Como um pesquisador brasileiro está treinando a inteligência artificial para prever secas-relâmpago

Governo reformula Voa Brasil e deve lançar programa com foco apenas em aposentados
Decorrente das mudanças climáticas, fenômeno de curta duração e forte intensidade depende de um humano para ser identificado. Objetivo de tecnologia é prever – e alertar – eventos climáticos extremos. Queimadas no Pantanal foram intensificadas por secas-relâmpagos – evento extremo climático de curta duração e forte intensidade.
Araquém Alcântara/ Reprodução
As informações das condições climáticas que levaram à seca-relâmpago que agravou incêndios no Pantanal e às chuvas extremas no Rio Grande do Sul foram capturados por satélites e sistemas de monitoramento que armazenam milhões de dados. Interpretar os números e padrões – antes de as tragédias acontecerem – é um dos desafios dos especialistas.
Para otimizar esse trabalho, que as mudanças climáticas tornam mais urgente, um pesquisador brasileiro está treinando um modelo de inteligência artificial (IA). O professor Humberto Barbosa, meteorologista da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), desenvolveu um algoritmo para detectar secas-relâmpagos.
➡️Diferente do lento processo de desertificação tradicional, a seca-relâmpago é um evento extremo climático de curta duração e forte intensidade. Segundo Barbosa, é uma nova tipologia de seca, decorrente das mudanças climáticas.
“Diante das emergências climáticas e enorme volume de dados históricos, usar a IA contribui para uma melhor estimativa futura destes eventos climáticos extremos. É um avanço tecnológico, considerando que os modelos climáticos atuais não possuem habilidade para detectar secas-relâmpagos”, afirmou o pesquisador.
🔎Os modelos meteorológicos atuais estimam variáveis como chuva, temperatura e vento, mas não preveem fenômenos climáticos. Hoje, a previsão de secas ou inundações depende da interpretação dos especialistas – humanos.
🤖 Para identificar o novo fenômeno, os pesquisadores usaram um recurso de IA chamado de Redes Neurais Convolucionais (CNNs). Este mecanismo é muito utilizado para o processamento de imagens. Ele utiliza camadas de filtros para detectar características e padrões na imagem. As redes neurais hoje são utilizadas desde o reconhecimento facial até a descoberta de doenças em imagens de raio-x.
O estudo conduzido por Barbosa foi desenvolvido no Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), da Ufal, em parceria com universidades da Alemanha e da Índia, e publicado na revista Atmosphere no final de junho. Barbosa é um dos maiores estudiosos em desertificação no país – há 20 anos se debruça sobre o tema.
“O objetivo principal é fazer a IA identificar secas-relâmpago sem interpretação do homem, mas alimentada com dados observacionais por satélite e treinada com o conceito definido pelo homem”, explicou o pesquisador.
Como o treinamento foi feito
Para o treinamento da máquina, Barbosa forneceu um conjunto de dados referentes à uma grande seca no semiárido brasileiro em 2012. E deu certo: o modelo conseguiu prever o que aconteceu.
O pesquisador explica que usou referências de um episódio no passado para que pudesse validar as conclusões do algoritmo.
Naquele ano, a seca-relâmpago que atingiu a região durou 28 dias, mas acabou influenciando uma seca tradicional que durou seis anos – evento de maior duração já registrado no Brasil desde 1860, segundo Barbosa.
À esquerda: imagem do que aconteceu em 2012. À direita: o que a inteligência artificial detectou com os dados fornecidos.
LAPIS/Divulgação
💻 O próximo passo é aprimorar a tecnologia para que a inteligência artificial ajude a detectar, prever e alertar eventos climáticos extremos – e assim facilite a adaptação e a mitigação dos impactos.
“No futuro, a IA com dados de alta frequência poderá ser mais eficiente do que nós climatologistas”, disse o pesquisador.
🎲 Dados de alta frequência são conjuntos de dados com muitas repetições. Por exemplo: informações a cada cinco minutos sobre a umidade do solo. Quanto menor o intervalo de tempo entre a coleta de dados, ou seja, quanto maior a frequência, mais subsídio os especialistas têm para observar os fenômenos climáticos.
