Globo Rural: informações adicionais das reportagens do dia 14/07/2024

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O Globo Rural deste domingo mostrou que existem laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para fazer a análise de leite.
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Dólar e Ibovespa operam em alta, após falas de Haddad e novos dados nos EUA

Dentro da porteira: PIB do Agro retrai com desvalorização de commodities e queda na produção
Na véspera, a moeda norte-americana avançou 0,55%, cotada a R$ 5,4420. Já o principal índice de ações da bolsa subiu 0,85%, aos 128.294 pontos. Dólar
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O dólar inverteu o sinal negativo visto pela manhã e operava em alta nesta sexta-feira (12), conforme investidores repercutiam as novas falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O quadro de juros nos Estados Unidos também fica sob os holofotes.
Por aqui, o ministro da Fazenda defendeu que a expansão fiscal não é boa no momento para o Brasil e reiterou que o governo brasileiro cortará gastos se necessário. Na agenda, novos dados de serviços seguem no radar.
No exterior, o foco continua com os sinais sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na condução da política monetária dos Estados Unidos.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, também operava em alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
ENTENDA: A cronologia da disparada do dólar motivada pelos juros nos EUA, o cenário fiscal brasileiro e as declarações de Lula
CONSEQUÊNCIAS: Alta do dólar deve pressionar inflação e impactar consumo das famílias no 2º semestre, dizem especialistas
Dólar
Às 13h29, o dólar subia 0,19%, cotado em R$ 5,4523. Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda subiu 0,55%, cotada em R$ 5,4420.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,36% na semana;
recuo de 2,62% no mês;
alta de 12,15% no ano.

Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa operava em alta de 0,33%, aos 128.711 pontos.
Na véspera, o índice fechou em alta de 0,85%, aos 128.294 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 1,60% na semana;
ganhos de 3,54% no mês;
perdas de 4,39% no ano.

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As taxas de juros norte-americanas continuam no radar dos investidores nesta sexta-feira (12), principalmente em meio à divulgação de novos dados de inflação.
Segundo dados do Departamento de Trabalho, o índice de preços ao produtor norte-americano registrou uma alta de 0,2% em junho, após ter ficado inalterado em maio. O avanço veio acima do esperado pelos economistas consultados pela Reuters, de aumento de 0,1%.
A alta acima do esperado vem após os bons resultados da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, divulgados na véspera. Segundo dados do Departamento de Trabalho, os preços caíram 0,1% em um mês, contrariando as previsões de analistas, que contavam com um ligeiro aumento de 0,1%, e de 3,1% em um ano.
Com isso, os mercados aumentaram as apostas de que o Fed deve começar a cortar os juros por lá em setembro. Segundo dados da ferramenta FedWatch do CME Group, as chances de corte na reunião de setembro subiram de 72,2% para 88,1% em uma semana, de acordo com as estimativas dos analistas.
"A inflação ao consumidor benigna de junho vem na sequência de outros dados menos pressionados de inflação e atividade, o que levou os mercados a acreditar que o Federal Reserve começará a cortar os juros em setembro, após sinalizá-lo na sua próxima reunião de política monetária em julho", afirmaram analistas da XP.
Nesta semana, o presidente da instituição, Jerome Powell, já havia afirmado que a inflação do país “permanece acima” da meta de 2% do Fed, mas tem melhorado nos últimos meses. Ele acrescentou que novos dados positivos fortaleceriam o argumento para cortes na taxa de juros.
"Mais dados bons fortaleceriam nossa confiança de que a inflação está evoluindo de forma sustentável em direção a 2%", disse Powell.
Ter uma inflação em direção à meta é um dos requisitos para a flexibilização da política monetária. Powell também comparou a falta de progresso nos primeiros meses do ano com a melhora recente nos dados. Na prática, o cenário mais positivo ajudou a construir uma base de confiança de que as pressões sobre os preços continuarão a diminuir.
Além disso, ele observou que o Fed agora está preocupado com os riscos para o mercado de trabalho e para a economia caso as taxas permaneçam altas durante muito tempo. “Após a falta de progresso em direção ao nosso objetivo de inflação de 2% no início deste ano, as leituras mensais mais recentes mostraram progressos adicionais modestos”, disse Powell.
Agora, a expectativa fica pelo índice de preços ao produtor norte-americano, outro indicador relevante de inflação do país que deve ser divulgado hoje.
Já no cenário doméstico, investidores continuam atentos a eventuais sinais sobre o quadro fiscal brasileiro. Além de o Congresso ter adiado a votação da desoneração da folha para 17 setores, também há expectativa pela aprovação da reforma tributária, que agora está nas mãos do Senado.
Nesta sexta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu que a expansão fiscal não seria boa para o país neste momento e reiterou que Lula cortará gastos se necessário. O ministro também fez comentários sobre a repactuação da dívida dos estados com o governo federal e sobre a reforma tributária. Veja na reportagem abaixo:
Haddad diz que mercado tende a dar 'nota menor' para governos progressistas: 'Tem viés'
Na agenda, o volume do setor de serviços do Brasil ficou estável em maio em relação a abril. Já em relação a igual mês do ano anterior, o indicador teve uma alta de 0,8%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Balanços corporativos do segundo trimestre e o noticiário corporativo também ficam sob os holofotes.
*Com informações da agência de notícias Reuters.

