Ibovespa tem 11 altas seguidas em julho; entenda a melhora da bolsa no último mês

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Reforço dos sinais de que os juros nos EUA podem cair e de que a equipe econômica deve dar mais atenção aos gastos públicos no Brasil ajudaram a construir uma alta de 8,4% em 30 dias. Ibovespa
Burak The Weekender/Pexels
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, teve um grande respiro neste mês de julho, com a melhora do ambiente macroeconômico local e internacional.
Há um mês, no dia 17 de junho, o indicador anotava a pior pontuação do ano, com 119.138 pontos. No fechamento de terça-feira, chegou aos 129.160 pontos, uma alta de 8,4%.
Foram 11 altas consecutivas, igualando uma série de ganhos que não acontecia desde o início de 2018.
Com a melhora, o Ibovespa caminha para zerar as perdas de 2024. Até o momento, com o pregão desta terça-feira (16), o Ibovespa acumula uma queda de apenas 3,7% no ano. Há um mês, a queda acumulada era de 11,21%.
O movimento, segundo especialistas consultados pelo g1, pode ser explicado por uma combinação fatores.
São eles:
O maior otimismo com o cenário de juros nos Estados Unidos;
A melhora da percepção sobre o ambiente fiscal brasileiro; e
A amenização das preocupações sobre a nova gestão do Banco Central e o futuro da Selic.
Entenda nesta reportagem como cada um desses fatores afetou o Ibovespa e quais as expectativas do mercado à frente.

Maior otimismo com os juros nos Estados Unidos
Neste ano, o principal fator que tem mexido com os mercados de capitais ao redor do planeta é o quadro de juros norte-americanos.
O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) tinha encerrado 2023 com uma leitura bastante otimista, e indicava um possível corte de juros já nos primeiros meses de 2024.
Com a indicação de que os preços estavam mais controlados e a atividade mais contida nos Estados Unidos, investidores chegaram a precificar que a instituição faria de seis a sete cortes nas taxas de juros ao longo deste ano.
Mas, no primeiro semestre deste ano, houve uma mudança nas sinalizações do BC norte-americano, que penalizou os mercados no mundo todo.
Os dados mostravam um mercado de trabalho bastante aquecido, que geram uma pressão extra nos preços ao consumidor do país. Além disso, a atividade econômica nos EUA não mostrava sinais de desaceleração.
Assim, reacenderam as preocupações do Fed sobre a trajetória de inflação na maior economia do mundo, o que acabou postergando o início do ciclo de cortes de juros pela instituição. O início estava previsto inicialmente para março, mas até o momento o Fed não se mexeu.
“Tivemos um reajuste de expectativas pelo mercado que fez reduzir a estimativa de seis ou sete cortes de juros pelo Fed para um ou dois cortes. Com isso, começamos a ver um cenário de taxas muito mais altos por mais tempo do que se esperava, o que acabou prejudicando o Brasil”, explicou a estrategista de ações de research da XP Investimentos, Jennie Li.
O quadro de juros mais altos nos EUA também trouxe uma mudança nas carteiras dos investidores. Eles optaram por migrar seus recursos, tirando-os de ativos de risco (como ações) e colocando-os nos Treasuries (títulos do Tesouro norte-americano), que são considerados os mais seguros do mundo.
Por aqui, ainda havia uma desconfiança de que o governo teria capacidade de colocar as contas públicas no lugar (saiba mais abaixo). A junção de cenários acabou diminuindo a atratividade das bolsas de valores aqui e no mundo. No Brasil, resultou em uma saída de mais de R$ 30 bilhões de recursos estrangeiros.
Agora, no entanto, com dados econômicos mais comportados nos Estados Unidos, o quadro parece um pouco mais previsível. No último mês, houve uma nova onda de otimismo conforme dados de inflação mostraram menos ímpeto de subida e o mercado de trabalho se enfraqueceu.
“Temos visto um aumento da probabilidade de corte de juros pelo Fed em setembro e as falas de Powell [presidente do Fed] também têm vindo em um tom mais positivo. E isso tem ajudado não só o Brasil, mas os emergentes em geral neste mês de julho”, disse o gestor de renda variável da Western Asset, Naio Ino.
