‘Dinheiro esquecido’: R$ 8,36 bilhões ainda podem ser resgatados em sistema do BC

Consulta pode ser feita por pessoas físicas e empresas no Sistema de Valores a Receber. Dados são do mês de fevereiro. Em junho, valor disponível era de quase R$ 8,15 bilhões. O Banco Central divulgou nesta sexta-feira (5) que R$ 8,36 bilhões estão disponíveis para resgate no Sistema de Valores a Receber (SVR). Os dados são do mês de abril.
Até o momento, foram devolvidos R$ 7,13 bilhões aos clientes bancários.
Em junho, esse valor era de quase R$ 8,15 bilhões.
O sistema é um serviço do BC no qual é possível consultar se pessoas físicas, inclusive falecidas, e empresas têm algum "dinheiro esquecido" em banco, consórcio ou outra instituição.
Como consultar e resgatar
Você tem dinheiro esquecido? Saiba como consultar no Banco Central
O único site no qual é possível fazer a consulta e saber como solicitar a devolução dos valores é o https://valoresareceber.bcb.gov.br.
É importante ressaltar que, via sistema do Banco Central, os valores só serão liberados para aqueles que fornecerem uma chave PIX para a devolução.
Caso não tenha uma chave cadastrada, é preciso entrar em contato com a instituição para combinar a forma de recebimento. Outra opção é criar uma chave e retornar ao sistema para fazer a solicitação.
No caso de valores a receber de pessoas falecidas, é preciso ser herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal para consultá-los. Também é necessário preencher um termo de responsabilidade.
Após a consulta, é preciso entrar em contato com as instituições nas quais há valores a receber e verificar os procedimentos.

‘Dinheiro esquecido’: R$ 8,4 bilhões ainda podem ser resgatados em sistema do Banco Central

O Banco Central divulgou nesta sexta-feira (5) que R$ 8,36 bilhões estão disponíveis para resgate no Sistema de Valores a Receber (SVR). Os dados são do mês de maio.
Esse valor era de R$ 8,15 bilhões, em abril, e R$ 8 bilhões, em março.
▶️ O sistema é um serviço do BC no qual é possível consultar se pessoas físicas, inclusive falecidas, e empresas têm algum "dinheiro esquecido" em banco, consórcio ou outra instituição.
Você tem dinheiro esquecido? Saiba como consultar no Banco Central
Como consultar e resgatar
O único site no qual é possível fazer a consulta e saber como solicitar a devolução dos valores é o do Banco Central.
É importante ressaltar que, via sistema do Banco Central, os valores só serão liberados para aqueles que fornecerem uma chave PIX para a devolução.
Caso não tenha uma chave cadastrada, é preciso entrar em contato com a instituição para combinar a forma de recebimento. Outra opção é criar uma chave e retornar ao sistema para fazer a solicitação.
No caso de valores a receber de pessoas falecidas, é preciso ser herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal para consultá-los. Também é necessário preencher um termo de responsabilidade.
Após a consulta, é preciso entrar em contato com as instituições nas quais há valores a receber e verificar os procedimentos.

Dólar e Ibovespa operam com volatilidade nesta sexta; dados de emprego dos EUA ficam no radar

Dólar inverte o sinal e opera em alta nesta sexta; Ibovespa cai
No dia anterior, moeda norte-americana recuou 1,46%, cotada em R$ 5,4869. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira encerrou em alta de 0,40%, aos 126.164 pontos. Dólar
Karolina Grabowska/Pexels
O dólar operava com volatilidade nesta sexta-feira (5), após as fortes baixas registradas nos últimos dois pregões. Investidores continuam a repercutir o anúncio de que o governo está comprometido com a meta fiscal brasileira e monitoram dados norte-americanos.
Na noite de quarta-feira (3), depois de um dia inteiro de reuniões, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um corte de R$ 25 bilhões em despesas e disse que Lula determinou que seja cumprido o arcabouço fiscal.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, também oscila entre altas e baixas.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
ENTENDA: A cronologia da disparada do dólar motivada pelos juros nos EUA, o cenário fiscal brasileiro e as declarações de Lula
CONSEQUÊNCIAS: Alta do dólar deve pressionar inflação e impactar consumo das famílias no 2º semestre, dizem especialistas
Dólar
Às 14h, o dólar caía 0,06%, cotado a R$ 5,4838. Veja mais cotações.
No dia anterior, o dólar teve queda de 1,46%, cotado a R$ 5,4869.
Com o resultado, acumulou:
queda de 1,82% na semana;
recuo de 1,82% no mês;
alta de 13,07% no ano.

Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,08%, aos 126.068 pontos.
Na véspera, o índice teve alta de 0,40%, aos 126.164 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 1,82% na semana;
ganhos de 1,82% no mês;
perdas de 5,98% no ano.

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O que está mexendo com os mercados?
Em um dia de agenda econômica esvaziada no Brasil, o pregão segue ressoando os últimos acontecimentos políticos, que vão desde as críticas de Lula ao BC até o anúncio do corte de R$ 25 bilhões no Orçamento.
Relembre os principais acontecimentos da semana que mexeram com o mercado interno:
Nos últimos dias, críticas do presidente Lula reacenderam o temor no mercado de que o governo não estivesse comprometido com a responsabilidade fiscal. O alívio nas tensões políticas em torno do compromisso do governo com o fiscal brasileiro trouxe um tom mais positivo para os mercados, especialmente após falas de Haddad na noite de quarta-feira (3).
"Tivemos a oportunidade de nos reunirmos três vezes hoje. Lula me pediu que falasse para vocês. Primeira coisa que o presidente determinou é cumprir o arcabouço fiscal. Não se discute isso. São leis que regulam as finanças no Brasil e serão cumpridas. O arcabouço será preservado a todo custo", afirmou o ministro, em coletiva de imprensa.
Haddad ainda prometeu cortes no Orçamento de 2025, com algumas despesas obrigatórias. O ministro explicou que o governo fez um pente-fino para identificar gastos sociais que poderiam ser cortados e que essas medidas podem até ser antecipadas, a depender do relatório de receitas e despesas do governo federal.
"Serão R$ 25,9 bilhões que vão ser cortados. Foi feito com as equipes dos ministérios. Um trabalho com critérios com base em cadastro, nas leis aprovadas. Algumas dessas medidas do Orçamento de 2025 podem ser antecipadas à luz do que a Receita nos apresente no dia 22 de julho", disse.
Haddad: corte de R$ 25,9 bi de despesas obrigatórias
Também na quarta, durante o anúncio do Plano Safra voltado para a agricultura familiar, no Palácio do Planalto, Lula afirmou que "responsabilidade fiscal é compromisso" e que o governo "não joga dinheiro fora".
"Aqui, nesse governo, a gente aplica o dinheiro que é necessário, a gente gasta com educação e saúde, naquilo que é necessário. Mas a gente não joga dinheiro fora. Responsabilidade fiscal não é uma palavra, é um compromisso desse governo desde 2003. E a gente manterá ele à risca", disse Lula.
Na terça-feira (2), Lula disse que "não se pode inventar crises" e "jogar a culpa" da disparada do dólar nas últimas semanas nas declarações que ele deu.
"É um absurdo. Obviamente que me preocupa essa subida do dólar. Há uma especulação. Há um jogo de interesse especulativo contra o Real nesse país. Eu tenho conversado com as pessoas o que a gente vai fazer. Estou voltando quarta-feira, vou ter uma reunião. Não é normal o que está acontecendo", argumentou Lula.
Ele voltou a falar, também, sobre o comando do BC, defendendo que a instituição seja autônoma e que Campos Neto tem um viés político.
"A gente precisa manter o Banco Central funcionando de forma correta, com autonomia, para que o presidente do Banco Central não fiquei vulnerável às pressões políticas. (…) Quando você é autoritário você resolve fazer com que o mercado se apodere de uma instituição que deveria ser do Estado. Ele não pode estar à serviço do sistema financeiro, ele não pode estar à serviço do mercado".
Na segunda, Lula já havia dito que o próximo presidente do BC deve olhar para o Brasil "do jeito que ele é e não do jeito que o sistema financeiro fala".
"Eu estou há dois anos com o presidente do Banco Central do [ex-presidente Jair] Bolsonaro, não é correto isso", afirmou o presidente nesta segunda-feira, ponderando que a autonomia do BC foi aprovada pelo Congresso e será respeitada.
"Eu tenho que, com muita paciência, esperar a hora de indicar o outro candidato, e ver se a gente consegue… ter um presidente do Banco Central que olhe o país do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro fala", acrescentou, destacando que "quem quer BC autônomo é o mercado".
O mandato de Campos Neto acaba em 2024 e, desde 2021, a legislação brasileira determina a autonomia do BC, que deve tomar suas decisões sem interferência política. No entanto, Lula afirmou que vai indicar para a presidência da instituição alguém com "compromisso com o crescimento do país".
