Com entrada de R$ 12,7 bilhões em junho, poupança tem maior ingresso de recursos do ano

As entradas de recursos nas cadernetas de poupança superaram os as retiradas em R$ 12,75 bilhões em junho deste ano, informou nesta sexta-feira (5) o Banco Central.
De acordo com a instituição, no mês passado:
os depósitos somaram R$ 348 bilhões,
as retiradas totalizaram R$ 335,6 bilhões.
Esse foi o maior ingresso de recursos, para um mês fechado, desde dezembro do ano passado — quando houve o aporte de R$ 13,77 bilhões na modalidade.
Em maio deste ano, outros R$ 8,22 bilhões já haviam ingressado na poupança.
A entrada de recursos, dos últimos meses, coincidiu com a antecipação da primeira parcela do décimo terceiro de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Já no acumulado do primeiro semestre deste ano, ainda segundo dados oficiais, as retiradas de recursos da poupança superaram os depósitos em R$ 2,79 bilhões.
Foi o melhor resultado para esse período desde 2020 (quando ingressaram R$ 84,4 bilhões na poupança, por conta do pagamento do auxílio emergencial na pandemia da Covid-19).

Dólar abre em queda, com melhora na percepção fiscal brasileira

Gol, Dia, Casa do Pão de Queijo: as empresas que pediram recuperação judicial no 1° semestre de 2024
No dia anterior, moeda norte-americana recuou 1,46%, cotada em R$ 5,4869. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira encerrou em alta de 0,40%, aos 126.164 pontos. Dólar
Karolina Grabowska/Pexels
O dólar vive mais uma abertura de pregão em baixa nesta sexta-feira (5), com investidores ainda repercutindo o anúncio de que o governo está comprometido com a meta fiscal brasileira.
Na noite de quarta-feira (3), depois de um dia inteiro de reuniões, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um corte de R$ 25 bilhões em despesas e disse que Lula determinou que seja cumprido o arcabouço fiscal.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
ENTENDA: A cronologia da disparada do dólar motivada pelos juros nos EUA, o cenário fiscal brasileiro e as declarações de Lula
CONSEQUÊNCIAS: Alta do dólar deve pressionar inflação e impactar consumo das famílias no 2º semestre, dizem especialistas
Dólar
Às 09h, o dólar caía 0,33%, cotado a R$ 5,4687. Veja mais cotações.
No dia anterior, o dólar teve queda de 1,46%, cotado a R$ 5,4869.
Com o resultado, acumulou:
queda de 1,82% na semana;
recuo de 1,82% no mês;
alta de 13,07% no ano.

Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice teve alta de 0,40%, aos 126.164 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 1,82% na semana;
ganhos de 1,82% no mês;
perdas de 5,98% no ano.

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O que está mexendo com os mercados?
Em um dia de agenda econômica esvaziada no Brasil, o pregão segue ressoando os últimos acontecimentos políticos, das críticas de Lula ao BC ao anúncio do corte de R$ 25 bilhões no Orçamento.
Relembre os principais acontecimentos da semana que mexeram com o mercado interno:
Nos últimos dias, críticas do presidente Lula reacenderam o temor no mercado de que o governo não estivesse comprometido com a responsabilidade fiscal. O alívio nas tensões políticas em torno do compromisso do governo com o fiscal brasileiro trouxe um tom mais positivo para os mercados, especialmente após falas de Haddad na noite de quarta-feira (3).
"Tivemos a oportunidade de nos reunirmos três vezes hoje. Lula me pediu que falasse para vocês. Primeira coisa que o presidente determinou é cumprir o arcabouço fiscal. Não se discute isso. São leis que regulam as finanças no Brasil e serão cumpridas. O arcabouço será preservado a todo custo", afirmou o ministro, em coletiva de imprensa.
Haddad ainda prometeu cortes no Orçamento de 2025, com algumas despesas obrigatórias. O ministro explicou que o governo fez um pente-fino para identificar gastos sociais que poderiam ser cortados e que essas medidas podem até ser antecipadas, a depender do relatório de receitas e despesas do governo federal.
