Quem é o empresário de Recife que comprou 12,5% das ações da Americanas

Inácio de Barros Melo Neto é empresário do ramo da educação e dirige a Faculdade de Medicina de Olinda, que foi fundada por sua família. Ele diz que confia em virada da empresa e considera aumentar participação. O investidor e educador pernambucano Inácio de Barros Melo Neto, detentor de 12,5% das ações ordinárias da Americanas, pode elevar ainda mais sua participação na companhia, embora não tenha pretensão de se tornar seu controlador, disse ele nesta segunda-feira, em entrevista à Reuters.
“Eu acredito que a empresa vá mudar de patamar. Se o valor da ação baixar, eu posso comprar ainda mais”, disse Melo Neto em entrevista por telefone.
O nome do investidor veio a público depois que a Americanas anunciou, na noite de sexta-feira, que ele passou a deter 113 milhões de ações da varejista, conforme comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Morador de Recife, o bacharel em Direito, de 44 anos, é empresário do ramo da educação e dirige a Faculdade de Medicina de Olinda, que foi fundada por sua família.
Ele contou na entrevista à Reuters que começou a investir em bolsa de valores em 2020 e atualmente detém apenas ações da Americanas em seu portfólio, por acreditar na retomada da varejista, que pediu recuperação judicial em 2023 depois da descoberta de uma fraude contábil bilionária.
O empresário estima que no último ano e no meio tenha desembolsado mais de R$ 50 milhões na compra de ações da companhia.
Sem experiência prévia em bolsa, segundo ele, Melo Neto contou que vem estudando a área de renda variável há algum tempo e que acredita na capacidade financeira dos principais acionistas da Americanas, o trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.
No início do mês, a companhia divulgou que que esses três acionistas e seus afiliados passariam a deter 49,2% das ações da Americanas após um aumento de capital. Até meados de fevereiro de 2023, o trio detinha 30,12% da Americanas.
“Meu objetivo é vender as ações no futuro e lucrar, mas eu não tenho nenhuma pressa“, disse Melo Neto, que contou não conhecer pessoalmente nenhum dos três acionistas de referência da companhia, embora tanto ele quanto Lemann sejam investidores na área de educação.
Melo Neto disse que chegou a comprar ações da Americanas quando elas estavam valendo cerca de R$ 0,40. Na segunda-feira, a ação da companhia fechou cotada em R$ 0,62.
A investigação policial da fraude contábil da Americanas continua em andamento e existem dúvidas em relação a como a empresa vai sair deste processo, uma vez que o impacto financeiro e reputacional foi muito grande e que o setor de varejo brasileiro é muito competitivo e ágil, disse à Reuters André Pimentel, sócio da Performa Partners, que participou da reestruturação da varejista no início dos anos 2000.
Americanas: a fraude ‘bomba atômica’

Bloqueio de verbas é ‘inevitável’ e deve atingir no mínimo R$ 10 bi, diz equipe econômica ao Planalto

A equipe econômica do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já avisou ao Palácio do Planalto que um novo bloqueio de verbas no Orçamento deste ano, agora em julho, será inevitável para cumprir a meta fiscal de zerar o déficit público.
A decisão deve ser anunciada no próximo dia 22. Até aqui, a equipe econômica avalia que o contingenciamento será de no mínimo R$ 10 bilhões.
O bloqueio das verbas é considerado importante para sinalizar o compromisso do governo com o equilíbrio das contas públicas. O que, entre outros efeitos, ajudaria a evitar uma nova disparada do dólar.
💲 Por que isso importa? O governo definiu uma meta de zerar o déficit público, ou seja, não aumentar a dívida para pagar o funcionamento dos serviços públicos e dos programas sociais. Para isso, no entanto, é preciso segurar os gastos – o que também pode impactar serviços e programas.
Os primeiros cálculos do governo indicavam a necessidade de um corte ainda maior, da ordem de R$ 21 bilhões – veja no vídeo abaixo:
Haddad anuncia corte de R$ 25,9 bi em despesas e diz que Lula determinou que seja cumprido o arcabouço fiscal
Para evitar um impacto desse tamanho no orçamento, no entanto, o Executivo decidiu antecipar algumas medidas de redução de gastos.