Haddad diz que mercado tende a dar ‘nota menor’ para governos progressistas: ‘Tem viés’

Dentro da porteira: PIB do Agro retrai com desvalorização de commodities e queda na produção
Durante sabatina em evento da Abraji nesta sexta-feira (12), ministro da Fazenda defendeu a melhora da atividade e disse que há 'descolamento' entre avaliação da economia e indicadores econômicos. Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa de reunião do Conselho da Federação.
Reprodução/CanalGov
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (12) que o mercado financeiro é enviesado e que tende a dar notas piores para a economia durante governos progressistas.
"Estou falando de como o mercado reage aos mesmos indicadores. Um país que tem o mesmo indicador [desempenho] que o outro. Por que um recebe nota menor e outro maior, se é o mesmo indicador?", questionou.
"Tem viés. […] Então temos que corrigir isso para que nós tenhamos uma sociedade melhor. E isso vale para tudo. Quando você estigmatiza, sempre é ruim. […] Você tem que se basear no que você tá vendo para combater esse tipo de viés", acrescentou o ministro.
Haddad ainda citou como exemplo a avaliação feita pelas três principais agências de classificação de risco do mundo, a Moody's, a S&P e a Fitch Ratings, sobre o Brasil.
Segundo o ministro, as três agências teriam confirmado a ele que, pelas métricas utilizadas por seus modelos de classificação de risco, o Brasil teria grau de investimento. "Mas eles diminuem a nota brasileira em função de percepções subjetivas".
Haddad ainda relembrou o mau-humor visto nos mercados que fez o dólar disparar no passado recente, afirmando que essa movimentação também não acompanhava a melhora dos indicadores econômicos.
"Tinha um 'diz-que-me-diz' no mercado mesmo, e eu estava incomodado porque eu não estava vendo aderência aos indicadores brasileiros", afirmou o ministro.
Já em relação à má avaliação da economia feita pela população, Haddad afirmou que há uma grande desinformação e um trabalho ativo de defensores da oposição para "minar a credibilidade" dos dados econômicos.
"O que eu vejo nas redes é muito sério porque não bate com a realidade. […] Então tem aí um desafio comunicacional que não é fácil de superar. […] Temos uma oposição hoje que realmente atua para minar a credibilidade das instituições e do Estado brasileiro, e eles atuam diuturnamente nas redes sociais", acrescentou o ministro.
Nesta semana, uma pesquisa Quaest indicou que a porcentagem de pessoas com a percepção de que a economia brasileira piorou nos últimos 12 meses ainda é maior entre aqueles que ganham a partir de dois salários mínimos.
De acordo com a pesquisa, para aqueles que ganham entre 2 e 5 salários mínimos, 39% acreditam que a economia piorou nos últimos 12 meses. Entre os que ganham acima de cinco salários mínimos, esse percentual sobe para 44%.
Herança fiscal
O ministro da Fazenda ainda reiterou a necessidade de ajustar o quadro fiscal do país, afirmando que ainda há "muita conta para pagar" deixada pelo governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL).
"O Brasil, do ponto de vista fiscal, viveu duas pandemias. A pandemia propriamente dita e a eleição de 2022, que teve calote, passaram a mão no dinheiro dos governadores, abriram cofres para distribuir benefício … é uma confusão fiscal que nós vamos ter trabalho para pôr em ordem", afirmou o ministro.