Secas-relâmpago na Amazônia
Secas-relâmpago aparecem em vermelho e laranja no mapa de monitoramento do solo feito pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites, da Ufal, no dia 10 de julho de 2024
Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis)
🛰️ O mapa de monitoramento do solo feito pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites, da Ufal, mostra que nos últimos três meses, secas-relâmpago atingiram drasticamente o Centro-Sul do país.
🚒De acordo com o laboratório, isso ajudou a intensificar os incêndios no Pantanal. O fogo está consumindo o bioma há mais de três meses. Mais de 764 mil hectares foram destruídos, o que deixa um rastro de devastação ambiental e morte de animais.
🚨 De acordo com o mapeamento, grande parte da Amazônia brasileira, Centro-Oeste, Sudeste e Sul continua sob impacto das secas-relâmpago (veja os pontos em laranja e vermelho no mapa acima).
As secas-relâmpago são caracterizadas por períodos abruptos de pouca chuva, levando ao início de uma seca repentina, acompanhadas por altas temperaturas. Ela faz com que as lavouras sejam perdidas de forma muito mais rápida do que durante as longas secas convencionais, quando o processo era mais lento e gradativo.
A previsão é que na maior parte do inverno a estiagem predomine em grande parte do Centro-Sul, com chuvas abaixo da média histórica.
O pesquisador destaca que as secas-relâmpago tem como próximo destino a Amazônia brasileira.
“Isso será muito mais impactante do que está sendo no Pantanal, se não tiver uma resposta rápida por parte do Ministério do Meio Ambiente, na Amazônia será muito maior”, alertou Barbosa.

WhatsApp deixará de funcionar em celulares básicos com sistema KaiOS

Governo reformula Voa Brasil e deve lançar programa com foco apenas em aposentados
Desde junho, os usuários não podem mais baixar o app de mensagens em smartphones com esse software. Quem já tem instalado pode usá-lo até o início de 2025. KaiOS
Divulgação
Celulares com o sistema KaiOS deixarão de ter o aplicativo do WhatsApp funcionando a partir de 2025. A informação foi confirmada pela KaiOS Technologies, empresa responsável pela KaiOS, em um comunicado em seu site. O motivo da suspensão não foi divulgado.
Assim como o Android e o iOS (iPhone), o KaiOS é um sistema operacional (software) de celulares. A plataforma é conhecida por ser mais básica, voltada para celulares baratos, que lembram aqueles que eram muito populares antes dos smartphones.
"O WhatsApp anunciou o fim do seu serviço na plataforma KaiOS. Para dispositivos habilitados para KaiOS adquiridos e ativados antes de 25 de junho de 2024, se o usuário já estiver conectado no WhatsApp, o aplicativo permanecerá funcional até o início de 2025", informou a KaiOS Technologies.
Por outra lado, se você nunca instalou o app de mensagens em seu aparelho com esse software, a empresa informa que, desde 25 de junho de 2024, já não é mais possível baixá-lo.
Segundo o central de ajudar do WhatsApp, não há mudanças para quem usa Android e iPhone. O app é compatível com celulares que rodam Android 5.0 ou posterior, e iOS 12 e superior.
O sistema KaiOS é bem mais limitado que os de Google e Apple, mas, segundo sua fabricante, em 2021, ele estava presente em mais de 150 milhões de celulares. Ele se concentra em países da Ásia, da África e da América do Sul, incluindo o Brasil.
Os celulares que utilizam a plataforma têm telas menores, teclados físicos (em vez da tela touch) e bem menos memória que os iPhones mais modernos, por exemplo.
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A praia perfeita que o Instagram não conseguiu arruinar

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Na maré baixa e com condições meteorológicas favoráveis, o Espelho do Mar de Fukutsu se espalha pelos 3 km de praia. Na maré baixa e com condições meteorológicas favoráveis, o "Espelho do Mar" de Fukutsu se espalha pelos 3 km de praia da região
GETTY IMAGES
"Toda manhã, quando venho trabalhar, olho para o oceano e penso: 'como está o dia hoje?'", conta Rumi Nakamura.