Entre elas, a revisão das bases de dados da da Previdência Social e do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para combater irregularidades e desvios.
O Planalto acredita que esse pente-fino pode reduzir os custos dos programas sociais em pelo menos R$ 10 bilhões, já neste ano.
Com isso, o contingenciamento cairia para os cerca de R$ 10 bilhões estimados atualmente. Valor que pode cair ainda mais, para cerca de R$ 5 bilhões, com novas medidas em estudo.
Equipe econômica do governo vai revisar os gastos públicos
Revisão de benefícios
O governo já detectou uma série de irregularidades na concessão de benefícios da Previdência Social e do BPC. Entre elas:
famílias com mais de um membro cadastrado no BPC, o que é irregular;
cerca de 1 milhão de pessoas que não atualizam o cadastro há mais de quatro anos – ou seja, podem não ter mais direito às parcelas;
300 mil pessoas que estariam recebendo o BPC sem estar devidamente registradas no Cadastro Único do Governo para Programas Sociais (CadÚnico).
Um auxiliar direto do presidente faz questão de destacar que o governo não vai retirar benefícios de quem tem direito a eles, mas corrigir irregularidades.
"Não vamos tirar benefício de quem tem direito, mas cancelar daqueles que estão recebendo irregularmente", diz ele.

Dólar abre em queda nesta terça-feira, de olho em Galípolo e dados dos EUA

Carne, arroz e feijão: quais alimentos poderiam ficar mais baratos se tiverem imposto zerado ou menor na reforma tributária
Na véspera, a moeda norte-americana subiu 0,26%, cotada em R$ 5,4451. Já o principal índice de ações da bolsa fechou em alta de 0,33%, aos 129.321 pontos. Cédulas de dólar
bearfotos/Freepik
O dólar abriu a sessão desta terça-feira (16) em queda, conforme investidores aguardam falas do diretor de política monetária do Banco Central do Brasil (BC), Gabriel Galípolo, que é um dos principais cotados para substituir Roberto Campos Neto no comando da instituição.
A expectativa é que o diretor dê novas indicações sobre o futuro dos juros brasileiros, principalmente após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter interrompido o ciclo de cortes da Selic em sua última reunião. Eventuais sinais sobre o quadro fiscal brasileiro também ficam no radar.
Já no exterior, o foco fica com novos dados econômicos norte-americanos e com falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). A percepção de que o ex-presidente Donald Trump tem maior chance de ganhar a eleição de novembro nos EUA após o candidato ter sofrido um atentado no último sábado (13) ainda segue no foco.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
ENTENDA: A cronologia da disparada do dólar motivada pelos juros nos EUA, o cenário fiscal brasileiro e as declarações de Lula
CONSEQUÊNCIAS: Alta do dólar deve pressionar inflação e impactar consumo das famílias no 2º semestre, dizem especialistas
Dólar
Às 09h01, o dólar operava em queda de 0,23%, cotado em R$ 5,4328. Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda fechou em alta de 0,26%, cotada em R$ 5,4451.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,26% na semana;
recuo de 2,56% no mês;
avanço de 12,21% no ano.

Ibovespa
As negociações no Ibovespa, por sua vez, só começam a partir das 10h.
Na véspera, o índice fechou em alta de 0,33%, aos 129.321 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 2,08% na semana;
ganhos de 4,03% no mês;
perdas de 3,94% no ano.

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O que está mexendo com os mercados?
Por aqui, o mercado segue as negociações desta terça-feira (16) à espera de novas falas do diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, que participa de um evento durante a tarde.
O diretor deve trazer comentários sobre o quadro de juros no Brasil e, como é um dos principais cotados para substituir o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, tende a ser acompanhado de perto pelos agentes do mercado financeiro.
Além disso, as incertezas no âmbito fiscal continuam, na medida em que investidores aguardam novos desdobramentos sobre a votação da reforma tributária no Senado e sobre a proposta de aumentar a alíquota da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) para compensar a desoneração da folha.
Já no exterior, as atenções dos investidores seguem voltadas para os novos dados de varejo, que devem ser divulgados ainda nesta manhã.