A legislação determina que o presidente e os diretores do BC terão mandatos de 4 anos não coincidentes com a presidência da República — um novo presidente assume o BC, então, no terceiro ano de mandato de cada presidente da República. Cabe ao presidente da república indicar nomes para o comando do BC, mas estes só serão aprovados com aval do Senado Federal.
Lula também disse que preza pela responsabilidade fiscal e que inflação baixa é sua obsessão, usando como exemplo a decisão do governo de manter a meta para a evolução dos preços em 3%. O presidente ainda afirmou, ontem à noite, que não tem que prestar contas "a nenhum ricaço desse país, a nenhum banqueiro".
"Tenho que prestar contas ao povo pobre, trabalhador deste país, que precisa que a gente tenha cuidado e que a gente cuide deles".
As falas recentes do presidente se juntam às críticas feitas por ele à instituição desde a semana passada. Lula disse que "a taxa de juros de 10,5% é irreal para uma inflação de 4%", reiterando que a Selic deve melhorar quando ele indicar o substituto de Campos Neto.
Na terça-feira, presidente do Banco Central deu uma resposta. Afirmou que a interrupção do ciclo de corte de juros pela instituição, em junho deste ano, "tem a ver muito mais com ruídos que nós criamos do que com os fundamentos [da economia]".
Ele não detalhou, na declaração, quem criou os ruídos citados. A declaração foi dada durante palestra no Forum on Central Banking, promovido pelo Banco Central Europeu (ECB), em Portugal (Sintra).
"Isso [interrupção dos cortes de juros] tem a ver muito mais com ruídos que nós criamos do que com os fundamentos [da economia]. E os ruídos estão relacionados com dois canais: um é a expectativa do caminho da política fiscal [arrecadação e gastos públicos], e o outro é a expectativa sobre o futuro da política monetária [decisões sobre a taxa de juros]", disse.
"Então, quando você tem esses dois [ruídos] ao mesmo tempo, criou-se uma incerteza suficiente que, para nós, precisávamos interromper e ver como podíamos arrumar esse canal, e como nós podemos nos comunicar melhor para eliminar esses ruídos", afirmou Campos Neto.
De acordo com ele, há uma "grande desconexão" entre os dados correntes da economia, como as informações sobre as contas públicas, e as informações sobre política monetária (inflação e seu impacto na taxa de juros) e as expectativas dos agentes do mercado financeiro.
"O que aconteceu no Brasil é que as expectativas começaram a subir apesar de os dados correntes [de inflação] estarem vindo conforme o esperado", explicou o presidente do BC.
Ambiente internacional
No exterior, o foco do mercado ficou com o relatório de emprego payroll, nos Estados Unidos, que é considerado um termômetro da economia no país. O documento ainda é uma das medidas utilizadas pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para determinar o direcionamento da política monetária.
Segundo o relatório, a criação de vagas de trabalho nos EUA desacelerou para um ritmo ainda mais saudável em junho, com a taxa de desemprego subindo para 4,1%. Foram abertos 206 mil postos de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, segundo o Departamento do Trabalho norte-americano.
Os dados mais amenos no mercado de trabalho do país reforçam a perspectiva de que o Fed pode estar perto de começar a cortar os juros norte-americanos. Isso porque, quando somado à moderação dos preços em maio, o documento confirmou a tendência de que a inflação parece estar mais controlada.
O cenário também foi confirmado pelo último relatório de política monetária do Fed ao Congresso, divulgado nesta sexta. Segundo o documento, a inflação está diminuindo e o mercado de trabalho voltou à situação "apertada, mas não superaquecida" observada nos períodos pré-pandêmicos.
"A inflação diminuiu notavelmente no ano passado e mostrou um progresso modesto até agora neste ano", disse o Fed.
"A demanda por mão de obra diminuiu, já que as vagas de emprego recuaram em muitos setores da economia, e a oferta de mão de obra continuou a aumentar, apoiada por um forte ritmo de imigração", completou a instituição no documento.
*Com informações da agência de notícias Reuters