"Se o oceano estiver bonito, com sua cor azul, fico feliz. E, se as ondas forem fortes, sinto meu coração agitar. Nós [moradores locais] temos muito orgulho do mar, é como se ele fosse parte da nossa família."
Nakamura cresceu em Fukutsu, na prefeitura de Fukuoka, no sul do Japão – bem no litoral.
O oceano sempre ocupou um lugar especial no seu coração. Ela brincava na areia da praia com seus amigos e nadava nas águas do mar.
Mas, depois de visitar praias em outros lugares do mundo, ela percebeu que existe algo no litoral de Fukutsu que o torna ainda mais especial: o deslumbrante efeito de espelho, que se forma ao longo dos seus 3 km de areia.
Sob condições ideais, ela conta que é possível observar belos reflexos do céu sobre as praias. A sensação é que estamos no limite extremo da Terra.
"Desde a minha infância, sabíamos que, quando a maré vai embora e alguém fica de pé em um local mais distante, essa pessoa ou as nuvens serão refletidas na água, criando um cenário muito bonito", ela conta.
Agora, Nakamura trabalha no escritório local de turismo, para divulgar toda essa beleza para o mundo.
Dificilmente se encontra algum tipo de lixo na faixa de areia intocada de Fukutsu, no sul do Japão
GETTY IMAGES
Quando ela era criança, aquele era um simples segredo guardado pelos moradores locais. Mas, nos últimos anos, o surpreendente fenômeno, chamado em japonês de Fukutsu Kagami no Umi ("Espelho do Mar de Fukutsu"), ganhou fama muito além da região. Ele atrai multidões de turistas para a pequena cidade litorânea.
A região de Fukutsu já é conhecida nacionalmente pelo belo cenário do pôr do sol sobre o santuário Miyajidake.
Em fevereiro e outubro, a luz do sol cria uma linha perfeita sobre a estrada que liga o santuário ao mar.
Mas, para tentar encontrar novas formas de trazer visitantes para a região, em 2021, Nakamura e o escritório de turismo começaram a incentivar os visitantes a tirar e compartilhar fotos do Espelho do Mar de Fukutsu.
A divulgação do Espelho do Mar de Fukutsu coincidiu com a pandemia de covid-19, segundo ela.
"Quando as pessoas não podiam ir para locais fechados repletos de gente, eles podiam vir para a praia aberta, sem precisar falar nem se aproximar dos demais, e tirar uma foto", explica Nakamura.
"Olhar para o mar e se libertar daquele acúmulo de estresse servia para dar energia para o dia seguinte", diz ela.
Os visitantes começaram a chegar e passaram a postar suas fotos do espelho natural no Instagram.
E o escritório de turismo publicava dicas para tirar a foto perfeita e postá-la no website do Espelho do Mar de Fukutsu.
Pouco tempo depois, passou a ser normal ver casais apontando suas câmeras para uma foto romântica ou grupos de amigos pulando no ar várias vezes, até que a imagem fosse capturada com perfeição.
As nuvens oferecem uma textura especial aos reflexos do Espelho do Mar de Fukutsu
GETTY IMAGES
É neste ponto que a história de Fukutsu tomou um rumo diferente.
Em outros lugares, este sucesso turístico teria terminado em hordas de visitantes e pilhas de lixo, como acontece nas praias do Mediterrâneo, ou com as 11 toneladas de resíduos encontradas no topo do monte Everest.
Mas, em Fukutsu, os moradores locais priorizaram a manutenção das suas praias intocadas. E eles correram para proteger seu ambiente natural dos caçadores de selfies e turistas do Instagram.
Hoje, o visitante que for àquele trecho do litoral japonês provavelmente irá encontrar uma faixa infinita de areia, pessoas praticando windsurf e moradores locais em suas caminhadas diárias – além dos turistas tentando tirar a foto perfeita.
Não há sinais de garrafas plásticas se empilhando nos cantos, nem pacotes de salgadinhos voando pelo ar. Qualquer lixo perdido será rapidamente identificado e recolhido.
Isso porque os moradores locais se comprometeram a retirar todo o lixo que encontrarem nas suas frequentes caminhadas pela praia. E grupos de pessoas se reúnem no fim de semana ou em outros dias combinados para mais sessões de limpeza.
