Dólar fecha em alta, de olho em dados do Brasil e EUA; Ibovespa também sobe

Mais votações, mais projetos e fase de transição: os próximos passos da reforma tributária
A moeda norte-americana avançou 0,55%, cotada a R$ 5,4420. Já o principal índice de ações da bolsa subiu 0,85%, aos 128.294 pontos. Dólar
Pixabay
O dólar fechou em alta nesta quinta-feira (11). Investidores repercutiram indicadores econômicos do Brasil e dos Estados Unidos e a aprovação do primeiro projeto que regulamenta a reforma tributária na Câmara dos Deputados.
Além disso, seguiram no radar do mercado eventuais sinais sobre os juros brasileiros, após números recentes da inflação no país.
No exterior, os investidores ficaram de olho em possíveis pistas do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sobre a condução da política monetária dos Estados Unidos, em meio a falas do presidente da instituição nos últimos dois dias.
Entre os principais dados divulgados nesta quinta, o destaque doméstico foi para a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Brasil, que registrou alta de 1,2% em maio — um aquecimento maior do que o esperado pelo mercado.
Lá fora, olhos voltados ao índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) norte-americano, que apresentou arrefecimento de serviços importantes e renovou os ânimos de queda inflacionária.
O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores, também fechou em alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
ENTENDA: A cronologia da disparada do dólar motivada pelos juros nos EUA, o cenário fiscal brasileiro e as declarações de Lula
CONSEQUÊNCIAS: Alta do dólar deve pressionar inflação e impactar consumo das famílias no 2º semestre, dizem especialistas
Dólar
O dólar subiu 0,55%, cotado em R$ 5,4420. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,36% na semana;
recuo de 2,62% no mês;
alta de 12,15% no ano.
Na véspera, o dólar fechou em queda de 0,04%, cotado a R$ 5,4120.

Ibovespa
O Ibovespa fechou em alta de 0,85%, aos 128.294 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 1,60% na semana;
ganhos de 3,54% no mês;
perdas de 4,39% no ano.
Na véspera, o Ibovespa fechou em alta de 0,09%, aos 127.218 pontos.