"Serão R$ 25,9 bilhões que vão ser cortados. Foi feito com as equipes dos ministérios. Um trabalho com critérios com base em cadastro, nas leis aprovadas. Algumas dessas medidas do Orçamento de 2025 podem ser antecipadas à luz do que a Receita nos apresente no dia 22 de julho", disse.
Haddad: corte de R$ 25,9 bi de despesas obrigatórias
Também na quarta, durante o anúncio do Plano Safra voltado para a agricultura familiar, no Palácio do Planalto, Lula afirmou que "responsabilidade fiscal é compromisso" e que o governo "não joga dinheiro fora".
"Aqui, nesse governo, a gente aplica o dinheiro que é necessário, a gente gasta com educação e saúde, naquilo que é necessário. Mas a gente não joga dinheiro fora. Responsabilidade fiscal não é uma palavra, é um compromisso desse governo desde 2003. E a gente manterá ele à risca", disse Lula.
Na terça-feira (2), Lula disse que "não se pode inventar crises" e "jogar a culpa" da disparada do dólar nas últimas semanas nas declarações que ele deu.
"É um absurdo. Obviamente que me preocupa essa subida do dólar. Há uma especulação. Há um jogo de interesse especulativo contra o Real nesse país. Eu tenho conversado com as pessoas o que a gente vai fazer. Estou voltando quarta-feira, vou ter uma reunião. Não é normal o que está acontecendo", argumentou Lula.
Ele voltou a falar, também, sobre o comando do BC, defendendo que a instituição seja autônoma e que Campos Neto tem um viés político.
"A gente precisa manter o Banco Central funcionando de forma correta, com autonomia, para que o presidente do Banco Central não fiquei vulnerável às pressões políticas. (…) Quando você é autoritário você resolve fazer com que o mercado se apodere de uma instituição que deveria ser do Estado. Ele não pode estar à serviço do sistema financeiro, ele não pode estar à serviço do mercado".
Na segunda, Lula já havia dito que o próximo presidente do BC deve olhar para o Brasil "do jeito que ele é e não do jeito que o sistema financeiro fala".
"Eu estou há dois anos com o presidente do Banco Central do [ex-presidente Jair] Bolsonaro, não é correto isso", afirmou o presidente nesta segunda-feira, ponderando que a autonomia do BC foi aprovada pelo Congresso e será respeitada.
"Eu tenho que, com muita paciência, esperar a hora de indicar o outro candidato, e ver se a gente consegue… ter um presidente do Banco Central que olhe o país do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro fala", acrescentou, destacando que "quem quer BC autônomo é o mercado".
O mandato de Campos Neto acaba em 2024 e, desde 2021, a legislação brasileira determina a autonomia do BC, que deve tomar suas decisões sem interferência política. No entanto, Lula afirmou que vai indicar para a presidência da instituição alguém com "compromisso com o crescimento do país".
A legislação determina que o presidente e os diretores do BC terão mandatos de 4 anos não coincidentes com a presidência da República — um novo presidente assume o BC, então, no terceiro ano de mandato de cada presidente da República. Cabe ao presidente da república indicar nomes para o comando do BC, mas estes só serão aprovados com aval do Senado Federal.
Lula também disse que preza pela responsabilidade fiscal e que inflação baixa é sua obsessão, usando como exemplo a decisão do governo de manter a meta para a evolução dos preços em 3%. O presidente ainda afirmou, ontem à noite, que não tem que prestar contas "a nenhum ricaço desse país, a nenhum banqueiro".
"Tenho que prestar contas ao povo pobre, trabalhador deste país, que precisa que a gente tenha cuidado e que a gente cuide deles".
As falas recentes do presidente se juntam às críticas feitas por ele à instituição desde a semana passada. Lula disse que "a taxa de juros de 10,5% é irreal para uma inflação de 4%", reiterando que a Selic deve melhorar quando ele indicar o substituto de Campos Neto.
Na terça-feira, presidente do Banco Central deu uma resposta. Afirmou que a interrupção do ciclo de corte de juros pela instituição, em junho deste ano, "tem a ver muito mais com ruídos que nós criamos do que com os fundamentos [da economia]".