Muitas dessas atividades são conduzidas por organizações sem fins lucrativos, dedicadas a atividades ambientais e de conservação.
A população de Fukutsu é de apenas 60 mil habitantes, mas a prefeitura local reconhece mais de 30 desses grupos – e o próprio governo ajuda nos trabalhos, promovendo fóruns e simpósios para ajudar a educar os moradores sobre questões ambientais.
Existem até "ecolojas" certificadas por toda a cidade. Elas ganham esta certificação implementando atividades ambientalmente conscientes, como a redução ou reciclagem dos resíduos.
Muitas delas se dedicam ao mar, mas existe uma consciência geral sobre o meio ambiente e a natureza local. E os moradores locais esperam que os visitantes reconheçam e reproduzam essa conscientização.
Os turistas podem colaborar com a limpeza das praias recolhendo seu lixo durante suas visitas
GETTY IMAGES
Grande parte do incentivo se resume simplesmente à inexistência de sujeira nas praias.
"Se houver lixo sobre lixo, as pessoas irão pensar que não há problema em jogar coisas fora naquele local", explica Nakamura.
"Acho que o hábito de manter a praia limpa, antes de tudo, é o mais importante para evitar que isso aconteça", ela acrescenta.
Parte da motivação para proteger o litoral de Fukutsu vem de uma espécie animal ameaçada de extinção – a tartaruga-marinha-comum.
O litoral de Fukutsu era um local frequente de reprodução das tartarugas. Mas, desde 2010, seus números vêm diminuindo.
A causa é desconhecida, mas a recente fama de Fukutsu como ponto turístico e local de fotografias gerou a preocupação de que o aumento do número de visitantes possa prejudicar ainda mais as tartarugas no futuro.
"Queremos que as pessoas venham se divertir", afirma Shota Chawara, funcionário da Divisão da Tartaruga-Marinha de Fukutsu, criada para ser um centro de apoio para os problemas ambientais locais e a proteção da tartaruga-marinha.
Mas ele já levantou preocupações no passado, com tartarugas comendo plástico por engano e morrendo. Por isso, ele aconselha: "não deixe sujeira quando vier visitar, leve o lixo de volta para casa com você".
Ele também alerta aos turistas para que evitem visitar o litoral à noite e mantenham silêncio para não afugentar as tartarugas. E é preciso ter cuidado ainda maior durante o período de reprodução, que normalmente vai de junho até agosto.
Uma das contribuições que os visitantes podem oferecer é simplesmente recolher o lixo durante a sua visita. Você pode pedir sacos e pinças para o escritório de turismo e levar o lixo para o seu ponto de coleta especificado.
Existe até um tour dos pontos turísticos da região de Fukutsu – atualmente, apenas em japonês, mas com planos de criação de uma versão em inglês – que inclui uma atividade de coleta de lixo no Espelho do Mar de Fukutsu.
Todas as pessoas com quem conversei deixaram muito claro que estão otimistas em relação a essas atividades e à consciência ambiental. Elas desejam compartilhar o belo litoral de Fukutsu com o mundo.
Depois de me contar como ela olha para o mar todos os dias e sente seu humor mudar de acordo com a sua aparência, Nakamura declarou:
"Esperamos que as pessoas de todo o mundo venham conhecer o Espelho do Mar de Fukutsu e também ajudar a proteger este belo oceano. Eu adoraria se todos pudessem participar do ciclo de visitas e fazer parte dos esforços [de limpeza]."
Como observar o espelho do mar
Os reflexos do Espelho do Mar de Fukutsu podem surgir em qualquer ponto da linha costeira de 3 km, que é dividida em três praias diferentes: praia de Tsuyazaki, praia de Miyajihama e praia de Fukuma.
Mas o fenômeno pode ser um tanto elusivo, pois está sujeito às marés e às condições do tempo.
O melhor momento é durante a maré baixa, quando a maior parte da praia é exposta à luz do sol e a água do mar que permanece sobre a areia pode criar o efeito de espelho, quando os ventos não forem fortes demais.
Os visitantes podem consultar as previsões das marés no website Kagami no Umi (em inglês).