Ministro da Previdência anuncia ‘pente-fino’ em 800 mil benefícios temporários, como auxílio-doença

Dólar inverte o sinal e opera em alta nesta sexta; Ibovespa cai
Cadastros deveriam passar por revisão a cada dois anos, mas reanálise não é feita desde 2019. Governo espera que processo reduza despesas e ajude no cumprimento das metas fiscais. Ministro da Previdência, Carlos Lupi, em entrevista à TV Globo.
Thiago Resende/TV Globo
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, anunciou nesta sexta-feira (5) que o governo fará um "pente-fino" em benefícios previdenciários temporários, como o auxílio por incapacidade temporária (auxílio-doença), a partir de agosto deste ano.
Segundo ele, há uma previsão de que esse tipo de revisão aconteça a cada dois anos. Entretanto, no caso dos benefícios temporários, o processo não era realizado desde 2019.
A meta é checar a validade dos benefícios que estão vigentes há mais tempo.
"Todo mundo que tem mais dois anos de benefício, que não é o permanente, é o temporário, ele tem necessidade de fazer um novo exame para saber se ele continua tendo aquele direito. Então isso já está começando a ser organizado. Isso vai dar em torno de 800 mil pessoas, um pouquinho mais, um pouquinho menos, que poderão ter que fazer essa nova perícia para confirmar o nosso benefício", disse o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi.
O ministro explicou, posteriormente, que nem todos os beneficiários precisarão ser chamados para perícia presencial, pois alguns casos serão resolvidos somente com o cruzamento de dados cadastrais.
De acordo com ele, não haverá uma convocação automática de todos os beneficiários para essa revisão, o que, se implementado, geraria filas nos postos de atendimento. Ele explicou que o processo será gradativo.
"Estamos começando um sistema de triagem, de apuração, de possíveis irregularidades para corrigir rumos. De dois em dois anos, se pode fazer isso. [Vai ser] principalmente nos benefícios temporários, alguns erros que se pode cometer, terem sido cometidos e, principalmente, coibindo sempre ações inescrupulosas de intermediários', acrescentou o ministro.
O objetivo do governo é abrir espaço no orçamento para os gastos livres dos ministérios, pressionados por conta do limite do arcabouço fiscal, a nova regra para as contas públicas, e também tentar cumprir a meta de zerar o rombo das contas do governo neste ano.
Nesta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que, por conta do arcabouço fiscal, a regra para as contas públicas, será necessário fazer um bloqueio de R$ 25,9 bilhões em gastos.
Haddad e Tebet passarão pente-fino na revisão dos gastos públicos
1,36 milhão de benefícios temporários
Em maio deste ano, segundo números do Ministério da Previdência Social, o estoque (número total) de benefícios temporários (incapacidade administrativa e análise administrativa) em vigor somava 1,36 milhão.
A iniciativa se soma a outras revisões de cadastro que o governo vem fazendo nos últimos meses, como a de beneficiários do Bolsa Família e de benefícios permanentes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Dólar inverte o sinal e opera em alta nesta sexta; Ibovespa cai