"Os dados de venda do varejo são uma boa sinalização tanto do mercado de trabalho [norte-americano] quanto da força da demanda final. Se tivermos mais um dado confirmando a desaceleração [da economia], o cenário de três cortes [de juros pelo Fed] começa a ficar mais claro", afirmou o economista-chefe da XP, Caio Megale, em transmissão ao vivo para comentar sobre o dia nos mercados.
Na véspera, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que as últimas leituras de inflação dos Estados Unidos "aumentam um pouco a confiança" de que os preços estão voltando para a meta de forma sustentável, o que sugere que o início dos cortes na taxa de juros pode acontecer em breve.
Até o momento, o mercado está dividido entre aqueles que acreditam que o Fed deve fazer dois cortes de juros ainda neste ano e aqueles que acreditam que três reduções ainda estão por vir. Até esta manhã, segundo informações da ferramenta FedWatch do CME Group, o mercado apostava em uma probabilidade de 87,6% de que o Fed faça o primeiro corte de juros em setembro.
Para os próximos dias, o mercado ainda aguarda a divulgação do Livro Bege do Fed — relatório desenvolvido em conjunto pelas 12 filiais regionais do BC norte-americano e que serve como um termômetro da economia dos EUA . Balanços corporativos do 2º trimestre também devem ficar na mira dos investidores.
Por fim, os sinais de favoritismo do ex-presidente Donald Trump na corrida eleitoral norte-americana também continua a fazer preço nos mercados.
No último sábado, o ex-presidente Donald Trump sofreu um atentado a tiros enquanto discursava em um comício em Butler, no estado da Pensilvânia. Ele foi atingido na orelha direita enquanto falava e o evento foi interrompido.
O ocorrido aumentou o nível de incertezas em torno da corrida eleitoral norte-americana, uma semana após o outro candidato à presidência dos EUA, o democrata Joe Biden, ter sofrido pressões para desistir de sua candidatura.
Após o ataque, o bitcoin disparou e voltou a ficar acima dos US$ 62 mil (aproximadamente R$ 338 mil).
Na véspera, Trump foi nomeado o candidato oficial do Partido Republicano às eleições. Ele escolheu J.D. Vance como seu vice na disputa eleitoral. Saiba quem é J.D. Vance.
Ainda no exterior, o mercado também repercute o superávit (receitas maiores que despesas) de 12,3 bilhões de euros pela zona do euro em maio, e avalia informações divulgadas pelo Banco do Japão, que sugerem que Tóquio precisou intervir no mercado de câmbio local a favor do iene.
Há expectativa, ainda, pela nova decisão de política monetária do BCE, prevista para quinta-feira (18). "Após o início da flexibilização na última reunião, prevemos manutenção das taxas de juros em julho", afirmaram os analistas da XP em relatório.
*Com informações da agência de notícias Reuters.

O WhatsApp pirata que abre as portas do celular para hackers

Carne, arroz e feijão: quais alimentos poderiam ficar mais baratos se tiverem imposto zerado ou menor na reforma tributária
WhatsApp GB se populariza com oferta de funções exclusivas, mas pode deixar celular vulnerável a ataques virtuais. WhatsApp GB se tornou popular por ter funções inexistentes no aplicativo original
Getty Images via BBC
O WhatsApp é o aplicativo de mensagens mais popular do mundo. Segundo levantamento da britânica SimilarWeb, 1,2 bilhão de pessoas o acessam diariamente em todo o mundo.
Mas uma versão pirata do programa está ficando tão popular no Brasil que virou tema de músicas e preocupa especialistas em tecnologia por deixar o celular mais vulnerável: o WhatsApp GB.
Trata-se de uma versão não autorizada do aplicativo original, que pode deixar os celulares onde é instalado mais vulneráveis a ataques de hackers.
O WhatsApp GB ficou muito popular porque oferece uma série de funções extras que não estão disponíveis no aplicativo oficial.
Isso levou Rosana* (nome fictício), de 45 anos, que mora na região central de São Paulo, a instalar o aplicativo pirata no seu celular.