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Dólar abre em alta nesta quarta-feira, após falas de Lula e à espera do Livro Bege do Fed

Governo reformula Voa Brasil e deve lançar programa com foco apenas em aposentados
Na véspera, a moeda norte-americana caiu 0,30%, cotado em R$ 5,4288. Já o principal índice de ações da bolsa fechou em queda de 0,16%, aos 129.110 pontos, interrompendo uma sequência de 11 altas seguidas. Cédulas de dólar
Pexels
O dólar abriu em alta nesta quarta-feira (17), conforme investidores repercutem novas falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o quadro fiscal do país.
Além disso, o mercado ainda continua a avaliar a participação do diretor de política monetária do Banco Central do Brasil (BC), Gabriel Galípolo, em um evento na véspera e monitoram os novos balanços corporativos do dia.
No exterior, dados econômicos norte-americanos ficam no radar, à medida que o mercado segue atento a eventuais sinais sobre o futuro dos juros nos Estados Unidos. Com isso, também há expectativa pela divulgação do Livro Bege pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
O documento é um relatório desenvolvido em conjunto pelas 12 filiais regionai da instituição e serve como um termômetro da economia dos EUA.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
ENTENDA: A cronologia da disparada do dólar motivada pelos juros nos EUA, o cenário fiscal brasileiro e as declarações de Lula
CONSEQUÊNCIAS: Alta do dólar deve pressionar inflação e impactar consumo das famílias no 2º semestre, dizem especialistas
Dólar
Às 09h20, o dólar operava em alta de 0,39%, cotado em R$ 5,4500. Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda fechou em queda de 0,30%, cotada em R$ 5,4288.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,04% na semana;
recuo de 2,86% no mês;
avanço de 11,88% no ano.

Ibovespa
As negociações do Ibovespa, por sua vez, só começam a partir das 10h.
Na véspera, o índice teve queda de 0,16%, aos 129.110 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,17% na semana;
ganhos de 4,20% no mês;
perdas de 3,78% no ano.

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O que está mexendo com os mercados?
O principal destaque desta quarta-feira no ambiente doméstico continua sendo o quadro fiscal brasileiro.
Após declarações de Galípolo na véspera, que reafirmaram que as expectativas de inflação passam por uma revisão e que o cenário de juros mais altos por mais tempo nos EUA fortalece o dólar, o presidente Lula voltou a ficar sob os holofotes.
Em entrevista feita para a TV Record, na véspera, o presidente afirmou que não é obrigado a cumprir a meta fiscal e que ainda precisa ser convencido sobre um eventual corte de gastos em 2024. Lula, por outro lado, disse que a meta de déficit zero (com despesas e receitas equivalentes) não está descartada e se comprometeu a cumprir o arcabouço fiscal.
"As falas do presidente acabaram reacendendo preocupações sobre o compromisso do governo sobre a gestão fiscal e a manutenção das regras fiscais vigentes", afirmou a estrategista de investimentos da XP, Rachel de Sá, durante morning call da companhia.
Após a entrevista de Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, veio a público para reiterar o compromisso do governo com o cenário fiscal.
A jornalistas, o ministro afirmou que a equipe econômica avalia quanto bloqueio e contingenciamento terá que fazer em 2024 no Orçamento para cumprir as regras do arcabouço, destacando que og voerno ainda pode revisar para cima a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para este ano. A estimativa atual é de 2,5%.
Além disso, investidores ainda aguardam novos desdobramentos sobre a votação da reforma tributária no Senado e sobre a proposta de aumentar a alíquota da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) para compensar a desoneração da folha. Na véspera, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou até 11 de setembro o prazo para que o Congresso analise medidas voltadas para este último tema.
Já no exterior, o foco do mercado fica com a divulgação do Livro Bege do Fed, uma espécie de relatório feito de forma conjunta pelas 12 filiais da instituição e que serve como um termômetro da economia norte-americana.
Novos dados da produção industrial dos Estados Unidos e balanços corporativos também ficam sob os holofotes.
Por fim, os sinais de favoritismo do ex-presidente Donald Trump na corrida eleitoral norte-americana também continuam a fazer preço nos mercados.