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O que está mexendo com os mercados?
As atenções dos investidores se voltaram para a aprovação do primeiro projeto que regulamenta a reforma tributária na Câmara dos Deputados na noite de ontem. A votação teve 336 votos a favor e 142 contrários. O texto ainda vai para o Senado.
É importante lembrar que as regras da reforma tributária serão aplicadas de forma escalonada nos próximos anos, e todos seus efeitos serão sentidos ao longo do tempo. Depois de votar o texto-base, os deputados analisaram os chamados destaques — sugestões de alteração no texto.
O principal destaque em discussão nesta etapa era a tributação zero da carne bovina e do frango, que foi aprovada. Antes, as proteínas animais estavam sujeitas a uma redução de 60%. O tema era uma demanda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com isso, o mercado segue atento a possíveis desdobramentos nos debates sobre a reforma tributária brasileira.
Na agenda, após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ter registrado uma alta de 0,21% em junho, em desaceleração em comparação ao mês anterior, segundo informações divulgadas na véspera, a mira dos investidores ficou hoje com os novos dados de vendas no comércio varejista.
A Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), com alta de 1,2% em maio, mostrou um aquecimento maior do que o esperado pelo mercado, destaca Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital.
"A projeção era de retração para o setor, mas vimos um crescimento robusto. Esse dado pode contribuir para uma apreciação do real frente ao dólar. Isso por conta da forma como a política monetária pode ser conduzida para contornar o nível de aquecimento mais elevado", diz.
O anúncio recente de um novo aumento de preços da gasolina e do gás de cozinha para as distribuidoras feito pela Petrobras, que entrou em vigor na terça-feira, também seguiu no radar.
Já no exterior, o grande destaque do dia foi o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) norte-americano.
Segundo dados do Departamento de Trabalho, os preços caíram 0,1% em um mês, contrariando as previsões de analistas, que contavam com um ligeiro aumento de 0,1%, e de 3,1% em um ano.
Excluindo os preços da energia e dos alimentos, comumente mais voláteis, a chamada inflação subjacente aumentou ligeiramente em um mês, em 0,1%, mas este é o menor índice desde agosto de 2021. O mercado esperava um aumento de 0,2%, segundo o MarketWatch.
A queda afetou principalmente os preços da energia, que caíram 2% em um mês. Neste setor, os preços da gasolina tiveram um declínio de 3,8%, após terem diminuído 3,6% em maio.
"Mais do que o dado em si, a composição desse indicador foi muito positiva, com o arrefecimento dos serviços que são mais difíceis de serem convertidos: de habitação, logística e saúde", destaca Carla Argenta, da CM Capital.
"Esses três grupos sustentavam efetivamente a inflação mais alta e deixavam o BC norte-americano com uma pulga atrás da orelha em relação à política monetária."
Em junho, a inflação registrou o seu segundo mês de queda, retomando o caminho rumo ao objetivo de 2% definido pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano).
Nesta semana, o presidente da instituição, Jerome Powell, já havia afirmado que a inflação do país “permanece acima” da meta de 2% do Fed, mas tem melhorado nos últimos meses. Ele acrescentou que novos dados positivos fortaleceriam o argumento para cortes na taxa de juros.
"Mais dados bons fortaleceriam nossa confiança de que a inflação está evoluindo de forma sustentável em direção a 2%", disse Powell.
Ter uma inflação em direção à meta é um dos requisitos para a flexibilização da política monetária. Powell também comparou a falta de progresso nos primeiros meses do ano com a melhora recente nos dados. Na prática, o cenário mais positivo ajudou a construir uma base de confiança de que as pressões sobre os preços continuarão a diminuir.
Além disso, ele observou que o Fed agora está preocupado com os riscos para o mercado de trabalho e para a economia caso as taxas permaneçam altas durante muito tempo. “Após a falta de progresso em direção ao nosso objetivo de inflação de 2% no início deste ano, as leituras mensais mais recentes mostraram progressos adicionais modestos”, disse Powell.
O presidente do Fed afirmou ainda que o mercado de trabalho parece estar "totalmente de volta ao equilíbrio", observando que "à medida que fazemos mais progressos na inflação e o mercado de trabalho permanece forte", os cortes nas taxas de juros farão sentido em algum momento.
Os comentários de Powell podem reforçar as expectativas de mudanças na declaração de política monetária a ser divulgada após a reunião do Fed de 30 a 31 de julho, que pode abrir a porta para um corte nas taxas em setembro. A probabilidade de corte em setembro agora está precificada em cerca de 70% no mercado.

Dólar opera em alta, de olho em dados do Brasil e EUA; Ibovespa também sobe

Mais votações, mais projetos e fase de transição: os próximos passos da reforma tributária
Na véspera, a moeda norte-americana recuou 0,04%, cotada a R$ 5,4120. Já o principal índice de ações da bolsa teve alta de 0,09%, aos 127.218 pontos. Dólar
Pixabay
O dólar opera em alta nesta quinta-feira (11). Investidores repercutem dados do Brasil e dos Estados Unidos e a aprovação do primeiro projeto que regulamenta a reforma tributária na Câmara dos Deputados.
Além disso, seguem no radar do mercado eventuais sinais sobre os juros brasileiros, após números recentes da inflação no país.
No exterior, os investidores monitoram os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na condução da política monetária dos Estados Unidos, em meio a novas falas do presidente da instituição nos últimos dois dias.
Entre os principais dados desta quinta, destaque para a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Brasil, que registrou alta de 1,2% em maio — um aquecimento maior do que o esperado pelo mercado.
Lá fora, olhos voltados ao índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) norte-americano, que apresentou arrefecimento de serviços importantes e renovou os ânimos de queda inflacionária.
O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores, também tem alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
ENTENDA: A cronologia da disparada do dólar motivada pelos juros nos EUA, o cenário fiscal brasileiro e as declarações de Lula
CONSEQUÊNCIAS: Alta do dólar deve pressionar inflação e impactar consumo das famílias no 2º semestre, dizem especialistas
Dólar
Às 15h10, o dólar operava em alta de 0,53%, cotado em R$ 5,4408. Veja mais cotações.
Na véspera, o dólar fechou em queda de 0,04%, cotado a R$ 5,4120.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,91% na semana;
recuo de 3,16% no mês;
alta de 11,53% no ano.