“Quis fugir um pouco das minhas amigas curiosas e vigiar meu marido, que trabalha fora", diz Rosana, sorrindo.
"Eu aprendi a instalar e uso até hoje para aparecer offline, para que não fiquem me julgando, e ainda leio tudo o que tentam esconder de mim."
Especialistas em tecnologia da informação e hackers que trabalham testando os sistemas de segurança de grandes empresas ouvidos pela BBC News Brasil afirmam, no entanto, que esses programas piratas trazem riscos.
Em troca de funções exclusivas, as pessoas deixam seus celulares mais vulneráveis a ataques de hackers.
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O que é o WhastApp GB
O WhatsApp GB — e outras versões piratas do aplicativo que se popularizaram no Brasil, como o Aero e o Plus — são feitos a partir do código de programação básico do programa oficial, chamado de código-fonte.
Isso é feito por usuários ou até mesmo grupos de programadores e empresas que fazem modificações, ou "mods" no linguajar da programação, no código original para criar novas funções.
Esses aplicativos piratas podem ser instalados em aparelhos Android, o sistema operacional para celulares do Google, que é o mais popular no Brasil e no mundo como um todo.
Mas esses programas não são encontrados na Play Store, porque não são aprovados para uso pela plataforma.
Isso significa que as fabricantes de celulares Android e o Google, responsável pela loja de aplicativos, não garantem que é seguro usá-los.
Geralmente, os links para download de aplicativos como o WhatsApp GB estão hospedados em blogs, fóruns ou sites especializados em tecnologia.
A reportagem procurou os desenvolvedores desses aplicativos para comentar suas funções, mas não obteve respostas.
Especialista de empresa de tecnologia diz que pessoas que baixam WhatsApp GB muitas vezes desconhecem os riscos que elas assumem ao usá-lo
Divulgação
O gerente de segurança da informação Wellington Silva diz que é difícil saber se há brasileiros entre os desenvolvedores do aplicativo pirata.
No entanto, afirma que ele foi produzido por um grupo especializado em fazer modificações de softwares para que esses aplicativos tenham funções ou design diferentes dos originais.
“Basicamente, eles utilizam da estrutura tradicional do código do WhatsApp para compor uma versão que possibilite você trazer personalizações”, explica Wellington Silva.
Quem usa o aplicativo pirata ainda pode ser banido e ser impedido de usar a versão oficial definitivamente, segundo o WhatsApp.
Os riscos de usar o WhatsApp pirata
Ao instalar o WhatsApp GB e outras versões piratas do programa, é preciso dar ao aplicativo acesso a todos os arquivos armazenados no celular, como fotos, vídeos e arquivos em geral.
Só que, no caso desses aplicativos modificados, essa permissão é dada a um desenvolvedor desconhecido, sem qualquer garantia de que essas informações não serão usadas de forma indevida.
Instalar um aplicativo não autorizado por uma loja oficial em seu aparelho pode ainda abrir algumas “portas” de segurança do celular, que fica vulnerável a ataques digitais.
Wellington Silva, gerente de segurança da informação na Palo Alto Networks, uma multinacional americana especializada em segurança cibernética, afirma que muitas pessoas baixam o WhatsApp GB sem se preocupar ou ter conhecimento desse risco.
“Tudo depende do preço que você está disponível a pagar quando você utiliza essas facilidades”, diz Silva.
"Não existe almoço grátis e a sua privacidade está em jogo quando você passa a utilizar aplicativos não homologados pela Play Store."
Silva alerta que, sem o WhatsApp original e a criptografia do programa oficial — uma programação que protege informações e garante a privacidade da conversa —, um hacker pode invadir o celular e roubar as informações privadas contidas nas conversas das vítimas.
Isso vai desde a localização em tempo real até informações sobre o local de residência, senhas e quaisquer outros dados pessoais contidos nas mensagens.
Golpes no Whatsapp: saiba como se proteger
Dois especialistas em segurança que trabalham protegendo empresas de ataques hackers e , que pediram para não ser identificados porque não têm autorização das empresas para compartilhar informações com a imprensa, afirmam que a instalação de programas piratas cria outros riscos.
