Dívida dos estados: governo aceita gastos em segurança e obras para abater juros, mas quer priorizar educação

Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deve apresentar nova versão do projeto nesta segunda-feira (8); Governo apresentou a proposta em março e previa investimentos apenas em educação. Nas conversas com o Senado para renegociar a dívida dos estados, o governo afirmou que aceita ceder e permitir que governadores usem despesas na área de segurança pública e de infraestrutura para abater juros cobrados.
No entanto, a ideia é que esses gastos sejam necessariamente investimentos feitos nessas duas áreas, segundo integrantes do Ministério da Fazenda que conduzem a negociação com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ele deve apresentar a nova versão do projeto de renegociação da dívida nesta segunda-feira (8).
Em março, o governo federal apresentou uma proposta pela qual a redução dos juros tinha como contrapartida somente a ampliação de matrículas no ensino médio técnico.
Os governadores pediram mais flexibilidade nessa condição para corte nos juros.
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O Ministério da Fazenda tem dito que aceita ampliar essa lista para segurança pública e infraestrutura desde que:
as despesas sejam para investimento, e não para pagar custeio das forças de segurança, por exemplo;
a parcela destinada para educação seja maior que para as outras áreas.
A dívida dos estados soma R$ 740 bilhões, de acordo com dados apresentados pelo governo federal em março. Quatro estados concentram 90% desse passivo: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
Pacheco recebe governadores para debater dívida dos Estados com a União
Juros
Os governadores querem reduzir a cobrança de juros, calculados pela variação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) mais 4% ao ano.
Integrantes do governo dizem que é possível cortar esse patamar para IPCA mais 1% ao ano se o estado adotar algumas medidas:
▶️investir em educação, segurança pública e infraestrutura
▶️apresentar ativos (como empresas estatais estaduais) para abater pelo menos 20% do valor da dívida
Um caso hipotético citado por negociadores do projeto é um estado com um débito de R$ 100 bilhões com a União:
o estado transferiria uma estatal estimada em R$ 30 bilhões
a União iria fazer uma auditoria para confirmar esse valor
a dívida cairia de R$ 100 bilhões para R$ 70 bilhões
como houve uma queda de mais de 20% do débito, o estado teria uma redução de juro
a taxa poderia cair mais 1 ponto percentual
Após Pacheco apresentar a nova versão do projeto nesta segunda-feira, o texto deverá ser levado ao plenário do Senado na quarta-feira (10).

O Último Plano #2: A Mágica fica pro Final

No segundo episódio do podcast sobre a criação do Plano Real, um ministro popular e as idas, vindas e embates que quase fizeram tudo ir por água abaixo. O Último Plano terá quatro episódios, com novas publicações sempre às segundas-feiras. Você pode ouvir no g1, no Globoplay, no Spotify, no Castbox, no Youtube Podcasts, no Apple Podcasts, na Deezer, na Amazon Music ou na sua plataforma de áudio preferida. Assine ou siga O Último Plano para ser avisado sempre que tiver novo episódio.
Um ministro da Fazenda que vai até no Programa Silvio Santos para explicar o plano econômico… Voltamos no tempo para entender quem é Fernando Henrique Cardoso e como ele acabou virando ministro no começo dos anos 1990 com a missão de colocar um fim na inflação de uma vez.
O episódio mostra as idas e vindas para conseguir formar uma equipe econômica de primeira, o desenvolvimento do plano, o enfrentamento no Congresso e os momentos de tensão na véspera do lançamento – com direito a soco na mesa e ameaça de demissão – que quase fizeram dar tudo errado. Com direito a uma reviravolta no final.
Não ouviu o primeiro episódio? Ouça aqui.
O Último Plano foi criado e produzido por Renata Ribeiro, Lucas Paulino e Renato Ghelfi. O roteiro é assinado por Valentina Castello Branco e Mariana Pinheiro; edição: Thiago Kaczuroski; coordenação e supervisão: Cláudia Croitor; pesquisa no acervo: Jeferson Ferreira e Fábio Luci; trilha sonora: Marion Lemonnier
O trauma público e as reviravoltas políticas
Uma história real, de gente real, com um enredo repleto de reviravoltas e acontecimentos improváveis. Assim é O Último Plano, novo podcast do g1 lançado em 1º de julho, dia em que o Plano Real completa 30 anos.
A série mergulha nos bastidores da criação da nossa moeda atual e mostra, em detalhes, as movimentações que antecederam o fim de uma era caótica em que a hiperinflação chegou a 2.000% ao ano, gerando graves consequências à vida dos brasileiros. Idealizado e apresentado pela jornalista Renata Ribeiro, o podcast traça uma linha do tempo com os principais marcos políticos e históricos que influenciaram o declínio econômico brasileiro e o plano que pôs fim a ele.
Também ilumina a perspectiva de quem vivenciou esse turbilhão de acontecimentos entre cidadãos comuns, jornalistas e economistas que lideraram a criação do Real. “Esse não é um podcast de economia. A explicação econômica sobre como tudo isso aconteceu é muito interessante. Mas as histórias de quem fez isso acontecer são muito mais”, diz Renata.
Batizado de ‘O Reino do Caos’, o episódio de estreia mostra as tentativas frustradas de conter o caos financeiro. “A inflação vem de antes de eu nascer e cresceu bem mais rápido do que eu nos anos1980. Nessa época, eu ficava atrás da porta ouvindo meus pais cogitarem a venda do carro, da casa ou me tirar da escola. A economia descontrolada era parte de uma realidade indiscutível e o Brasil tinha um problema sem solução. Talvez tenha sido para entender tudo isso que eu fui ser repórter de economia”, revela Renata.
Com preços subindo três vezes ao dia, uma sucessão de planos econômicos fracassados, gente dormindo na fila do supermercado, racionamento de comida e salários-mínimos que não chegavam à metade do mês, a obra deixa claro ao ouvinte como era impossível viver em paz.

