Dólar dá trégua e cai quase 2%, com reuniões de Lula e Haddad no foco; Ibovespa sobe

Rio terá nova bolsa de valores; operação deve começar no 2° semestre de 2025
A moeda norte-americana recuou 1,71%, cotada em R$ 5,5683. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira encerrou em alta de 0,70%, aos 125.662 pontos. Notas de dólar.
Reuters
O dólar deu trégua nesta quarta-feira (3) e encerrou a sessão em queda de 1,71%, de volta aos R$ 5,56 e devolvendo parte dos ganhos dos últimos dias.
Apesar de o mercado seguir cauteloso em relação ao rumo das contas públicas brasileiras e às críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Banco Central do Brasil (BC), sinais mais positivos de controle da inflação nos Estados Unidos animou os mercados.
Por aqui, investidores monitoraram as reuniões que aconteceram ao longo do dia entre Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a equipe econômica do governo. Oficialmente, o governo disse somente que o encontro trataria do "tema fiscal", mas o mercado acredita que medidas para tentar conter o avanço do dólar também foram discutidas. (veja mais abaixo)
A moeda americana vive semanas de disparada e, ontem, encerrou o dia cotada a R$ 5,66, depois de bater os R$ 5,70 durante a tarde. Esse é o maior patamar em dois anos e meio e reflete, sobretudo, a cautela do mercado com as recentes críticas de Lula ao BC e seu presidente, Roberto Campos Neto.
ENTENDA: Juros nos EUA, cenário fiscal e declarações de Lula: veja a cronologia da disparada do dólar
Na terça-feira (2), Lula disse que há um "jogo de interesse especulativo" contra o real e que o governo avalia medidas. O presidente diz que a reação de alta da moeda americana após as críticas feitas por ele ao Banco Central e ao seu presidente, Roberto Campos Neto, "não têm explicação".
No exterior, o foco ficou com a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, operava em alta nos últimos minutos do pregão.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Ao final da sessão, o dólar recuou 1,71%, cotado a R$ 5,5683. Na mínima, chegou a R$ 5,5404. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,36% na semana;
recuo de 0,36% no mês;
alta de 14,75% no ano.
No dia anterior, o dólar teve alta de 0,22%, cotado a R$ 5,6652. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,7007.

Ibovespa
Já o Ibovespa encerrou em alta de 0,70%, aos 125.662 pontos.
Na véspera, o índice teve alta de 0,06%, aos 124.787 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,71% na semana;
ganhos de 0,71% no mês;
perdas de 7% no ano.

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Um dos fatores que influenciaram a forte queda do dólar neste pregão foi o cenário internacional, principalmente os Estados Unidos. Na véspera, o presidente do Fed afirmou acreditar que, até o fim de 2025, a inflação americana deve estar de volta à meta e destacou que o mercado de trabalho no país dá sinais de arrefecimento.
Uma inflação mais controlada permite que o Fed reduza os juros na maior economia do mundo, hoje entre 5,25% e 5,50% ao ano. Quando o mercado de trabalho está muito aquecido, isso gera uma tendência de maior inflação, já que mais dinheiro vai para a mão da população. Por isso, um arrefecimento na criação de vagas é visto como sinal positivo pelo mercado.
"Nos Estados Unidos, o relatório JOLTS de abertura de vagas de trabalho veio acima das expectativas de mercado, mas continuou mostrando uma tendência de desaceleração, com a relação de vagas e o número de desempregados atingindo 1,24", destaca a XP Investimentos, em análise.
Os analista, porém, ressaltam que Powell reforçou que "ainda são necessárias evidências adicionais para se determinar se a tendência de queda é sustentável."
Além disso, o foco do mercado também esteve com a ata da última reunião de política monetária do Fed. Segundo o documento, as autoridades do BC norte-americano reconheceram que a economia dos EUA parece estar desacelerando e que "as pressões sobre os preços estão diminuindo".
Ainda assim, os dirigentes continuaram a aconselhar uma abordagem de "esperar para ver", antes de se comprometerem com o início do ciclo de corte dos juros por lá.