"Uma das coisas que podem ser feitas, além de roubar dados pessoais, como fotos, áudios, mensagens e senhas armazenadas no dispositivo, é fazê-lo trabalhar para o invasor", explica um destes especialistas.
"É possível que um invasor faça uma programação para que parte da rede de internet deste aparelho seja usada para minerar criptomoedas."
Isso quer dizer que o celular é transformado em uma ferramenta para realizar operações digitais que geram como recompensa moedas digitais, que vão para a conta de quem assumiu o controle do aparelho.
Os especialistas em segurança digital afirmam que isso, caso seja feito em larga escala, pode gerar uma grande receita para os invasores.
Enquanto isso, o celular da vítima pode ficar mais lento para carregar conteúdos, porque parte do processador e do pacote de dados de internet estão sendo usados por criminosos, sem que ela saiba.
Essa informação é confirmada pelo gerente de segurança Wellington Silva. "Vi casos reais nos quais os dispositivos estavam sendo utilizados para fazer essa mineração de cripto", afirma.
Geralmente, essa mineração é feita de maneira mais eficaz usando supercomputadores.
No entanto, boa parte dos celulares usados atualmente têm uma grande capacidade de processamento — essencial para a atividade.
"Hoje, o celular é um computador, com recursos de memória e processamento que computadores de dez anos atrás não tinham", diz Silva.
Isso leva hackers mal-intencionados a invadirem celulares em larga escala para minerar criptomoedas.
Caso o celular seja invadido por meio do aplicativo pirata ou até mesmo a aplicação tenha problemas de instabilidade, como travamentos, o usuário pode ter dificuldade em resolver esses problemas pelos canais oficiais porque aceitou baixar um programa sem homologação e garantia da loja de aplicativos oficial.
O WhatsApp afirmou por meio de nota que "não pode validar as medidas de segurança implementadas” pelos aplicativos e extensões não oficiais, como o WhatsApp GB.
Tema de música
Apesar disso, o WhatsApp GB se tornou muito popular e diversos compositores já o citaram.
Em 2022, a dupla Hélio & Junior compôs uma canção que fala sobre as principais funções do WhatsApp GB e insinuam que elas foram usadas para ocultar traições.
"Agora o zap é GB, ela não manja não
Tem um lugar secreto pros amores de colchão
Agora o zap é GB, ela não manda em mim
De segunda a segunda, na cara do danadin"
O compositor Dilsinho Nóbrega também, escreveu a música "Ela usa o WhatsApp GB" com base no sucesso do programa entre usuários no Brasil.
Há ainda um funk que também leva o nome do aplicativo, composta por MC Carlinhos Na Voz.
Além das músicas, usuários do aplicativo e especialistas ouvidos pela reportagem dizem que a comunicação boca a boca é a maior responsável pelo sucesso do aplicativo pirata.
Segundo a Similarweb, 1,2 bilhão de pessoas acessam diariamente o WhatsApp oficial em todo o mundo
Reuters/Thomas White
Saber o número de usuários, no entanto, é impossível já que não há nenhum dado oficial.
"Eu nunca vi nenhuma propaganda, mas já ouvi muita gente recomendando para amigos ou vizinhos. Eu mesma conheci por causa de uma colega de trabalho”, diz Rosana, que instalou o WhatsApp GB para espionar o marido.
O WhatsApp reforçou em nota enviada à BBC News Brasil que a instalação dos aplicativos piratas viola seus termos e serviços e que isso "pode levar ao banimento da conta".
Em sua página oficial, o aplicativo diz que "não há nenhuma garantia de que suas mensagens e seus dados, como localização ou arquivos compartilhados, permanecerão privados e seguros", caso você instale um aplicativo pirata.

Carne, arroz e feijão: quais alimentos poderiam ficar mais baratos se tiverem imposto zerado ou menor na reforma tributária

Carne, arroz e feijão: quais alimentos poderiam ficar mais baratos se tiverem imposto zerado ou menor na reforma tributária
Veja qual é a carga tributária atual sobre esses itens, de acordo com levantamento do Impostômetro. Economistas alertam que tirar ou reduzir imposto não significa, necessariamente, que consumidor pagará menos. O texto aprovado na quarta-feira (10) estabelece a isenção de alimentos para uma lista de 20 categorias, além de conceder um desconto de 60% para outras 15.