Ele não detalhou, na declaração, quem criou os ruídos citados. A declaração foi dada durante palestra no Forum on Central Banking, promovido pelo Banco Central Europeu (ECB), em Portugal (Sintra).
"Isso [interrupção dos cortes de juros] tem a ver muito mais com ruídos que nós criamos do que com os fundamentos [da economia]. E os ruídos estão relacionados com dois canais: um é a expectativa do caminho da política fiscal [arrecadação e gastos públicos], e o outro é a expectativa sobre o futuro da política monetária [decisões sobre a taxa de juros]", disse.
"Então, quando você tem esses dois [ruídos] ao mesmo tempo, criou-se uma incerteza suficiente que, para nós, precisávamos interromper e ver como podíamos arrumar esse canal, e como nós podemos nos comunicar melhor para eliminar esses ruídos", afirmou Campos Neto.
De acordo com ele, há uma "grande desconexão" entre os dados correntes da economia, como as informações sobre as contas públicas, e as informações sobre política monetária (inflação e seu impacto na taxa de juros) e as expectativas dos agentes do mercado financeiro.
"O que aconteceu no Brasil é que as expectativas começaram a subir apesar de os dados correntes [de inflação] estarem vindo conforme o esperado", explicou o presidente do BC.
*Com informações da agência de notícias Reuters

Por que o WhatsApp deixa de funcionar em celulares antigos

Gol, Dia, Casa do Pão de Queijo: as empresas que pediram recuperação judicial no 1° semestre de 2024
Meta, dona do app, revisa anualmente os sistemas operacionais que suportam o serviço, mas não divulga a lista dos aparelhos onde ele deixará de funcionar. Veja como saber se o seu celular pode perder o suporte. Saiba por que o WhatsApp deixa de funcionar em celulares antigos
AP Photo/Patrick Sison
Todo ano, o WhatsApp faz uma revisão dos sistemas operacionais (softwares) que serão compatíveis com o seu serviço e informa os novos requisitos de operação. Consequentemente, essa medida faz com que alguns aparelhos antigos deixem de ter o app de mensagens funcionando.
Isso porque a Meta, dona do WhatsApp, prioriza uma lista de versões mais recentes de sistemas operacionais e que tenham mais usuários.
Embora possa ser assustador, esse é um procedimento normal e empresa diz que a suspensão do suporte para o app não acontece "do nada", mas que informa o usuário antes de ele perder o acesso total ao aplicativo.
Mas a Meta não divulga uma lista oficial dos aparelhos que deixarão de suportar o app de mensagens. O que ela informa é com quais sistemas ele é compatível.
O Google, criador do sistema Android, o mais popular no mundo, e a Apple, responsável pelo iOS, que roda nos iPhones, costumam lançar uma nova versão todo ano, que é disponibilizada para modelos mais recentes. E mantêm, por algum tempo, versões anteriores, que atendem a aparelhos que não são tão novos.
Atualmente, o WhatsApp é compatível com os sistemas:
Android versão 5.0 e posterior
iOS versão 12 e posterior
KaiOS 2.5.0 e posterior
➡️➡️➡️ Conheça o sistema KaiOS
Como verificar o sistema operacional do seu celular
🤖 No Android, siga este passo a passo:
Clique no ícone de "Configurações" do celular;
Em seguida, toque em "Sobre o dispositivo" e, depois, "Versão do Android";
Por fim, verifique a "Versão do Android".
🍎 No iPhone (iOS), siga este passo a passo:
Toque no ícone "Ajustes";
Depois, clique em "Geral" e "Atualização de Software";
Em seguida, verifique a última versão instalada.
Por que celulares antigos perdem suporte?
O WhatsApp deixa de oferecer suporte para softwares mais antigos e com menos usuários porque, segundo a Meta, eles podem não abranger as atualizações de segurança mais recentes do aplicativo ou não incluir funcionalidades necessárias para operar o WhatsApp.
Celular antigo ou com defeito? Saiba se é hora de trocar de aparelho
No caso dos iPhones, o WhatsApp terá suporte em aparelhos que estão, pelo menos, na versão 12 do iOS, que não é a mais nova (a mais recente, atualmente, é a iOS 17.5.1, que ficou disponível em maio deste ano para iPhone XS e posteriores).