Entenda por que os preços da laranja subiram em julho mesmo com demanda menor no inverno

Abelhas rainhas de boa genética podem garantir boa produtividade da colmeia
Altas nas cotações na indústria e na baixa oferta restante explicam sustentação de preços dos cítricos, aponta Cepea/USP de Piracicaba (SP). Laranjas em caixas aguardam transporte após receberem aplicação da cera de carnaúba em packing house da Citrícola Lucato, em Limeira (SP)
Fábio Tito/g1
Julho começa com os preços da laranja firmes para os produtores mesmo diante do recuo na demanda com a chegada do inverno e dias mais frios. Na primeira semana do mês, as altas no mercado de mesa ultrapassam os 23%, a depender da variedade da fruta in natura.
A explicação para a sustentação no mercado de mesa está nos reflexos causados pelas altas das cotações na indústria e na baixa oferta restante, segundo pesquisas mais recentes, divulgadas na sexta-feira (5) pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq, o campus da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba (SP).
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O levantamento do Cepea demonstra que, na parcial desta semana, entre os dias 1º e 5 de julho, a cotação média da laranja pera na árvore foi de R$ 89,61a caixa de 40,8 quilos. A marca representa aumento de 2,67% em relação à ultima semana de junho, apontam as pesquisadoras Ana Carolina Koga de Souza e Fernanda Geraldini, em análise publicada na Revista Hortifrúti Brasil.
Para a lima ácida tahiti, as cotações, que estavam enfraquecidas, reagiram, de acordo com análise do Cepea. Segundo colaboradores do Centro, as exportações se aqueceram, e a oferta de fruta de qualidade está limitada.
Foto de arquivo: Laranjas no pé
TV TEM
"De segunda a quinta, a variedade da lima ácida tahiti colhida é negociada a R$ 31,75 a caixa de 27 quilos. O valor equivale a alta de 23,27% frente ao intervalo anterior.
"A oferta de cítricos no mercado de mesa paulista deve ser baixa em julho. No caso das laranjas, a menor disponibilidade vem sendo verificada desde meados do ano passado e está atrelada também à elevada absorção industrial, tendo em vista a grande necessidade de processadoras em adquirir a matéria-prima", afirmam as pesquisadoras do Cepea.
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Junho
O cenário apresentou movimento contrário em junho. As especialistas no setor de Citrus do Cepea ressaltam que mesmo os produtores de frutas de mesa começaram a focar na indústria em vez do mercado in natura no sexto mês do ano.
"A indústria está com preços atrativos e oferece algumas vantagens em relação ao mercado in natura, como a aquisição de maiores volumes por vez e o menor risco de inadimplência", pontuam.
Pomares de laranja de SP
Reprodução/TV TEM
A laranja e tangerina poncã fecharam junho com valorização. O valor médio da laranja pera no mercado in natura foi de R$ 85,73 a caixa de 40,8 quilos na árvore. Uma alta de 6,9% em relação a maio. Na indústria, o preço praticado para a pera e para as tardias fechou em R$ 76,09/cx de 40,8 kg, colhida, alta de 14,35% na mesma comparação.
A oferta de tangerina poncã, por sua vez, se reduziu durante o mês de junho, resultando em novo aumento de preços. A média de comercialização da poncã no mercado paulista durante o mês foi de R$ 67,26/cx de 27 kg, na árvore, avanço de 22,2% em relação a maio.
Recorde em fevereiro
Em fevereiro, o preço da laranja chegou ao maior patamar dos últimos 30 anos no estado de São Paulo.
Entre fevereiro de 2022 e 2023, o valor da fruta superou a cotação nacional. As explicações para o aumento são as altas temperaturas registradas e os impactos do greening.
O produtor do setor em Mogi Mirim (SP), João Salani, aponta que a produção chegou a cair em 50% nos últimos anos devido ao greening. “A doença foi atacando as lavouras ao poucos e avançou”, disse.
Preço da laranja atinge maior patamar de 30 anos em fevereiro de 2024 no estado
Baixa no estoque de suco
A combinação de impactos na safra e alta nos preços fez com o que os estoques de suco de laranja chegassem ao segundo menor nível já registrado, de acordo com a Associação Nacional de Exportadores de Sucos Cítricos.
O Brasil é responsável por abastecer cerca de 75% do mercado mundial de suco de laranja e tem precisado de mais matéria-prima.
Greening
Reprodução / Globo Rural
Greening: entenda impactos para safra
O greening, também conhecido como huanglongbing e HLB, é uma doença que ataca todos as lavouras de cítricos, não apenas no Brasil, mas em outros 130 países. Ela não tem cura e já consumiu mais de US$ 2 bilhões nos EUA na tentativa de ser controlada.
Segundo o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), a incidência do greening cresceu 56% e passou de 24,4% em 2022, para 38,06% em média em 2023.
As especialistas ressaltam os impactos do greening sobre o mercado da laranja no Brasil e, especialmente, em São Paulo, por ser uma doença que afeta os pomares. O cenário é ainda mais prejudicado pelas ondas de calor, com temperaturas elevadas e à falta de chuvas.
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Preço da uva agrada produtores do noroeste paulista