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A proposta de regulamentação da reforma tributária aprovada pela Câmara dos Deputados no último 10 deixa alimentos de 20 categorias isentos de imposto. E, para outras 15, a alíquota teria um desconto de 60%.
O texto seguiu para análise do Senado. Ainda que seja aceito sem modificações e sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o novo modelo tributário só entra em vigor por completo em 2033.
Mas quanto mais baratos os alimentos podem ficar? Economistas entrevistados pelo g1 entendem que é difícil calcular esse impacto. Isso porque reduzir ou tirar o imposto sobre consumo não, necessariamente, terá reflexo no preço final desses produtos.
A principal razão é que o valor com que eles são comercializados não é formado apenas pelos tributos, mas também por outros custos de produção e da empresa. E mais fatores pesam no preço para o consumidor, como a oferta e a demanda.
Outro ponto que complica o cálculo antecipado é que não existe uma padronização atual da porcentagem de impostos sobre alimentação. Consultados pelo g1, o Ministério da Fazenda e o Banco Mundial da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmaram não ter um levantamento destes valores.
Um levantamento independente do Impostômetro reúne a totalidade de tarifas de alguns alimentos considerando os âmbitos federal, municipal e estadual. Com base nele, veja abaixo a carga tributária dos produtos contemplados na proposta que vai para análise do Senado.
Como ficariam os alimentos com isenção ou redução de impostos
arte/g1
O Impostômetro é uma parceria da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (FACESP), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Sul (Fecomércio RS) e do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).
Hoje em dia, produtos naturais (como frutas, carnes e hortaliças) ou de baixo processamento (como queijos, iogurtes e pães) e alguns itens de higiene e limpeza já são isentos dos impostos federais, como o Programa de Integração Social (PIS), a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Já a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que é um tributo estadual, e do Imposto Sobre Serviços (ISS), municipal, pode variar de acordo com a localidade.
Segundo as bases da reforma tributária, aprovadas em 2023, PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS serão substituídos por três tributos (IBS, CBS e Imposto Seletivo).
O que os parlamentares discutem agora, no caso dos alimentos, é quais vão compor a cesta básica, e terão imposto zero, e quais poderão ter um desconto de 60% no imposto. Na proposta aprovada pela Câmara, por exemplo, as carnes vermelhas foram incluídas na cesta.
Quais alimentos poderão ter menos impostos?
A reforma tributária estabelece uma cesta básica nacional, com alimentos que terão isenção dos novos impostos. Veja a lista que consta da proposta aprovada na Câmara:
Carne vermelha;
Arroz;
Leite fluido pasteurizado ou industrializado, na forma de ultrapasteurizado, leite em pó, integral, semidesnatado ou desnatado; e fórmulas infantis definidas por previsão legal específica;
Manteiga;
Margarina;
Feijões;
Raízes e tubérculos;
Cocos;
Café;
Óleo de soja;
Farinha de mandioca;
Farinha, grumos e sêmolas, de milho, e grãos esmagados ou em flocos, de milho;
Farinha de trigo;
Aveia;
Açúcar;
Massas alimentícias;
Pão do tipo comum (contendo apenas farinha de cereais, fermento biológico, água e sal);
Ovos;
Produtos hortícolas, com exceção de cogumelos e trufas;
Frutas frescas ou refrigeradas e frutas congeladas sem adição de açúcar.
Há ainda a lista de produtos que, apesar de não terem o imposto zerado, terão um desconto de 60%.
Nele, a alíquota para esses alimentos é estimada em 26,5%. Considerando o benefício, esses itens ficariam taxados em 10,6%.