Ibovespa
O Ibovespa opera em alta de 0,78%, aos 128.205 pontos.
Na véspera, o Ibovespa fechou em alta de 0,09%, aos 127.218 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,75% na semana;
ganhos de 2,67% no mês;
perdas de 5,19% no ano.

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30 anos do Real: como era a vida antes do plano econômico que deu origem à moeda brasileira
DINHEIRO OU CARTÃO? Qual a melhor forma de levar dólares em viagens?
DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda?
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O que está mexendo com os mercados?
As atenções dos investidores se voltam para a aprovação do primeiro projeto que regulamenta a reforma tributária na Câmara dos Deputados na noite de ontem. A votação teve 336 votos a favor e 142 contrários. O texto ainda vai para o Senado.
É importante lembrar que as regras da reforma tributária serão aplicadas de forma escalonada nos próximos anos, e todos seus efeitos serão sentidos ao longo do tempo. Depois de votar o texto-base, os deputados analisaram os chamados destaques — sugestões de alteração no texto.
O principal destaque em discussão nesta etapa era a tributação zero da carne bovina e do frango, que foi aprovada. Antes, as proteínas animais estavam sujeitas a uma redução de 60%. O tema era uma demanda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com isso, o mercado segue atento a possíveis desdobramentos nos debates sobre a reforma tributária brasileira.
Na agenda, após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ter registrado uma alta de 0,21% em junho, em desaceleração em comparação ao mês anterior, segundo informações divulgadas na véspera, a mira dos investidores ficou hoje com os novos dados de vendas no comércio varejista.
A Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), com alta de 1,2% em maio, mostrou um aquecimento maior do que o esperado pelo mercado, destaca Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital.
"A projeção era de retração para o setor, mas vimos um crescimento robusto. Esse dado pode contribuir para uma apreciação do real frente ao dólar. Isso por conta da forma como a política monetária pode ser conduzida para contornar o nível de aquecimento mais elevado", diz.
O anúncio recente de um novo aumento de preços da gasolina e do gás de cozinha para as distribuidoras feito pela Petrobras, que entrou em vigor na terça-feira, também segue no radar.
Já no exterior, o grande destaque do dia foi o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) norte-americano.
Segundo dados do Departamento de Trabalho, os preços caíram 0,1% em um mês, contrariando as previsões de analistas, que contavam com um ligeiro aumento de 0,1%, e de 3,1% em um ano.
Excluindo os preços da energia e dos alimentos, comumente mais voláteis, a chamada inflação subjacente aumentou ligeiramente em um mês, em 0,1%, mas este é o menor índice desde agosto de 2021. O mercado esperava um aumento de 0,2%, segundo o MarketWatch.
A queda afetou principalmente os preços da energia, que caíram 2% em um mês. Neste setor, os preços da gasolina tiveram um declínio de 3,8%, após terem diminuído 3,6% em maio.
"Mais do que o dado em si, a composição desse indicador foi muito positiva, com o arrefecimento dos serviços que são mais difíceis de serem convertidos: de habitação, logística e saúde", destaca Carla Argenta, da CM Capital.
"Esses três grupos sustentavam efetivamente a inflação mais alta e deixavam o BC norte-americano com uma pulga atrás da orelha em relação à política monetária."
Em junho, a inflação registrou o seu segundo mês de queda, retomando o caminho rumo ao objetivo de 2% definido pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano).
Nesta semana, o presidente da instituição, Jerome Powell, já havia afirmado que a inflação do país “permanece acima” da meta de 2% do Fed, mas tem melhorado nos últimos meses. Ele acrescentou que novos dados positivos fortaleceriam o argumento para cortes na taxa de juros.
"Mais dados bons fortaleceriam nossa confiança de que a inflação está evoluindo de forma sustentável em direção a 2%", disse Powell.
Ter uma inflação em direção à meta é um dos requisitos para a flexibilização da política monetária. Powell também comparou a falta de progresso nos primeiros meses do ano com a melhora recente nos dados. Na prática, o cenário mais positivo ajudou a construir uma base de confiança de que as pressões sobre os preços continuarão a diminuir.
Além disso, ele observou que o Fed agora está preocupado com os riscos para o mercado de trabalho e para a economia caso as taxas permaneçam altas durante muito tempo. “Após a falta de progresso em direção ao nosso objetivo de inflação de 2% no início deste ano, as leituras mensais mais recentes mostraram progressos adicionais modestos”, disse Powell.
O presidente do Fed afirmou ainda que o mercado de trabalho parece estar "totalmente de volta ao equilíbrio", observando que "à medida que fazemos mais progressos na inflação e o mercado de trabalho permanece forte", os cortes nas taxas de juros farão sentido em algum momento.
Os comentários de Powell podem reforçar as expectativas de mudanças na declaração de política monetária a ser divulgada após a reunião do Fed de 30 a 31 de julho, que pode abrir a porta para um corte nas taxas em setembro. A probabilidade de corte em setembro agora está precificada em cerca de 70% no mercado.