Na última segunda-feira (15), por exemplo, Powell afirmou que as leituras de inflação no segundo trimestre “aumentaram um pouco a confiança” de que os preços estão voltando à meta do Fed de forma sustentável. O comentário foi lido como uma sinalização de que o início dos cortes de juros pela instituição pode acontecer em breve.
Segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group, até esta terça-feira (16), o mercado apostava em uma probabilidade de 91,6% de que o Fed comece a reduzir as taxas em setembro.
Com juros mais baixos, o fluxo se inverte: investidores saem de ativos seguros e passam a considerar a bolsa de valores.
A melhora do cenário fiscal brasileiro
Apesar de os números das contas públicas ainda não estarem incontestavelmente melhores, o mercado financeiro reagiu bem às últimas sinalizações da equipe econômica sobre as contas públicas.
Para entender melhor, é preciso voltar no tempo. Em maio, as contas do governo federal registraram déficit (despesas maiores que despesas) de R$ 61 bilhões.
Em resposta às cobranças do mercado financeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez diversas afirmações que contrariavam ou relativizavam a necessidade de um corte de gastos.
Lula afirmou que a economia não podia deixar de lado o social e fez uma série de críticas à condução de juros por parte do Banco Central, além de ter indicado que o governo precisaria entender se a saída era o corte de gastos ou o aumento da arrecadação.
Já no começo deste mês — e com um dólar que foi às alturas por conta da turbulência —, o tom de Lula mudou. O presidente veio a público e afirmou que “responsabilidade fiscal é compromisso” do governo, e que determinou que a equipe econômica cumpra o arcabouço fiscal.
Naquele mesmo dia, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que a equipe econômica deve continuar buscando a meta fiscal e anunciou um corte de R$ 25 bilhões em despesas obrigatórias a serem feitas no Orçamento de 2025.
“Essa redução da 'temperatura' também acabou ajudando os mercados”, disse Ino, da Western Asset, destacando que outros fatores também trouxeram melhoras em papéis específicos.
É o caso, por exemplo, do anúncio de alta nos preços de combustíveis pela Petrobras que, segundo ele, “tirou um pouco da percepção negativa do mercado em relação à companhia”. Isso porque havia temores por parte do mercado de que haveria intervenção do governo na política de preços da estatal, após a indicação de Magda Chambriard para a presidência da companhia.
“Esse conjunto de notícias positivas acaba ajudando a nossa bolsa”, afirmou Ino.
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Menos preocupações sobre o BC e a Selic
Por fim, outro motivo citado pelos especialistas como parte importante na melhora do Ibovespa dos últimos dias é a amenização das preocupações acerca da nova gestão do Banco Central e do futuro da taxa básica de juros brasileira, a Selic.
No primeiro semestre, uma racha no Comitê de Política Monetária (Copom) do BC havia acendido o alerta para os investidores.
Roberto Campos Neto, atual presidente da autarquia, precisou dar o voto de minerva após uma votação acirrada sobre o corte de juros. A divisão aumentou as incertezas sobre como seria a transição para a nova gestão do BC, com o novo mandato previsto para 2025.
Como o g1 mostrou à época, a preocupação dos analistas era a de que os novos diretores passassem a optar por uma condução mais frouxa da política monetária, o que implicaria em uma inflação média mais alta e juros menores (à força) na economia.
“Aquilo causou uma incerteza em relação à política monetária, mas a reunião do Copom de junho trouxe alívio”, explicou Li, da XP.
“Eles viram que o Fed ia demorar para cortar juros, que as expectativas de inflação de médio e longo prazo estavam começando a desancorar e que fazia sentido fazer uma pausa nos cortes da Selic. Foi uma decisão unânime e técnica que acabou trazendo benefício para o mercado”, completou a especialista.
O que esperar para o Ibovespa à frente?
Segundo especialistas, além da melhora do cenário macroeconômico local e internacional, os preços ainda baixos na bolsa de valores brasileira ainda podem beneficiar o Ibovespa no curto prazo.
Ainda assim, alertam que há muito a se desenrolar nos próximos meses.
Estão no radar:
O resultado da eleição presidencial norte-americana;
O corte efetivo de juros dos EUA por parte do Fed;
O cumprimento ou não das metas fiscais;
A votação da reforma tributária;
Os debates sobre o aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para compensar a desoneração da folha, entre outros.