Já no cenário doméstico, o destaque do pregão ficou com as reuniões de Lula com Haddad para tratar sobre o cenário fiscal.
Durante o anúncio do Plano Safra voltado para a agricultura familiar, no Palácio do Planalto, Lula afirmou nesta tarde que "responsabilidade fiscal é compromisso" e que o governo "não joga dinheiro fora".
"Aqui, nesse governo, a gente aplica o dinheiro que é necessário, a gente gasta com educação e saúde, naquilo que é necessário. Mas a gente não joga dinheiro fora. Responsabilidade fiscal não é uma palavra, é um compromisso desse governo desde 2003. E a gente manterá ele à risca", disse Lula.
Ontem, Lula disse que "não se pode inventar crises" e "jogar a culpa" da disparada do dólar nas últimas semanas nas declarações que ele deu.
"É um absurdo. Obviamente que me preocupa essa subida do dólar. Há uma especulação. Há um jogo de interesse especulativo contra o Real nesse país. Eu tenho conversado com as pessoas o que a gente vai fazer. Estou voltando quarta-feira, vou ter uma reunião. Não é normal o que está acontecendo", argumentou Lula.
Ele voltou a falar, também, sobre o comando do BC, defendendo que a instituição seja autônoma e que Campos Neto tem um viés político.
"A gente precisa manter o Banco Central funcionando de forma correta, com autonomia, para que o presidente do Banco Central não fiquei vulnerável às pressões políticas. (…) Quando você é autoritário você resolve fazer com que o mercado se apodere de uma instituição que deveria ser do Estado. Ele não pode estar à serviço do sistema financeiro, ele não pode estar à serviço do mercado".
Na segunda, Lula já havia dito que o próximo presidente do BC deve olhar para o Brasil "do jeito que ele é e não do jeito que o sistema financeiro fala".
"Eu estou há dois anos com o presidente do Banco Central do [ex-presidente Jair] Bolsonaro, não é correto isso", afirmou o presidente nesta segunda-feira, ponderando que a autonomia do BC foi aprovada pelo Congresso e será respeitada.
"Eu tenho que, com muita paciência, esperar a hora de indicar o outro candidato, e ver se a gente consegue… ter um presidente do Banco Central que olhe o país do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro fala", acrescentou, destacando que "quem quer BC autônomo é o mercado".
O mandato de Campos Neto acaba em 2024 e que, desde 2021, a legislação brasileira determina a autonomia do BC, que deve tomar suas decisões sem interferência política. No entanto, Lula afirmou que vai indicar para a presidência da instituição alguém com "compromisso com o crescimento do país".
A legislação determina que o presidente e os diretores do BC terão mandatos de 4 anos não coincidentes com a presidência da República — um novo presidente assume o BC, então, no terceiro ano de mandato de cada presidente da República. Cabe ao presidente da república indicar nomes para o comando do BC, mas estes só serão aprovados com aval do Senado Federal.
Lula também disse que preza pela responsabilidade fiscal e que inflação baixa é sua obsessão, usando como exemplo a decisão do governo de manter a meta para a evolução dos preços em 3%. O presidente ainda afirmou, ontem à noite, que não tem que prestar contas "a nenhum ricaço desse país, a nenhum banqueiro".
"Tenho que prestar contas ao povo pobre, trabalhador deste país, que precisa que a gente tenha cuidado e que a gente cuide deles".
As falas recentes do presidente se juntam às críticas feitas por ele à instituição desde a semana passada. Lula disse que "a taxa de juros de 10,5% é irreal para uma inflação de 4%", reiterando que a Selic deve melhorar quando ele indicar o substituto de Campos Neto.
Na terça-feira, presidente do Banco Central deu uma resposta. Afirmou que a interrupção do ciclo de corte de juros pela instituição, em junho deste ano, "tem a ver muito mais com ruídos que nós criamos do que com os fundamentos [da economia]".
Ele não detalhou, na declaração, quem criou os ruídos citados. A declaração foi dada durante palestra no Forum on Central Banking, promovido pelo Banco Central Europeu (ECB), em Portugal (Sintra).