No último sábado, o ex-presidente Donald Trump sofreu um atentado a tiros enquanto discursava em um comício em Butler, no estado da Pensilvânia. Ele foi atingido na orelha direita enquanto falava e o evento foi interrompido.
O ocorrido aumentou o nível de incertezas em torno da corrida eleitoral norte-americana, uma semana após o outro candidato à presidência dos EUA, o democrata Joe Biden, ter sofrido pressões para desistir de sua candidatura.
Após o ataque, o bitcoin disparou e voltou a ficar acima dos US$ 62 mil (aproximadamente R$ 338 mil).
Nesta quarta-feira (17), os antigos rivais de Trump para a indicação presidencial republicana, Nikki Haley e Ron DeSantis manifestaram total apoio à sua candidatura na convenção do partido.
*Com informações da agência de notícias Reuters.

Governo reformula Voa Brasil e deve lançar programa com foco apenas em aposentados

Iniciativa tem sido adiada desde o ano passado; Alunos do Prouni não devem mais ser incluídos no programa, que ofertará passagens aéreas por até R$ 200. O programa Voa Brasil, que deverá proporcionar passagens aéreas de até R$ 200, deverá ser focado em aposentados. Inicialmente, o governo previa que o público do programa seria mais amplo e também incluiria alunos do Programa Universidade Para Todos (Prouni) – de bolsas universitárias para alunos de baixa renda.
Porém, o governo federal quer, primeiro, avaliar o resultado da oferta de passagens.
No primeiro ano, devem ser colocados à venda 3 milhões de bilhetes. A previsão mais recente é que o Voa Brasil seja lançado até o fim de julho, mas esse prazo ainda depende de aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Para ter direito à compra, o aposentado não pode ter viajado de avião nos últimos 12 meses.
Será criado site para facilitar a busca pelos bilhetes oferecidos a até R$ 200 pelo trecho e, segundo integrantes do governo envolvidos nas discussões, o aposentado precisará entrar com o cadastro do gov.br. Com base nessas informações, o sistema já saberá se a pessoa viajou de avião ou não no último ano.
Quando encontrar uma passagem que deseja, o aposentado será redirecionado pelo portal para o site da própria companhia aérea, já na parte para finalizar a compra.
Essa foi uma forma encontrada para dar mais segurança e evitar que essas pessoas sejam vítimas de golpes.
Atualmente, há mais de 23 milhões de aposentados no Brasil. O governo chegou a pensar em limitar o programa a quem recebesse até dois salário mínimo. Mas cerca de 85% dos aposentados já estão dentro desse critério.
Programa Voa Brasil tem histórico de adiamentos
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Acordo com companhias
Não haverá gasto de dinheiro do Orçamento federal para reduzir o custo das passagens para quem comprar pelo Voa Brasil. O trabalho do governo foi costurar com as companhias áreas um acordo para que ofereçam os bilhetes a esse preço para quem não viajou nos últimos 12 meses.
O argumento do governo é que essas pessoas vão ocupar vagas ociosas nos aviões.
Segundo dados levantados por auxiliares do presidente Lula, a aviação civil movimentou aproximadamente 112 milhões de passageiros no ano passado. Desse total, cerca de 12% (mais de 13 milhões) das passagens foram vendidas por até R$ 200.
A expectativa é que os 3 milhões de bilhetes do Voa Brasil façam essa fatia crescer, pois as empresas aéreas ocupariam os lugares vazios nos aviões com aposentados que não costumam viajar.
Atraso
O Voa Brasil foi anunciado em março de 2023 pelo então ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, que deixou a pasta sem lançar o programa. Silvio Costa Filho assumiu o ministério em setembro e, em dezembro, disse que a iniciativa só sairia do papel em 2024.
França assumiu, no início deste ano, o Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.
O Voa Brasil vem sendo discutido pelo governo desde o ano passado, mas ainda não saiu do papel. O assunto voltou a ser tratado entre o Ministério de Portos e Aeroportos e a Casa Civil nos últimos dias. A expectativa é que, após o aval de Lula, o programa seja lançado e comece a funcionar logo em seguida –talvez até no mesmo dia.