O iOS 12 é compatível com celulares da Apple entre o iPhone 5s e o iPhone XR. Assim, o WhatsApp é compatível com os modelos neste grupo e todos os outros lançados pela marca desde então.
Como saberei quando meu celular não for mais compatível?
A lista de versões de sistemas operacionais que são compatíveis com o WhatsApp é mantida na Central de Ajuda do app e atualizada anualmente.
A Meta diz ainda que, antes de deixar de oferecer suporte para um sistema operacional, exibirá uma notificação no WhatsApp.
"Também exibiremos alguns lembretes solicitando que você atualize o sistema", informa o app.
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Seu CPF tem pendências? Veja como fazer consulta e deixá-lo em situação regular

Gol, Dia, Casa do Pão de Queijo: as empresas que pediram recuperação judicial no 1° semestre de 2024
Cadastro precisa estar em situação regular para que o cidadão possa, entre outros pontos, receber benefícios como o Bolsa Família. CPF, receita federal, documento
Adriana Toffetti/Ato Press/Estadão Conteúdo
O CPF (Cadastro de Pessoa Física) é um dos documentos mais importantes para o brasileiro. Por isso, é de extrema importância que ele esteja em situação regular. Quem possui irregularidades em seu CPF pode ficar impedido de realizar ações básicas, como receber o Bolsa Família.
Veja abaixo como saber se o seu CPF está regular e o que fazer caso ele não esteja.
Como saber se o CPF está regular?
A consulta pode ser feita pelo site da Receita Federal – clique aqui para acessar a página específica. É preciso inserir o número do CPF e a data de nascimento, clicar em "sou humano" e em seguida em "consultar".
Consulta CPF
Reprodução/Receita Federal
Também é possível fazer a consulta no aplicativo da Receita Federal no seu celular, disponível para download na Google Play (Android) e App Store (iOS).
A consulta deve considerar os seguintes pontos:
Situação regular;
Pendente de regularização;
Suspenso;
Titular falecido ou
Cancelado.
Situação regular
Mesmo se o seu CPF estiver regular, verifique se as informações apresentadas estão corretas para evitar uma possível suspensão futura. Se houver alguma divergência, a atualização pode ser feita pela página específica da Receita Federal (clique aqui para acessar).
Pendente de regularização
Significa que o contribuinte deixou de entregar alguma Declaração do Imposto Renda da Pessoa Física dos últimos cinco anos que era de envio obrigatório.
Para regularizar o CPF neste caso, é preciso enviar a entrega da declaração que esteja faltando. Pela conta gov.br (clique aqui para acessar) é possível verificar qual declaração está faltando.
Suspenso
Neste caso, o cadastro está incorreto ou incompleto, mas não há pendência de entrega de declarações.
A regularização pode ser feita pelo site da Receita (clique aqui para acessar).
Caso o sistema gere um protocolo de atendimento, será necessário enviar documentos para a Receita. O envio deve ser feito por e-mail, para o endereço que corresponde ao estado do contribuinte:
DF, GO, MT, MS e TO: atendimentorfb.01@rfb.gov.br
AC, AM, AP, PA, RO e RR: atendimentorfb.02@rfb.gov.br
CE, MA e PI: atendimentorfb.03@rfb.gov.br
AL, PB, PE e RN: atendimentorfb.04@rfb.gov.br
BA e SE: atendimentorfb.05@rfb.gov.br
MG: atendimentorfb.06@rfb.gov.br
ES e RJ: atendimentorfb.07@rfb.gov.br
SP: atendimentorfb.08@rfb.gov.br
PR e SC: atendimentorfb.09@rfb.gov.br
RS: atendimentorfb.10@rfb.gov.br
Exterior: cpf.residente.exterior@rfb.gov.br
Veja aqui como deve ser apresentado cada documento solicitado.
Titular falecido
Neste caso, foi informado à Receita Federal que o titular do CPF faleceu. Se seu CPF foi enquadrado indevidamente nesta situação, é necessário agendar atendimento em uma unidade da Receita Federal.
Cancelado
Um CPF só é cancelado em casos de duplicidade ou por decisão em um processo. Se seu CPF foi enquadrado indevidamente nesta situação, é necessário agendar atendimento em uma unidade da Receita Federal.