Dólar inverte o sinal e opera em alta nesta sexta; Ibovespa cai
No dia anterior, moeda norte-americana recuou 1,46%, cotada em R$ 5,4869. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira encerrou em alta de 0,40%, aos 126.164 pontos. Dólar
Karolina Grabowska/Pexels
O dólar inverteu o sinal e opera em alta nesta sexta-feira (5), em um movimento de leve correção das fortes baixas registradas nos últimos dois pregões, com investidores ainda repercutindo o anúncio de que o governo está comprometido com a meta fiscal brasileira.
Na noite de quarta-feira (3), depois de um dia inteiro de reuniões, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um corte de R$ 25 bilhões em despesas e disse que Lula determinou que seja cumprido o arcabouço fiscal.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em baixa.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
ENTENDA: A cronologia da disparada do dólar motivada pelos juros nos EUA, o cenário fiscal brasileiro e as declarações de Lula
CONSEQUÊNCIAS: Alta do dólar deve pressionar inflação e impactar consumo das famílias no 2º semestre, dizem especialistas
Dólar
Às 12h, o dólar subia 0,18%, cotado a R$ 5,4968. Veja mais cotações.
No dia anterior, o dólar teve queda de 1,46%, cotado a R$ 5,4869.
Com o resultado, acumulou:
queda de 1,82% na semana;
recuo de 1,82% no mês;
alta de 13,07% no ano.

Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,21%, aos 125.902 pontos.
Na véspera, o índice teve alta de 0,40%, aos 126.164 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 1,82% na semana;
ganhos de 1,82% no mês;
perdas de 5,98% no ano.