Haddad citou a renegociação que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisou fazer no ano passado para pagar aproximadamente R$ 27 bilhões aos estados, em função da perda de arrecadação com o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) de combustíveis.
"[O governo anterior] baixou artificialmente a inflação em 2022, baixando o preço da gasolina com o dinheiro dos estados. […] Fora o calote dos precatórios, que é outra conta. São muitas contas que estão sendo pagas", acrescentou.
O ministro da Fazenda ainda disse que o governo precisa se acertar com o Senado para concluírem a repactuação da dívida dos estados.
Nesta semana, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, apresentou seu projeto de renegociação sem reduzir o valor das dívidas, mas zerando o pagamento dos juros.
"O presidente [do Senado] Pacheco apresentou um texto diferente do [texto] apresentado pela Fazenda, com parâmetros que efetivamente destoam daquilo que nós imaginávamos. […] Nós combinamos de tentar junto ao relator para ajustar o texto", afirmou Haddad.
"Precisamos fazer um jogo que acomode as contas estaduais sem prejudicar as contas nacionais. Esse é o meu ponto de vista. E o meu entendimento é que o projeto apresentado precisa passar por uma revisão", completou.
Por fim, o ministro ainda afirmou que expansão fiscal não é algo positivo para o Brasil neste momento e reiterou que a intenção do presidente Lula de cortar gastos se necessário.
Reforma tributária
Haddad ainda afirmou estar confiante na aprovação da reforma tributária e que a Fazenda enviou, em seu texto, o que era "tecnicamente mais responsável".
Na última quarta-feira, a Câmara dos Deputados aprovou o primeiro projeto que regulamenta a reforma tributária.
Câmara começa a detalhar como vai funcionar a reforma tributária; entenda o que foi aprovado
"Em todos os discursos que eu fiz, eu disse que toda exceção acaba prejudicando de alguma maneira a reforma tributária, porque a alíquota padrão vai subindo", disse o ministro.
Para ele, existem três estratégias que podem diminuir a alíquota padrão na reforma tributária, atualmente projetada em 26,5%.
"A primeira é não ter exceção nenhuma. Nesse caso, a alíquota padrão seria 21%. A segunda é combater a sonegação, digitalizando o sistema, tornando mais transparente e fazendo um IVA [Imposto sobre Valor Agregado] não cumulativo. […] E a terceira é aumentar o imposto sobre a renda, que é uma coisa que está na mão do Congresso para fazer nos próximos dois anos", disse.
Sobre o debate envolvendo a lista de alimentos que devem compor a cesta básica desonerada na reforma tributária, Haddad afirmou que o ministro da Fazenda sempre é "derrotado ou parcialmente derrotado".
"A gente tenta fazer o mais justo possível, mas aqui, a camada que se sente injustiçada no Brasil são os mais ricos", disse o ministro.
"Os pobrezinhos estão lá, com seu fundinho fora do país em paraíso fiscal, e vem o ministro da Fazenda querer cobrar imposto de renda?!" questionou, com ironia.
"Ou a gente enfrenta esse país de uma vez por todas ou vamos ver injustiça na rua o dia inteiro. Queremos corrigir essas distorções, […] mas não é fácil. É muito difícil você negociar com quem está mal costumado […] que é a elite desse país", concluiu o ministro.