Receita Federal lança ferramenta para evitar fraudes no CPF

Gol, Dia, Casa do Pão de Queijo: as empresas que pediram recuperação judicial no 1° semestre de 2024

Gol, Dia, Casa do Pão de Queijo: as empresas que pediram recuperação judicial no 1° semestre de 2024
Levantamento mostra que o país tem mais de 4 mil empresas em recuperação judicial; lista do g1 relembra os casos mais marcantes deste ano. Gol, Dia, Casa do Pão de Queijo e Polishop fazem parte do grupo de mais de 4 mil empresas com pedido de recuperação judicial no Brasil
Divulgação
Um levantamento da RGF Consultoria mostra que 4.203 empresas estavam em recuperação judicial no primeiro trimestre deste ano, uma alta de 3,9% em relação ao trimestre anterior, considerando entradas e saídas.
Nos primeiros três meses do ano, foram 292 empresas que entraram com o pedido, o que representa uma queda de 18% contra o trimestre passado.
Depois de um 2023 marcado por crises em gigantes como Americanas, 123 Milhas e Starbucks, mais uma vez, nomes bem conhecidos fazem parte da lista de 2024.
A primeira do ano foi a Gol Linhas Aéreas. A companhia, na verdade, está em reestruturação financeira nos Estados Unidos, seguindo o Capítulo 11 da lei de falências americana, mas é um processo semelhante à recuperação judicial no Brasil.
Falando a rigor das recuperações em território nacional, entram em cena nomes como a rede de supermercados Dia, a Polishop, a Odebrecht Engenharia e Construção, e a Casa do Pão de Queijo.
Relembre a seguir os principais casos de recuperação judicial do primeiro semestre de 2024.
Gol Linhas Aéreas
GOL Linhas Aéreas
Divulgação
Em 25 de janeiro, a Gol entrou com pedido de reestruturação financeira nos Estados Unidos, pelo Capítulo 11 da lei de falências, com uma dívida estimada em R$ 20 bilhões.
Este é um processo semelhante à recuperação judicial brasileira, que serve para remanejar suas obrigações no curto prazo, enquanto busca sustentabilidade da operação para os próximos anos.
Na época, a empresa disse que o objetivo do processo é reestruturar suas obrigações financeiras de curto prazo e "fortalecer sua estrutura de capital para ter sustentabilidade no longo prazo".
"O processo de reestruturação pretende otimizar a Gol para sustentar o crescimento. Não devemos reduzir as aeronaves em serviço. O foco é endereçar os passivos durante esse período e organizar o fluxo daqui para frente", afirmou a empresa, em comunicado ao mercado.
As causas para o endividamento da companhia aérea são, principalmente, o alto custo para manter a sua operação e a diminuição de receitas da época da pandemia de Covid-19, para além do dólar e petróleo que ficaram mais caros nos últimos anos, elevando o preço da querosene de aviões.
O pedido de recuperação da Gol foi aceito em 26 de janeiro, impedindo credores de obter bens ou propriedades da companhia aérea. A medida também suspende ações contra a empresa.
Em março, a empresa pediu à Justiça que investigasse a sua concorrente Latam Airlines por suspeita de má conduta durante o processo de recuperação, alegando que a companhia estava se aproveitando da situação para tentar roubar suas aeronaves, contratar seus pilotos e desencorajar os agentes de viagens de reservar voos de clientes com a Gol. O caso está em investigação.
A Gol segue operando normalmente, apesar da recuperação.
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Dia
Supermercado Dia em Araraquara
Walter Strozzi/acidade on
Em 21 de março, foi a vez da rede de supermercados Dia pedir sua recuperação judicial, apenas uma semana após anunciar o fechamento de 343 lojas no Brasil, mantendo apenas algumas unidades em São Paulo. No dia seguinte, a Justiça aceitou o pedido.
A dívida do grupo espanhol no país é estimada em mais de R$ 1 bilhão, sendo R$ 268 milhões só de dívidas bancárias. A recuperação é válida apenas para a operação brasileira da companhia, que continua operando em outros mercados como Argentina e Espanha.