“O mercado vai acompanhar de perto as discussões sobre contingenciamento e controle de despesas que o governo está sinalizando que vai fazer”, disse Ino, destacando que o peso que os dados de inflação e emprego nos Estados Unidos devem ter nos mercados globais também ficam na mira dos investidores.

Correção do FGTS ao menos pela inflação já valerá para distribuição de lucros em agosto

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Conselho Curador do fundo discute nesta terça-feira (16) percentual de lucro a ser distribuído aos trabalhadores. Decisão do STF estabeleceu correção a partir do IPCA. A correção do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) por, no mínimo, a inflação já vale para a distribuição do lucro bilionário do FGTS em agosto.
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O Conselho Curador do FGTS se reúne na tarde desta terça-feira (16) para aprovar as contas de 2023. Nessa reunião, o conselho vai decidir o percentual de lucro a ser distribuído aos trabalhadores.
FGTS não pode mais perder para a inflação
No ano passado, na avaliação das contas de 2022, o conselho distribuiu 99% dos rendimentos – em um total de R$ 12,7 bilhões.
O FGTS é corrigido pela Taxa Referencial (TR) mais 3%. A TR é usada como referência para algumas aplicações financeiras.
No início de junho, o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que, quando a fórmula TR mais 3% ficar abaixo da inflação, o FGTS precisa ser corrigido pelo IPCA.
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, o cálculo ficou em 4,96% em 2023. Ou seja, está acima da inflação registrada no ano, de 4,62%.
“Quando ainda somar a distribuição dos resultados, a correção será superior aos 4,62% do IPCA. Mas ainda não se tem o valor da remuneração auferida pelas contas com distribuição de resultados", disse a pasta.
FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
Lucas Figueira/G1
Entenda a decisão
A maioria dos ministros do STF entendeu que o FGTS não é um uma aplicação financeira e precisa cumprir sua função social.
Conforme a decisão do STF, nos anos em que a correção do fundo não acompanhar a inflação, caberá ao Conselho Curador determinar a forma de compensação.
Em 2021, por exemplo, a correção das contas foi de 5,83% – a fórmula de cálculo resultou em 3%, mais a distribuição dos resultados. Naquele ano, o IPCA ficou em 10,06%.
Ou seja, se o entendimento do STF já estivesse em vigor, a correção deveria ter sido de 10,06%.

Justiça aceita pedido de recuperação judicial da Casa do Pão de Queijo

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Empresa reportou dívidas de R$ 57 milhões. Pedido da companhia abrange a holding e suas 28 filiais, todas localizadas em aeroportos, e não tem impacto sobre as 170 franquias da rede. Casa do Pão de Queijo pede recuperação judicial
Reprodução/CPQ – Shopping Garden
A Justiça de São Paulo aceitou na segunda-feira (15) o pedido de recuperação judicial da Casa do Pão de Queijo. A rede de cafeterias havia protocolado o pedido no início deste mês, com uma dívida estimada em R$ 57,5 milhões.
O processo se refere à holding e suas 28 filiais, todas localizadas em aeroportos, e não tem impacto sobre as 170 franquias da rede, segundo a empresa informou ao g1.
Filial é uma loja gerida pela própria marca, enquanto a franquia é uma unidade em que terceiros adquirem o direito de operar a marca com capital próprio, repassando um valor à empresa.
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Em sua decisão, o juiz José Guilherme Di Rienzo Marrey, da 1ª Vara Regional de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem, afirmou que a empresa cumpriu com os requisitos legais para dar início ao processo.
Depois que o pedido é aceito, as execuções (cobranças de dívida) contra a companhia são suspensas por 180 dias. (entenda mais abaixo como funciona uma recuperação judicial)
"[Fica] proibida qualquer forma de retenção, arresto, penhora, sequestro, busca e apreensão e constrição judicial ou extrajudicial sobre os bens da devedora, oriunda de demandas judiciais ou extrajudiciais cujos créditos ou obrigações sujeitem-se à recuperação judicial", determinou o juiz.
O magistrado nomeou a empresa F. Rezende Consultoria e Administração Judicial Ltda como administradora judicial. Ela será responsável por processar o pedido administrativamente e apresentar seu parecer em juízo, em relatórios mensais.