Alckmin critica decisão da Câmara de deixar armas de fogo de fora do ‘imposto do pecado’

Dentro da porteira: PIB do Agro retrai com desvalorização de commodities e queda na produção
Vice-presidente avaliou como 'ruim' votação que rejeitou a inclusão de armas e munições no Imposto Seletivo. Alckmin disse concordar com a inclusão de carnes na cesta básica. VALDO: Senado promete ajustes para segurar alíquota
O vice-presidente Geraldo Alckmin classificou nesta sexta-feira (12) como "ruim" decisão da Câmara dos Deputados de deixar armas de fogo e munições de fora dos itens que serão sobretaxados com o chamado "imposto do pecado".
Alckmin deu a declaração ao ser questionado, durante evento do Sebrae em Brasília, sobre a inclusão da carne na cesta básica com alíquota zero dos novos tributos.
Durante votação da regulamentação da reforma tributária na última quarta-feira (10), os deputados rejeitaram um destaque que incluía armas e munições na lista dos produtos que serão tributados com o imposto seletivo.
Ao não estar no rol dos produtos taxados por meio do imposto do pecado, as armas e munições serão taxados com a alíquota geral dos futuros impostos sobre o consumo – estimada em 26,5% pela equipe econômica.
Por outro lado, Alckmin disse concordar com a decisão dos deputados que incluiu carnes na cesta básica, lista de produtos que serão isentos de tributação.
"Eu sempre entendo que você deve beneficiar mais a população mais pobre através do Imposto de Renda. O imposto de Renda deve ser sempre o fator mais importante de justiça de natureza tributária. Você colocar comida na cesta básica não é ruim. O ruim é você tirar do seletivo arma", afirmou o vice-presidente, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Aprovada pela Câmara, essa etapa da regulamentação da reforma tributária ainda será analisada pelo Senado.
O 'imposto do pecado'
Em evento do Sebrae, Alckmin defendeu inclusão de armas e munições na lista do 'imposto do pecado'
Cadu Gomes/VPR
O Imposto Seletivo, que recebeu o apelido de “imposto do pecado”, foi criado pela emenda constitucional que reformulou a tributação sobre consumo.
O objetivo é desestimular, por meio da cobrança extra, o consumo de produtos considerados prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente. Na prática, essa categoria terá uma alíquota maior do que a padrão — estimada em cerca de 26%.
Parlamentares do grupo de trabalho que discutiu a regulamentação da reforma chegaram a avaliar a inclusão de armas e munições no rol de itens sujeitos ao Imposto Seletivo. Não houve, porém, inclusão desses itens na lista.
'Quanto menos exceção, melhor'
Câmara conclui aprovação da regulamentação da reforma tributária
O vice-presidente também disse que quanto menos exceções à alíquota geral do novo sistema de tributação forem aprovadas pelo Congresso "melhor".
"Quanto menos exceção tiver, melhor. Quanto menos exceção você tiver, o IVA vai ser mais baixo e beneficia a economia como um todo. Aprovada na Câmara, vai para o Senado. Agora vamos aguardar o debate no Senado", afirmou Alckmin.
A posição converge com a externada pela equipe econômica do governo, capitaneada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Dentro da porteira: PIB do Agro retrai com desvalorização de commodities e queda na produção