É #FAKE que Janja afirmou que o aumento da gasolina é apenas para veículos

Mais votações, mais projetos e fase de transição: os próximos passos da reforma tributária
Notícia falsa foi publicada em site sobre memes após Petrobras anunciar o aumento no valor do combustível. É #FAKE que Janja afirmou que o aumento do preço da gasolina é apenas para veículos
Reprodução
Circula nas redes sociais que a primeira-dama Janja da Silva supostamente afirmou que o aumento do preço da gasolina é válido apenas para os veículos e não para os motoristas. A declaração estaria presente em uma matéria do g1. É #FAKE.
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g1
A imagem usada para espalhar a desinformação é a captura de uma página que simula o layout da editoria de política do g1, com um falso título para uma suposta reportagem: "O aumento no preço da gasolina é só para veículos, e não para os motoristas" — frase atribuída a Janja. O texto continua: "Primeira dama quebra paradigmas e mostra a realidade para os brasileiros".
Supostamente, o texto teria sido publicado no portal nesta segunda-feira (8) — dia em que a Petrobras anunciou o aumento do preço da gasolina em R$ 0,20 por litro para as distribuidoras, passando de R$ 2,81 para R$ 3,01.
O g1 não publicou nenhuma reportagem com o título que circula nas redes sociais nem divulgou fala da primeira-dama sobre o aumento do combustível e do gás de cozinha, conforme busca no próprio portal (aqui).
Procurada, a assessoria de imprensa da primeira-dama informou que a notícia é falsa e a frase não foi dita por Janja em nenhum contexto.
Nas redes sociais oficiais da socióloga, também não há nenhuma menção ao aumento do preço da gasolina. Na última semana, Janja fez publicações sobre o encontro com a primeira-dama da Bolívia Lourdes Durán Romero, a abertura do Favela 20 (F20) e a comemoração à vitória da esquerda na eleição francesa (aqui, aqui e aqui).
Em busca reversa de imagens pelo Google, o Fato ou Fake ainda descobriu que a notícia falsa foi publicada no site iFunny que reúne uma coleção de memes encontrados na internet. A publicação já soma 3,4 mil curtidas até esta quinta-feira (11).
Nas últimas duas semanas, Janja já foi alvo de desinformação sobre outros dois temas desmentidos pelo Fato ou Fake. Confira:
É #FAKE que jornal publicou sobre Janja recorrer ao candomblé para reduzir dólar
É #FAKE que Janja disse que maconha foi liberada para usuários
Fato ou Fake explica:
VEJA outras checagens feitas pela equipe do FATO ou FAKE
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Reforma tributária: Senado quer discutir regulamentação nas comissões; Braga será relator