"Isso [interrupção dos cortes de juros] tem a ver muito mais com ruídos que nós criamos do que com os fundamentos [da economia]. E os ruídos estão relacionados com dois canais: um é a expectativa do caminho da política fiscal [arrecadação e gastos públicos], e o outro é a expectativa sobre o futuro da política monetária [decisões sobre a taxa de juros]", disse.
"Então, quando você tem esses dois [ruídos] ao mesmo tempo, criou-se uma incerteza suficiente que, para nós, precisávamos interromper e ver como podíamos arrumar esse canal, e como nós podemos nos comunicar melhor para eliminar esses ruídos", afirmou Campos Neto.
De acordo com ele, há uma "grande desconexão" entre os dados correntes da economia, como as informações sobre as contas públicas, e as informações sobre política monetária (inflação e seu impacto na taxa de juros) e as expectativas dos agentes do mercado financeiro.
"O que aconteceu no Brasil é que as expectativas começaram a subir apesar de os dados correntes [de inflação] estarem vindo conforme o esperado", explicou o presidente do BC.
*Com informações da agência de notícias Reuters

Casa do Pão de Queijo: Justiça aceita pedido de recuperação judicial; dívida é de R$ 57 milhões

Rio terá nova bolsa de valores; operação deve começar no 2° semestre de 2025
A recuperação se refere à holding e suas 28 filiais, todas localizadas em aeroportos, e não tem impacto sobre as 170 franquias da rede. Casa do Pão de Queijo pede recuperação judicial
Reprodução/CPQ – Shopping Garden
A Justiça aceitou o pedido de recuperação judicial da Casa do Pão de Queijo nesta quarta-feira (3), em Campinas (SP). A rede de cafeterias pediu a recuperação na última sexta-feira (28), com uma dívida estimada em R$ 57,5 milhões.
Agora, a empresa tem 60 dias para apresentar um plano de recuperação para seus credores, que precisam aprovar a reestruturação.
A recuperação se refere à holding e suas 28 filiais, todas localizadas em aeroportos, e não tem impacto sobre as 170 franquias da rede, segundo a empresa informou ao g1.
Filial é uma loja gerida pela própria marca, enquanto a franquia é uma unidade em que terceiros adquirem o direito de operar a marca com capital próprio, repassando um valor à empresa.
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Do total da dívida da Casa do Pão de Queijo, o montante de maior valor diz respeito aos credores quirografários, que são aqueles que não têm nenhuma garantia ou direito de preferência nos pagamentos. São R$ 55,9 milhões.
Também há uma dívida estimada em cerca de R$ 1,4 milhão com credores enquadrados como Microempreendedores ou Empresas de Pequeno Porte, e R$ 224,3 mil em dívidas trabalhistas.
Além dos valores listados na recuperação judicial, o pedido também menciona que detém uma dívida de R$ 53,2 milhões com outros credores e outros R$ 28,7 milhões em dívidas tributárias com municípios, estados e a União.
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O que muda com a recuperação judicial?
De acordo com a Casa do pão de Queijo, a operação de suas lojas próprias segue normalmente apesar da recuperação judicial.
Em decorrência da crise financeira que a empresa atravessa, 19 filiais foram fechadas até aqui, sendo:
cinco localizadas no Aeroporto Internacional de Brasília (DF);
quatro no Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante (RN),
uma no Aeroporto Internacional de Fortaleza (CE);
uma no Aeroporto de Vitória (ES);
uma próxima ao Aeroporto de Jacarepaguá (RJ),
uma em Tamboré, bairro de Barueri (SP);
uma no bairro Vila Nova Conceição, em São Paulo (SP);
uma na Faria Lima, avenida famosa de São Paulo (SP);
uma na Rua Oscar Freire, em São Paulo (SP);
uma no Shopping Pátio Paulista, em São Paulo (SP);
uma no Shopping Metrô Tatuapé, em São Paulo (SP);
uma no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP).
Para além das lojas que já foram fechadas e as demissões ocorridas neste processo, a companhia informa que não haverá nenhuma mudança para os funcionários das filiais que seguem em operação.
Sobre a oferta de produtos nas lojas próprias, todas localizadas em aeroportos, a empresa diz que, por enquanto, não haverá nenhuma redução. "A vida segue normalmente na Casa do Pão de Queijo", destaca a rede ao g1.