Na época do pedido, a empresa disse que seu objetivo era "tentar superar sua atual situação econômica e financeira", diante dos "persistentes resultados negativos registrados no país".
Dois meses depois, em maio, o Dia anunciou que fechou um acordo para vender 100% do seu capital no Brasil. A venda resultará no desinvestimento total por parte do grupo no Brasil, permitindo que a empresa possa "focar em seus mercados mais rentáveis", segundo nota.
A operação será vendida para um cliente da gestora MAM Asset Management, do Banco Master, que viabilizou a realização do negócio por meio da criação de um fundo exclusivo. O g1 procurou o banco na época, que optou por não revelar o cliente.
Por enquanto, a recuperação judicial da rede segue, ao passo que a efetivação da operação de venda está em andamento.
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Polishop
Interior de loja Polishop
Reprodução/Polishop/Instagram
Depois de receber, pelo menos, 50 ações de despejo por inadimplência entre 2022 e 2024, a Polishop pediu recuperação judicial em meados de maio deste ano. O pedido foi aceito pela Justiça de São Paulo no dia 20 do mesmo mês.
A dívida da varejista é de cerca de R$ 395 milhões e a principal causa do problema financeiro, segundo a empresa, foi a pandemia de Covid-19. Na época, a companhia precisou fechar mais da metade de suas lojas e demitir 2 mil funcionários.
A Polishop atribui sua crise, também, ao cenário de juros altos no Brasil, que dificultou o acesso ao crédito para as empresas, principalmente as varejistas.
O presidente e fundador da empresa, João Appolinário, chegou a emitir uma nota justificando a situação da companhia.
"Nos últimos anos, a elevação da taxa Selic e a restrição ao crédito, principalmente para o varejo, tornou o custo do dinheiro altíssimo, aumentando também o endividamento das famílias. Além disso, o aumento do custo de ocupação dos shoppings, regulado pelo IGP-M [Índice Geral de Preços – Mercado] […] pressionou ainda mais os custos operacionais", disse.
Odebrecht Engenharia e Construção
Gasodutos da Odebrecht Engenharia & Construção
Divulgação / Odebrecht
A Odebrecht Engenharia e Construção (OEC), braço de construção civil da holding Novonor (antigo Grupo Odebrecht), entrou com pedido de recuperação judicial em 27 de junho, com uma dívida estimada em US$ 4,6 bilhões (o equivalente a R$ 26 bilhões).
A empresa possui, atualmente, 31 obras ativas, sendo 21 no Brasil e outras 10 no exterior e empregando mais de 15 mil pessoas.
A recuperação se refere somente à operação brasileira e, em nota, a OEC diz que o foco da recuperação é reestruturar os US$ 4,6 bilhões em passivos financeiros e operacionais, "além de operações antigas dentro do mesmo grupo".
A OEC é o braço da holding Novonor focado em engenharia e construção. Além desta, o grupo controla ou tem participação em outras empresas, como Braskem, Horiens e Nova Infra Invest.
A Justiça de São Paulo aceitou o pedido já no dia seguinte (28) e, desde então, a OEC tem 60 dias para apresentar o plano de recuperação judicial.
Casa do Pão de Queijo
Casa do Pão de Queijo pede recuperação judicial
Reprodução/CPQ – Shopping Garden
A Casa do Pão de Queijo entrou com um pedido de recuperação judicial em 28 de junho, em Campinas (SP), com uma dívida estimada em R$ 57,5 milhões.
O pedido se refere à holding e suas 28 filiais, todas localizadas em aeroportos, e não tem impacto sobre as 170 franquias da rede.
A crise financeira que atinge a rede de cafeterias, que é a mais popular entre os aeroportos brasileiros, foi influenciada, sobretudo, pela pandemia de Covid-19, que reduziu o número de passageiros e diminuiu a receita da empresa em cerca de 50% em um ano.
A rede também diz que sofreu com os preços dos aluguéis dos aeroportos, que não tiveram descontos em muitos casos, além do fechamento de diversas franquias, pois os franqueados não conseguiam continuar tocando os negócios durante a pandemia.