Abelhas rainhas de boa genética podem garantir boa produtividade da colmeia
Clima gelado atrapalhou a safra, mas, por outro lado, os preços pagos ao produtor melhoraram bastante. Neste ano, os produtores rurais estão otimistas. Preço da uva agrada produtores do noroeste paulista
Reprodução/TV TEM
O inverno também é sinônimo de colheita da uva. Na região de Jales (SP), uma importante área de produção no interior do estado, ela foi atrapalhada pelo clima gelado, porém, os preços pagos ao produtor melhoraram.
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Na propriedade rural de Ângela Rabetti Dias, a expectativa é de muito trabalho para colher as frutas até o fim de outubro. Responsável por mais de 25 hectares, ela produz majoritariamente a niágara rosada, com 80% do território. O objetivo nesta safra é colher mais de 20 toneladas por hectare.
Veja a reportagem exibida no programa em 07/07/2024:
Preço da uva agrada produtores do noroeste paulista
"Se eu comparar com os últimos 15 anos, os melhores preços estão surgindo hoje. No ano passado, comecei entre 8 e 10 de junho. A uva boa, que hoje é colhida a R$ 8,30, antes era R$ 4,50. A uva fraca, que é para caixas menores, era R$ 2,50. Hoje, está R$ 5,80. Os preços explodiram", celebra.
A região tem, atualmente, 700 hectares destinados à produção das uvas, junto de 400 viticultores. Desta vez, o clima tem sido um desafio para todos que dependem da fruta.
"O mês de março choveu muito. Foi quente e úmido e, por isso, favoreceu doenças e a podridão dos cachos. Alguns produtores tiveram problemas com a niágara rosada. Para outros tipos, também foi bem complicado devido ao excesso de umidade. Houve uma perda de produtividade", relata João Dias Maia, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
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Abelhas rainhas de boa genética podem garantir boa produtividade da colmeia

Abelhas rainhas de boa genética podem garantir boa produtividade da colmeia
Apicultor do interior de SP investe na genética das abelhas, com a intenção de deixá-las mais dóceis e evitar que fujam para formar novas colônias. Abelhas rainhas de boa genética podem garantir boa produtividade da colmeia
Reprodução/TV TEM
Nenhum apiário vai adiante sem o comando de uma rainha forte e de boa genética. Elas são necessárias para que as colmeias sejam produtivas, mas selecionar essas abelhas exige muita dedicação e trabalho.
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Johnny Santana, apicultor e meliponicultor, colhe, em média, 300 quilos de mel por safra. São cerca de 20 quilos em cada uma de suas caixas, e uma de suas metas é aumentar a produção. Ele deseja um crescimento de até 35%, mas nada disso será possível sem a ajuda das líderes das colmeias: as abelhas rainhas.
Veja a reportagem exibida no programa em 07/07/2024:
Abelhas rainhas de boa genética podem garantir boa produtividade da colmeia
O apicultor investe na genética das abelhas, com a intenção de deixá-las mais dóceis e evitar que fujam para formar novas colônias. Sua aposta para substituir as abelhas comuns é a rainha Buckfest, que trouxe do Paraná.
O primeiro passo na preparação das futuras rainhas é no laboratório, onde, a exemplo das colmeias, cada uma tem sua função bem definida. Johnny fornece o material genético e a experiência na criação de abelhas.
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