Dentro da porteira: PIB do Agro retrai com desvalorização de commodities e queda na produção
Levantamento do Cepea-USP em Piracicaba (SP) em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil aponta que PIB do Agro caiu 2,20% no 1º trimestre de 2024.
Mais Agro
Após tímido movimento de recuperação, o Produto Interno Bruto (PIB) do Agronegócio Brasileiro, calculado pelo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq-USP, enfrenta mais uma queda entre janeiro e março deste ano. No primeiro trimestre de 2024, o desempenho do setor foi de R$ 2,45 trilhões, uma redução de 2,20% em relação mesmo período de 2023, com baixa equivalente a R$ 57 bilhões.
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A performance do agronegócio foi impactada pelas quedas dos preços e das principais produção do setor, especialmente commodities importantes do segmento – como algodão, café, milho, soja, trigo, criação de bovinos para corte e para leite, suinocultura, entre outras – e pela projeção de retração da produção anual.
Por consequência, o desempenho indica menor participação na economia do país na comparação com o ano passado, próxima de 21,5% em 2024. – Leia mais, abaixo.
Em 2023, o PIB do Agro representou 24% do Produto Interno Bruto brasileiro. 👉Veja mais detalhes aqui. O relatório, feito pelo Cepea em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), aponta que até o trimestre passado, o setor vinha em um processo de recuperação da queda observada em 2022.
De toda produção do Agronegócio registrada no primeiro trimestre de 2024, o ramo agrícola responde a R$ 1,65 trilhão e a pecuária, R$ 801 bilhões no ramo.
Pecuária atenua resultado negativo
O ramo pecuário atenuou esse resultado, principalmente devido ao bom desempenho dos segmentos agroindustrial e de agrosserviços. 👇Veja na tabela, abaixo.
PIB Agronegócio – Taxa de Variação Acumulada no 1º Trimestre/2024
Desempenho dos insumos agrícolas e pecuários foi afetado pela queda do valor bruto da produção das indústrias do segmento, aponta Cepea/CNA.
Crédito: Ewerton Alves/Neomarc
Insumos
O PIB dos insumos recuou 4,9% no primeiro trimestre de 2024, com quedas nos ramos agrícola e pecuário.
Pesquisadores do Cepea/CNA indicam que o desempenho desse segmento foi impactado negativamente pelas desvalorizações dos:
fertilizantes
defensivos
máquinas agrícolas
rações
Agro 5.0
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Para as indústrias de máquinas agrícolas e defensivos, também se observou retração da produção esperada.
Agroindústria
No segmento agroindustrial, a diminuição de 1,31% no PIB esteve atrelada ao recuo nas indústrias de base agrícola (-2,81%), apesar do crescimento nas de base pecuária (4,23%).
Na indústria agrícola, a queda no PIB ocorreu principalmente devido aos preços mais baixos, especialmente do óleo vegetal, biocombustíveis e celulose e papel), mesmo com o aumento da produção industrial e a redução dos custos com insumos.
Na indústria pecuária, apesar das pressões decorrentes da queda nos preços, o PIB foi sustentado pelo aumento esperado na produção de carnes e pescados, couro e calçados e, em menor grau, laticínios.
Agrosserviços
O PIB do segmento de agrosserviços caiu 1,57%. Neste caso, também houve descompasso entre os agrosserviços do ramo agrícola, que recuaram 3,98% no trimestre, e os agrosserviços do ramo da pecuária, que cresceram 3,91%.
De forma geral, estes resultados refletem as dinâmicas dos segmentos a montante.
Fazendas da região trabalham com produção de leite
Reprodução/TV TEM
Primário
O PIB do segmento primário do agronegócio recuou 3,43% no trimestre, declínio atribuído tanto à agricultura quanto à pecuária.
Segundo relatório do Cepea/CNA, o desempenho da agricultura foi impactado negativamente pela desvalorização de importantes commodities que compõem o segmento, combinada à projeção de queda da produção anual, como:
☁️algodão
☕café
🌽milho
🌿soja
🌾trigo
Esse cenário persistiu mesmo com a redução dos custos com insumos.
No caso da pecuária, pesquisadores do Cepea/CNA explicam que o resultado negativo refletiu a baixa nos preços de atividades importantes, como bovinos para corte, leite e suínos.
A queda na pecuária, no entanto, foi amenizada pela expansão importante da produção de bovinos, ovos e leite.
Afinal, o que é o PIB do Agronegócio?
A professora da Esalq e pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, Nicole Rennó Castro, explica, em publicação no site do Cepea, que para calcular o PIB do Agro, são usadas informações secundárias e oficiais do IBGE.
"O PIB do Agro é um conceito mais amplo e abrangente que o de agropecuária, que engloba também atividades econômicas de outros setores de atividade, indústria e serviços. Especificamente, o agronegócio é definido como um setor econômico com ligações com a agropecuária", explica.
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O setor envolve a produção de insumos para a agropecuária, a própria agropecuária, as agroindústrias de processamento dessas matérias-primas e a distribuição e demais serviços necessários para que os produtos agropecuários e agroindustriais cheguem ao consumidor final.
"O setor “agronegócio” não é definido nas classificações de atividades econômicas oficiais adotadas pelos órgãos responsáveis pelas contas nacionais dos países (como o IBGE no Brasil), e, por isso, não há estatísticas oficiais sobre o PIB (ou outros agregados, como o emprego) desse setor", acrescenta a pesquisadora em artigo publicado no site do Cepea.
"É importante enfatizar que o Cepea apenas aplica aos dados nacionais um conceito que foi definido e é entendido, naturalmente com certas diferenças, internacionalmente", conclui.
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