Durante a recuperação, a Casa do Pão de Queijo terá que apresentar suas contas até o dia 15 de cada mês, além de entregar, mensalmente, os documentos solicitados pela administradora do processo.
As dívidas da rede
Do total da dívida da Casa do Pão de Queijo, o montante de maior valor diz respeito aos credores quirografários, que são aqueles que não têm nenhuma garantia ou direito de preferência nos pagamentos. São R$ 55,9 milhões.
Também há uma dívida estimada em cerca de R$ 1,4 milhão com credores enquadrados como Microempreendedores ou Empresas de Pequeno Porte, e R$ 224,3 mil em dívidas trabalhistas.
Além dos valores listados na recuperação judicial, o pedido também menciona que detém uma dívida de R$ 53,2 milhões com outros credores e outros R$ 28,7 milhões em dívidas tributárias com municípios, estados e a União.
O que muda com a recuperação judicial?
De acordo com a Casa do pão de Queijo, a operação de suas lojas próprias segue normalmente apesar da recuperação judicial.
Em decorrência da crise financeira que a empresa atravessa, 19 filiais foram fechadas até aqui, sendo:
cinco localizadas no Aeroporto Internacional de Brasília (DF);
quatro no Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante (RN),
uma no Aeroporto Internacional de Fortaleza (CE);
uma no Aeroporto de Vitória (ES);
uma próxima ao Aeroporto de Jacarepaguá (RJ),
uma em Tamboré, bairro de Barueri (SP);
uma no bairro Vila Nova Conceição, em São Paulo (SP);
uma na Faria Lima, avenida famosa de São Paulo (SP);
uma na Rua Oscar Freire, em São Paulo (SP);
uma no Shopping Pátio Paulista, em São Paulo (SP);
uma no Shopping Metrô Tatuapé, em São Paulo (SP);
uma no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP).
Para além das lojas que já foram fechadas e as demissões ocorridas neste processo, a companhia informa que não haverá nenhuma mudança para os funcionários das filiais que seguem em operação.
Sobre a oferta de produtos nas lojas próprias, todas localizadas em aeroportos, a empresa diz que, por enquanto, não haverá nenhuma redução. "A vida segue normalmente na Casa do Pão de Queijo", destaca a rede ao g1.
A empresa reforça, ainda, que nada mudará para o consumidor. Apesar da crise, a Casa do pão de Queijo diz que acredita em sua reestruturação e que a volta à normalidade é completamente viável, caso o plano de recuperação judicial seja aprovado.
Além disso, a empresa afirma que novas franquias serão inauguradas nos próximos meses e que "também estão previstos lançamentos de produtos no final do ano, como de costume".
Sobre a reestruturação, a companhia diz, no pedido de recuperação, que "possui um "goodwill" (termo que se refere ao status e credibilidade da marca) absolutamente capaz de promover sua recuperação e reorganização".
Após a Justiça aceitar o pedido, a empresa tem 60 dias para apresentar o seu plano de recuperação judicial, que precisa ser aprovado pelos credores.
A empresa pediu, no entanto, a antecipação dos efeitos do "stay period" , período em que são suspensas todas as ações e execuções de dívidas contra a empresa em recuperação, para a preservação das atividades do negócio.
"Isso porque, como é sabido, no momento que a dificuldade financeira se torna pública, os credores em geral, reduzem muito, quando não cortam totalmente as linhas de créditos até então dadas às empresas", pontua a ação.
Número de empresas em recuperação judicial sobe no país
Por que a Casa do Pão de Queijo pediu recuperação judicial?
Entre 2014 e 2019, a Casa do Pão de Queijo abriu dezenas de novas lojas próprias, impulsionada por eventos que trouxeram uma grande movimentação para os aeroportos brasileiros, com destaque para a Copa do Mundo em 2014 e as Olímpiadas de 2016.
A empresa destaca que, naquele momento, se tornou "a principal rede de cafeterias em aeroportos no Brasil" e que vinha experimentando um "crescimento sólido". Até que, em 2020, chegou a pandemia de Covid-19, que reduziu os trânsitos nos aeroportos e diminuiu os números de consumo.