Trâmite será 'mais lento' que o adotado na Câmara, onde proposta foi aprovada diretamente em plenário. Discussão deve se estender pelo 2º semestre; texto detalha regras da reforma. O primeiro projeto que regulamenta a reforma tributária chegou ao Senado nesta quinta-feira (11). E, durante reunião nesta manhã entre líderes partidários e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), houve consenso para suspensão da tramitação em regime de urgência na Casa.
A aprovação em ritmo acelerado na Câmara dos Deputados ocorreu nesta quarta-feira (10), mas, diante das tratativas desta quinta, no Senado, o ritmo deve ser mais lento. Na ocasião, Pacheco anunciou que o relator será o Eduardo Braga (MDB-AM) e que o texto passará por comissões (leia mais abaixo).
O texto aprovado na Câmara contém uma série de regras adicionais à base da reforma tributária, que já foi aprovada e promulgada no fim de 2023. Os textos, juntos, devem reformular o modo como os impostos são cobrados no país atualmente para todos os setores: famílias, empresas, indústrias e produtores rurais.
Câmara aprova regras para a Reforma Tributária
Relator do projeto
Após a reunião de líderes, Rodrigo Pacheco anunciou no plenário que o relator será o senador Eduardo Braga . Braga também foi o relator do texto da proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária, aprovado no fim do ano passado.
Braga reforçou o pedido para que o projeto de lei que passará agora pelo Senado não tramite em regime de urgência.
“Agradeço mais uma vez a confiança depositada no meu trabalho. Como relator da regulamentação da reforma tributária, fiz um apelo ao presidente Rodrigo Pacheco para que o texto aprovado pela Câmara ontem não tramite em regime de urgência constitucional. Para que, assim, possamos estabelecer um calendário que viabilize a realização de audiências públicas, ouvindo os diversos segmentos”, afirmou.
Sem a tramitação em regime de urgência, a regulamentação da reforma tributária deve ficar para o segundo semestre, contrariando o desejo inicial do governo de aprovar a pauta nas duas Casas antes do fim do primeiro semestre.
Mais votações, mais projetos e fase de transição: os próximos passos da reforma tributária
Passará por comissões
Em entrevista coletiva à imprensa, Braga informou que o projeto passará pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado antes de seguir para o plenário da Casa.
"No regimento do Senado foi decidido que este PL vai tramitar pela Comissão de Constituição e Justiça, portanto, lá terá designação do relator, terá um plano de trabalho que será apresentado, terá, portanto, a participação de todos os senadores da República, membros e não membros da Comissão de Constituição e Justiça", afirmou o parlamentar.
Os senadores avaliam que algumas alterações deverão ser feitas no texto em relação ao que foi aprovado pelos deputados. Com isso, o projeto de lei que regulamenta a reforma tributária ainda deverá voltar para uma nova análise da Câmara após a aprovação pelo Senado.
“Não há dúvidas de que temos questionamentos sobre o que foi aprovado pela Câmara, seja em relação a Zona Franca de Manaus, questões do Nordeste e diversos segmentos da política brasileira. Tudo isso será amplamente debatido, divulgado com antecedência e transparência para que possamos construir para a nação uma regulamentação da reforma tributária que responda aos anseios da população brasileira”, disse Eduardo Braga.
Se for esse mesmo o rito, o projeto só seguirá para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após nova votação na Câmara.

Mais votações, mais projetos e fase de transição: os próximos passos da reforma tributária

