluxo de pessoas querendo entrar no Bolsa Família continua alto.
Por isso, é que a fila de espera tem crescido nos últimos meses.