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DINHEIRO OU CARTÃO? Qual a melhor forma de levar dólares em viagens?
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O que está mexendo com os mercados?
Em um dia de agenda econômica esvaziada no Brasil, o pregão segue ressoando os últimos acontecimentos políticos, das críticas de Lula ao BC ao anúncio do corte de R$ 25 bilhões no Orçamento.
Relembre os principais acontecimentos da semana que mexeram com o mercado interno:
Nos últimos dias, críticas do presidente Lula reacenderam o temor no mercado de que o governo não estivesse comprometido com a responsabilidade fiscal. O alívio nas tensões políticas em torno do compromisso do governo com o fiscal brasileiro trouxe um tom mais positivo para os mercados, especialmente após falas de Haddad na noite de quarta-feira (3).
"Tivemos a oportunidade de nos reunirmos três vezes hoje. Lula me pediu que falasse para vocês. Primeira coisa que o presidente determinou é cumprir o arcabouço fiscal. Não se discute isso. São leis que regulam as finanças no Brasil e serão cumpridas. O arcabouço será preservado a todo custo", afirmou o ministro, em coletiva de imprensa.
Haddad ainda prometeu cortes no Orçamento de 2025, com algumas despesas obrigatórias. O ministro explicou que o governo fez um pente-fino para identificar gastos sociais que poderiam ser cortados e que essas medidas podem até ser antecipadas, a depender do relatório de receitas e despesas do governo federal.
"Serão R$ 25,9 bilhões que vão ser cortados. Foi feito com as equipes dos ministérios. Um trabalho com critérios com base em cadastro, nas leis aprovadas. Algumas dessas medidas do Orçamento de 2025 podem ser antecipadas à luz do que a Receita nos apresente no dia 22 de julho", disse.
Haddad: corte de R$ 25,9 bi de despesas obrigatórias
Também na quarta, durante o anúncio do Plano Safra voltado para a agricultura familiar, no Palácio do Planalto, Lula afirmou que "responsabilidade fiscal é compromisso" e que o governo "não joga dinheiro fora".
"Aqui, nesse governo, a gente aplica o dinheiro que é necessário, a gente gasta com educação e saúde, naquilo que é necessário. Mas a gente não joga dinheiro fora. Responsabilidade fiscal não é uma palavra, é um compromisso desse governo desde 2003. E a gente manterá ele à risca", disse Lula.
Na terça-feira (2), Lula disse que "não se pode inventar crises" e "jogar a culpa" da disparada do dólar nas últimas semanas nas declarações que ele deu.
"É um absurdo. Obviamente que me preocupa essa subida do dólar. Há uma especulação. Há um jogo de interesse especulativo contra o Real nesse país. Eu tenho conversado com as pessoas o que a gente vai fazer. Estou voltando quarta-feira, vou ter uma reunião. Não é normal o que está acontecendo", argumentou Lula.
Ele voltou a falar, também, sobre o comando do BC, defendendo que a instituição seja autônoma e que Campos Neto tem um viés político.
"A gente precisa manter o Banco Central funcionando de forma correta, com autonomia, para que o presidente do Banco Central não fiquei vulnerável às pressões políticas. (…) Quando você é autoritário você resolve fazer com que o mercado se apodere de uma instituição que deveria ser do Estado. Ele não pode estar à serviço do sistema financeiro, ele não pode estar à serviço do mercado".
Na segunda, Lula já havia dito que o próximo presidente do BC deve olhar para o Brasil "do jeito que ele é e não do jeito que o sistema financeiro fala".
"Eu estou há dois anos com o presidente do Banco Central do [ex-presidente Jair] Bolsonaro, não é correto isso", afirmou o presidente nesta segunda-feira, ponderando que a autonomia do BC foi aprovada pelo Congresso e será respeitada.
"Eu tenho que, com muita paciência, esperar a hora de indicar o outro candidato, e ver se a gente consegue… ter um presidente do Banco Central que olhe o país do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro fala", acrescentou, destacando que "quem quer BC autônomo é o mercado".
O mandato de Campos Neto acaba em 2024 e, desde 2021, a legislação brasileira determina a autonomia do BC, que deve tomar suas decisões sem interferência política. No entanto, Lula afirmou que vai indicar para a presidência da instituição alguém com "compromisso com o crescimento do país".
A legislação determina que o presidente e os diretores do BC terão mandatos de 4 anos não coincidentes com a presidência da República — um novo presidente assume o BC, então, no terceiro ano de mandato de cada presidente da República. Cabe ao presidente da república indicar nomes para o comando do BC, mas estes só serão aprovados com aval do Senado Federal.
Lula também disse que preza pela responsabilidade fiscal e que inflação baixa é sua obsessão, usando como exemplo a decisão do governo de manter a meta para a evolução dos preços em 3%. O presidente ainda afirmou, ontem à noite, que não tem que prestar contas "a nenhum ricaço desse país, a nenhum banqueiro".
"Tenho que prestar contas ao povo pobre, trabalhador deste país, que precisa que a gente tenha cuidado e que a gente cuide deles".
As falas recentes do presidente se juntam às críticas feitas por ele à instituição desde a semana passada. Lula disse que "a taxa de juros de 10,5% é irreal para uma inflação de 4%", reiterando que a Selic deve melhorar quando ele indicar o substituto de Campos Neto.
Na terça-feira, presidente do Banco Central deu uma resposta. Afirmou que a interrupção do ciclo de corte de juros pela instituição, em junho deste ano, "tem a ver muito mais com ruídos que nós criamos do que com os fundamentos [da economia]".
Ele não detalhou, na declaração, quem criou os ruídos citados. A declaração foi dada durante palestra no Forum on Central Banking, promovido pelo Banco Central Europeu (ECB), em Portugal (Sintra).
"Isso [interrupção dos cortes de juros] tem a ver muito mais com ruídos que nós criamos do que com os fundamentos [da economia]. E os ruídos estão relacionados com dois canais: um é a expectativa do caminho da política fiscal [arrecadação e gastos públicos], e o outro é a expectativa sobre o futuro da política monetária [decisões sobre a taxa de juros]", disse.
"Então, quando você tem esses dois [ruídos] ao mesmo tempo, criou-se uma incerteza suficiente que, para nós, precisávamos interromper e ver como podíamos arrumar esse canal, e como nós podemos nos comunicar melhor para eliminar esses ruídos", afirmou Campos Neto.
De acordo com ele, há uma "grande desconexão" entre os dados correntes da economia, como as informações sobre as contas públicas, e as informações sobre política monetária (inflação e seu impacto na taxa de juros) e as expectativas dos agentes do mercado financeiro.
"O que aconteceu no Brasil é que as expectativas começaram a subir apesar de os dados correntes [de inflação] estarem vindo conforme o esperado", explicou o presidente do BC.
*Com informações da agência de notícias Reuters