A Casa do Pão de Queijo já fechou 19 lojas próprias, mas garantiu que não haverá nenhuma mudança para os funcionários das filiais que seguem em operação. O pedido está em análise na Justiça.
Casa do Pão de Queijo pede recuperação judicial, com dívida de R$ 57 milhões; entenda o processo
Casas Bahia em recuperação extrajudicial
Casas Bahia
Divulgação/Casas Bahia
Além dos pedidos de recuperação judicial, outra varejista que está em processo de reestruturação de suas dívidas é a Casas Bahia. Porém, a empresa recorreu a uma recuperação extrajudicial.
O processo é diferente de uma recuperação judicial, em que a companhia em crise financeira recorre à Justiça para entrar em um acordo com todos os seus credores. Na recuperação extrajudicial, a renegociação é feita diretamente com os principais credores para, depois, ser homologada pelo judiciário.
No caso da Casas Bahia, que tem uma dívida total estimada em R$ 4,1 bilhões, os passivos a serem renegociados são apenas financeiros, sendo que os principais credores, com 55% dos créditos devidos pela companhia, são Bradesco e Banco do Brasil.
O plano prevê taxas de juros diferenciadas e um alongamento dos títulos de dívidas da Casas Bahia, além de promessas de pagamento em favor dos bancos.
No ano passado, a companhia anunciou o fechamento de até 100 lojas e a demissão de seis mil funcionários, como parte do seu plano de reestruturação financeira.
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Crise da Americanas
Fachada de loja da Americanas; grupo pediu recuperação judicial em 2023
Reprodução/TV Globo
Com a maior recuperação judicial em andamento na atualidade, a crise da Americanas continua. A dívida é estimada em quase R$ 51 bilhões, mas o plano para a recuperação já foi aprovado pelos credores.
A companhia reportou um prejuízo de R$ 4,61 bilhões em seu último balanço, correspondente ao período entre janeiro e setembro de 2023.
O prejuízo da empresa foi puxado por uma queda de 45,1% em sua receita líquida nos nove primeiros meses de 2023 em relação ao mesmo período de 2022. Nos três trimestres deste primeiro ano de crise, a receita da empresa foi de R$ 10,293 bilhões.
A principal razão para essa baixa na receita foi a forte diminuição nas vendas realizadas pelos canais digitais da companhia: uma queda de 77,1% entre janeiro e setembro de 2023 em comparação com os mesmos meses de 2022.
Para tentar reverter a situação e dar andamento na reestruturação da empresa, em maio, os acionistas da varejista aprovaram, em assembleia geral extraordinária, um novo aumento de capital para a companhia de até R$ 40,7 bilhões.
Em nota, a Americanas disse que "no digital, onde se concentram as vendas de tickets mais altos, houve um abalo de confiança. Os clientes tinham preocupação em relação às entregas dos produtos e os sellers (vendedores) ficaram temerosos de não receber os repasses pelas vendas realizadas".
Para além dos resultados financeiros, o mais recente capítulo da história da Americanas é a operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) conta o ex-presidente da companhia, Miguel Gutierrez, e outros ex-executivos, todos acusados de participação da fraude financeira.
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Starbucks com nova dona
Loja da Starbucks
Divulgação/SouthRock
A SouthRock Capital, que operava não apenas a Starbucks no Brasil, mas também Subway e Eataly, segue em recuperação, mas vendeu a operação da rede de cafeterias para a Zamp, empresa controladora do Burger King e Popeyes.
A Zamp anunciou, em junho, que as empresas chegaram a um acordo por um valor base de R$ 120 milhões. Esse valor, porém, pode mudar, a depender da quantidade de lojas efetivamente adquiridas e o nível de estoque na data do fechamento.
Para a compra ser concluída, a operação ainda depende de algumas condições.
"Dentre elas a autorização judicial no âmbito da recuperação judicial da SouthRock, na forma da lei, a aprovação da operação pelo CADE [Conselho Administrativo de Defesa Econômica] e a celebração de contratos definitivos com a Starbucks Corporation na qualidade de titular da marca 'Starbucks', além de outras usuais em operações dessa natureza", afirmou a Zamp, em nota.
Ainda não há definições de como a possível operação do Starbucks pela Zamp funcionaria no Brasil.
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