Confira abaixo quais as 15 categorias que seriam beneficiadas, segundo o texto que ainda precisa ser aprovado no Senado:
Carnes bovina, suína, ovina, caprina e de aves e produtos de origem animal (exceto foie gras) e miudezas comestíveis de ovinos e caprinos;
Peixes e carnes de peixes (exceto salmonídeos, atuns, bacalhaus, hadoque, saithe e ovas e outros subprodutos);
Crustáceos (exceto lagostas e lagostim);
Leite fermentado, bebidas e compostos lácteos;
Plantas e produtos de floricultura relativos à horticultura e cultivados para fins alimentares, ornamentais ou medicinais;
Queijos tipo mozarela, minas, prato, queijo de coalho, ricota, requeijão, queijo provolone, queijo parmesão, queijo fresco não maturado e queijo do reino;
Mel natural;
Mate;
Farinha, grumos e sêmolas, de cerais; grãos esmagados ou em flocos, de cereais;
Tapioca e seus sucedâneos;
Massas alimentícias;
Sal de mesa iodado;
Sucos naturais de fruta ou de produtos hortícolas sem adição de açúcar ou de outros edulcorantes e sem conservantes;
Polpas de frutas sem adição de açúcar ou de outros edulcorantes e sem conservantes
Óleos de milho, aveia, farinhas.
Menos imposto significa mais barato?
Enquanto houver um público que consegue comprar pelo preço que já é comercializado, dificilmente a indústria irá abaixar os preços, aponta Felippe Serigati, professor e coordenador do mestrado profissional em Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Outro ponto que dificulta prever o barateamento com uma redução dos tributos é que existem impostos que as empresas vão continuar pagando, como o que é cobrado sobre o lucro e o Imposto de Renda.
Para não diminuir a sua margem de lucro, elas costumam adicionar esses valores no preço final do produto, afirma Cristiano Correa, professor de finanças do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec SP).
"Então, não é que vai deixar de existir o imposto, é que simplesmente a gente não vai arrecadar de forma indireta, né? Essa arrecadação vai ser sobre o resultado lá na frente. No caso da cesta básica, a gente não terá sobre consumo, mas terá sobre resultado", explica o economista.
Wanessa Pinheiro, sócia de Tributos Indiretos da consultoria e auditoria Grant Thornton, tem uma visão mais positiva. A especialista em tributos indiretos entende que, após a reforma, produtores focados em alimentos da cesta básica poderão ficar isentos de outros tributos, como os gastos nas compras de matérias-primas. Com isso, haveria mais uma despesa a ser subtraída do valor no comércio.
É salmão ou truta salmonada? Entenda as diferenças
Como ficam os outros alimentos
Na lista anteriormente prevista para reforma tributária, apenas 15 alimentos iriam ter isenção do imposto e houve uma resistência dos parlamentares em acrescentar as carnes na lista.
Isso porque o cálculo da equipe econômica do governo apontava que, com a isenção, a alíquota do imposto único deveria aumentar cerca de 0,53 ponto percentual, incidindo sobre os demais produtos, para manter a arrecadação tributária como está hoje.
A Câmara não esclareceu que medida de compensação será feita para a inclusão das proteínas animais nos alimentos isentos. Isso porque a reforma tributária estabeleceu a alíquota geral de 26,5% como teto.
Para Serigati, é importante pontuar que ainda não se sabe ao certo qual será o tributo final. O valor deve ser esclarecido conforme a discussão avançar.
"Olha, não tem mágica. Se você perde arrecadação por um lado, você precisa compensar essa de outro", afirma Correa.
Na lista anterior, a tributação da carne vermelha teria um desconto de 60% da alíquota. Na proposta aprovada na Câmara, ela ficaria isenta. "Então, imagina que eu perdi 40% de arrecadação. De alguma forma, esses 40% precisam ser compensados", diz o economista.
Com isso, na visão de Correa, para fechar a conta, outros itens terão que ser submetidos ao Imposto Seletivo, conhecido como do imposto do pecado, que incide sobre a produção, extração, comercialização ou importação de bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente (categoria na qual se incluem veículos poluentes).
Contudo, ele afirma que o novo sistema será mais eficiente, e, portanto, é possível ter um aumento de arrecadação pelo governo.
Pinheiro concorda com a visão de Correa: "Essa questão de beneficiar alguns setores é para fomentar justamente a economia e o crescimento do país. Isso quer dizer que quanto mais setores a gente tem beneficiado, mais teremos setores com uma alíquota maior", diz.
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