Nos três primeiros meses de pandemia, a companhia perdeu 97% de seu faturamento, e encerrou o ano com uma queda de 50%. Naquele momento, segundo a empresa, as lojas recém-inauguradas em Fortaleza e Porto Alegre estavam ainda em fase de consolidação, e a rede tinha "financiamentos significativos a serem pagos".
"Com o fechamento dos aeroportos por várias semanas devido às medidas de contenção da pandemia, a retomada das operações foi extremamente lenta e complicada pelos novos procedimentos sanitários rigorosos. Como resultado, a Casa do Pão de Queijo teve centenas de funcionários impossibilitados de trabalhar nas lojas, levando à perda de produtos estocados", diz a ação.
A companhia cita, ainda, que os aeroportos continuaram cobrando aluguéis mesmo com a redução de passageiros, o que, em alguns casos, resultou em "dívidas injustas e impagáveis".
Também por conta da pandemia, franqueados da Casa do Pão de Queijo tiveram de encerrar suas operações, diminuindo o faturamento da rede, ao mesmo tempo em que sua produção era interrompida pelas medidas de isolamento social.
Segundo a empresa, também contribuiu para sua crise financeira a dificuldade em obter linhas de créditos viáveis, e um dos investimentos recentes deu errado: uma parceria com uma multinacional mexicana do setor de alimentos.
Por fim, as cheias históricas no Rio Grande do Sul impactaram a operação das lojas localizadas no Aeroporto de Porto Alegre.
"A tragédia climática causou um impacto financeiro negativo de quase R$ 1 milhão por mês em vendas e uma perda de EBITDA de aproximadamente R$ 250 mil por mês. Sem previsão de retorno à normalidade, a empresa teve que demitir 55 funcionários, agravando ainda mais a crise", afirma.
Como funciona a recuperação judicial
O que é a recuperação judicial?
A recuperação judicial serve para evitar que uma empresa em dificuldade financeira feche as portas. É um processo pelo qual a companhia endividada consegue um prazo para continuar operando enquanto negocia com seus credores, sob mediação da Justiça. As dívidas ficam congeladas por 180 dias e a operação é mantida.
A recuperação judicial foi instituída no Brasil em 2005 pela lei 11.101, que substituiu a antiga Lei das Concordatas, de 1945. A diferença entre as duas é que, na recuperação judicial, é exigido que a empresa apresente um plano de reestruturação, que precisa ser aprovado pelos credores.
Na concordata, era concedido alongamento de prazo ou perdão das dívidas sem a participação dos credores.
Quem pode pedir recuperação judicial?
Empresas privadas de qualquer porte e com mais de dois anos de operação podem recorrer à recuperação judicial. Porém, a lei não vale para estatais e empresas de capital misto, bem como para cooperativas de crédito e planos de saúde.
Também não podem pedir recuperação judicial as empresas que já tenham feito outro pedido há menos de cinco anos e as comandadas por empresários que já foram condenados por crime falimentar (relacionados a processos de falência).
Como é feito o pedido de recuperação judicial?
O pedido é feito à Justiça por meio de uma petição inicial que contém, entre outras informações, o balanço financeiro dos últimos três anos, as razões pelas quais entrou em crise financeira, e a lista de credores.
Depois que o pedido é aceito, a empresa tem 60 dias para apresentar o plano de recuperação e as execuções (cobranças de dívida) contra ela são suspensas por 180 dias.
A lei determina que a assembleia de credores aconteça em até 150 dias após o deferimento do processo pela Justiça, mas na prática, esse prazo costuma ser ultrapassado.
* Com reportagem de Bruna Miato

Primeiras notas de real: relembre as diferenças entre as cédulas da 1ª e da 2ª família da moeda brasileira

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Notas da 'primeira família do real' serão recolhidas por instituições financeiras, conforme instrução do Banco Central. Apesar da medida, elas seguem valendo e podem ser utilizadas normalmente. Primeira e segunda famílias do Real
Arte g1/Reprodução/BC
As primeiras notas de real emitidas no país vão sair de circulação aos poucos, conforme instrução normativa publicada pelo Banco Central do Brasil (BC).
A orientação do BC é que os bancos recolham as cédulas da chamada "primeira família do real" para que sejam substituídas por novas. Apesar da medida, as notas antigas não perdem validade e podem continuar sendo utilizadas normalmente.