Mais votações, mais projetos e fase de transição: os próximos passos da reforma tributária
Mudanças não serão imediatas. Proposta prevê regras de transição até 2033, quando o novo modelo entrará plenamente em vigor. Miriam Leitão: governo tem desafios para implementar a Reforma Tributária
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (10) o primeiro projeto que regulamenta a reforma tributária.
O texto contém uma série de regras adicionais à base da reforma tributária, que já foi aprovada e promulgada no fim de 2023.
Os textos, juntos, devem reformular o modo como os impostos são cobrados no país atualmente para todos os setores: famílias, empresas, indústrias e produtores rurais.
Ainda há um longo caminho, no entanto, até que o novo sistema tributário entre em vigor. Até lá, as regras ainda podem ser adiadas ou revistas, por exemplo.
▶ Por que isso importa? A reforma tributária vai redefinir a forma como os impostos são cobrados no Brasil em todos os setores: famílias, empresas, indústrias e produtores rurais.
Entenda abaixo os próximos passos:
para esse projeto aprovado pela Câmara;
para completar a regulamentação da reforma tributária;
para que o novo sistema de impostos entre em vigor.
Placar de votação das regras da reforma tributária.
Reprodução
O projeto no Congresso
Vai ao Senado
O texto aprovado pela Câmara dos Deputados nesta quarta foi enviado para a análise no Senado Federal.
Por lá, ele vai passar por comissões, antes de ir direto para o plenário.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) anunciou nesta quinta-feira (11) que o relator da reforma tributária na Casa será o senador Eduardo Braga (MDB-AM).
Braga terá o papel de analisar as emendas (sugestão de mudanças), além de elaborar uma proposta de consenso.
Pacheco também disse que o projeto vai para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado.
Pode voltar à Câmara
Se o Senado fizer mudanças muito significativas, o texto terá que voltar à Câmara para uma nova análise.
Os deputados podem manter a versão do Senado, reverter as mudanças ou até propor ideias novas.
Vai à sanção
Se for votado no Senado sem grandes mudanças, ou se passar pela nova votação na Câmara, o projeto segue para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Nessa etapa, o presidente recebe análises técnicas dos ministérios sobre o texto e decide se sanciona ou veta as novas regras.
O que for sancionado vira lei.
O que for vetado volta à análise do Congresso, que pode manter a decisão de Lula (derrubando de vez o trecho) ou revogá-la (inserindo o trecho na lei).
Simplificação de impostos, fim de distorções, eficiência: os objetivos da reforma tributária
IVA, IBS, CBS: entenda como vai funcionar essa nova forma de cobrar impostos no Brasil
Outros textos da regulamentação
Além desse projeto que a Câmara aprovou, no entanto, serão necessários outros textos para fechar a complementação das regras da reforma tributária.
▶ O governo enviou até agora dois textos:
um que define regras mais específicas sobre alíquotas e produtos submetidos à tributação – que a Câmara votou;
um que trata do Comitê Gestor que vai gerenciar o IBS – imposto que será arrecadado por estados e municípios, no novo modelo – e deve ser votado na Câmara em agosto.
▶ O que falta para o governo enviar:
um projeto de lei que reforme a tributação da renda;
um projeto de lei que reforme a tributação da folha de salários (desoneração).
O envio desses dois projetos vai marcar uma segunda etapa de regulamentação da reforma tributária.
Ao contrário da reforma tributária sobre o consumo, no caso da renda não é necessário o envio de uma Proposta de Emenda Constitucional. Projetos de lei são suficientes. Com isso, a necessidade de votos será menor para sua aprovação.
A reforma do IR é uma das diretrizes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem declarado que vai colocar o "pobre no orçamento" e o "rico no imposto de renda". A área econômica do governo Lula ainda não divulgou, entretanto, sua proposta para a reforma do Imposto de Renda.
Com relação ao projeto de lei que reforma a folha de salários, governo e Congresso já entraram em um acordo, em maio, de como ocorrerá a desoneração. No então, ainda falta definir como será a compensação para os 17 setores da economia que serão afetados pela medida.
Governo e Congresso têm debatido o tema, que tem previsão de ser votado na semana que vem.
Regras de transição
A reforma tributária prevê regras de transição até 2033, quando o novo modelo entrará plenamente em vigor. Ou seja: as mudanças não serão imediatas.
O avanço da reforma, no entanto, envia sinais positivos a investidores e empresários e pode melhorar o cenário econômico antes mesmo de entrar em vigor.
É importante lembrar que as regras da reforma tributária serão aplicadas de forma escalonada nos próximos anos, e todos os seus efeitos serão sentidos ao longo do tempo.