"Considerando o tempo de vida útil destas cédulas, é de se supor que suas condições físicas não estejam adequadas à circulação", justificou o BC.
Segundo a autoridade monetária, notas em condições inadequadas "geram dificuldades logísticas para toda a cadeia de execução dos serviços", incluindo caixas eletrônicos e máquinas contadoras. Além disso, dificultam que elementos de segurança sejam reconhecidos pela população.
Mas qual é a diferença entre a primeira e a segunda família do real?
As notas da primeira família do real foram colocadas em circulação há 30 anos, em 1° de julho de 1994. De acordo com o BC, essas cédulas representam, atualmente, 3% do dinheiro em circulação.
Relembre os modelos abaixo:
Primeira família do real
Arte g1/Reprodução/BC
Uma das características da primeira família do real é a dimensão padronizada em 140 x 65 mm: todas as notas, de R$ 1 a R$ 100, têm a mesma altura e comprimento.
As notas antigas levam, em seu anverso, a efígie simbólica da República, interpretada sob forma de escultura.
A exceção é a cédula comemorativa de R$ 10, com a efígie de Pedro Álvares Cabral, lançada no ano 2000. (veja na arte acima)
Segunda família
Diferentemente das notas antigas, as novas cédulas — consideradas a "segunda família do real" — possuem tamanhos diferentes para ajudar com a acessibilidade para deficientes visuais.
As dimensões são:
R$ 2: 121 x 65 mm
R$ 5: 128 x 65 mm
R$ 10: 135 x 65 mm
R$ 20: 142 x 65 mm
R$ 50: 149 x 70 mm
R$ 100: 156 x 70 mm
R$ 200: 142 x 65 mm
As novas versões começaram a circular em 2010, com os valores de R$ 50 e R$ 100. Em 2012, foi a vez das novas notas de R$ 10 e R$ 20. Já em 2013, foram lançadas as de R$ 2 e R$ 5.
A cédula mais recente é a de R$ 200 — que não existia na primeira família do real —, colocada em circulação em 2020.
Todas as novas versões também levam, em seu anverso, a efígie simbólica da República, interpretada sob forma de escultura.
A famosa nota de R$ 1, lançada em 1994, deixou de ser produzida na segunda família do real.
Veja os novos modelos abaixo:
Segunda família do real
Arte g1/Reprodução/BC
‘O último plano’: podcast conta os bastidores da criação do real, moeda que mudou os rumos da economia no país há 30 anos
Jornal Nacional/ Reprodução

WhatsApp agora permite ‘favoritar’ os seus contatos; veja como funciona

WhatsApp agora permite ‘favoritar’ os seus contatos; veja como funciona
Função deixa selecionar pessoas e grupos que ficarão em uma aba nova, chamada 'Favoritos'. Recurso também está disponível para ligações. WhatsApp agora permite 'favoritar' os seus contatos; veja como funciona
Divulgação/WhatsApp
O WhatsApp anunciou nesta terça-feira (16) que os usuários já podem "favoritar" os seus principais contatos no aplicativo de mensagens.
O recurso, também disponível para ligações, começa a ser disponibilizado hoje e estará disponível para todo mundo "nas próximas semanas" (veja abaixo como configurar).
Com a atualização, no topo do app, aparecerá a opção "Favoritos", que estará ao lado de outros filtros, como "Todas", "Não lidas" e "Grupos".
A empresa afirma que a novidade, que é diferente da opção de fixar chats, possibilita encontrar rapidamente pessoas e grupos na aba exclusiva para eles.
"Seu melhor amigo ou o grupo da família, sejam quais forem seus "favoritos", eles serão os mesmos nas suas conversas e ligações, assim você pode ligar rapidamente para eles usando também a aba Ligações", disse a empresa.
Como favoritar contatos no WhatsApp
Para mensagens, abra o WhatsApp e, no topo do app, selecione o filtro "Favoritos" e coloque aqueles contatos que devem ser "favoritados";
Para ligações, vá à aba "Ligações", toque em "Adicionar favorito" e, por fim, selecione os contatos que deverão aparecer no topo do app.
Segundo a empresa, também é possível administrar seus favoritos acessando "Configurações" > "Favoritos" > "Adicionar aos favoritos".
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