A empresa reforça, ainda, que nada mudará para o consumidor. Apesar da crise, a Casa do pão de Queijo diz que acredita em sua reestruturação e que a volta à normalidade é completamente viável, caso o plano de recuperação judicial seja aprovado.
Além disso, a empresa afirma que novas franquias serão inauguradas nos próximos meses e que "também estão previstos lançamentos de produtos no final do ano, como de costume".
Sobre a reestruturação, a companhia diz, no pedido de recuperação, que "possui um "goodwill" (termo que se refere ao status e credibilidade da marca) absolutamente capaz de promover sua recuperação e reorganização".
Após a Justiça aceitar o pedido, a empresa tem 60 dias para apresentar o seu plano de recuperação judicial, que precisa ser aprovado pelos credores.
A empresa pediu, no entanto, a antecipação dos efeitos do "stay period" , período em que são suspensas todas as ações e execuções de dívidas contra a empresa em recuperação, para a preservação das atividades do negócio.
"Isso porque, como é sabido, no momento que a dificuldade financeira se torna pública, os credores em geral, reduzem muito, quando não cortam totalmente as linhas de créditos até então dadas às empresas", pontua a ação.
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Por que a Casa do Pão de Queijo pediu recuperação judicial?
Entre 2014 e 2019, a Casa do Pão de Queijo abriu dezenas de novas lojas próprias, impulsionada por eventos que trouxeram uma grande movimentação para os aeroportos brasileiros, com destaque para a Copa do Mundo em 2014 e as Olímpiadas de 2016.
A empresa destaca que, naquele momento, se tornou "a principal rede de cafeterias em aeroportos no Brasil" e que vinha experimentando um "crescimento sólido". Até que, em 2020, chegou a pandemia de Covid-19, que reduziu os trânsitos nos aeroportos e diminuiu os números de consumo.
Nos três primeiros meses de pandemia, a companhia perdeu 97% de seu faturamento, e encerrou o ano com uma queda de 50%. Naquele momento, segundo a empresa, as lojas recém-inauguradas em Fortaleza e Porto Alegre estavam ainda em fase de consolidação, e a rede tinha "financiamentos significativos a serem pagos".
"Com o fechamento dos aeroportos por várias semanas devido às medidas de contenção da pandemia, a retomada das operações foi extremamente lenta e complicada pelos novos procedimentos sanitários rigorosos. Como resultado, a Casa do Pão de Queijo teve centenas de funcionários impossibilitados de trabalhar nas lojas, levando à perda de produtos estocados", diz a ação.
A companhia cita, ainda, que os aeroportos continuaram cobrando aluguéis mesmo com a redução de passageiros, o que, em alguns casos, resultou em "dívidas injustas e impagáveis".
Também por conta da pandemia, franqueados da Casa do Pão de Queijo tiveram de encerrar suas operações, diminuindo o faturamento da rede, ao mesmo tempo em que sua produção era interrompida pelas medidas de isolamento social.
Segundo a empresa, também contribuiu para sua crise financeira a dificuldade em obter linhas de créditos viáveis, e um dos investimentos recentes deu errado: uma parceria com uma multinacional mexicana do setor de alimentos.
Por fim, as cheias históricas no Rio Grande do Sul impactaram a operação das lojas localizadas no Aeroporto de Porto Alegre.
"A tragédia climática causou um impacto financeiro negativo de quase R$ 1 milhão por mês em vendas e uma perda de EBITDA de aproximadamente R$ 250 mil por mês. Sem previsão de retorno à normalidade, a empresa teve que demitir 55 funcionários, agravando ainda mais a crise", afirma.
Veja a nota da Casa do Pão de Queijo na íntegra
"A Casa do Pão de Queijo, fundada em 1967, experimentou sólido crescimento e franca expansão a partir da icônica receita de pão de queijo que se mantém como carro-chefe da empresa. No entanto, foi fortemente impactada pela pandemia de Covid-19, que obrigou a suspensão de atividades por razões sanitárias com a consequente perda de produtos, sem uma contrapartida suficiente em termos de aluguéis de lojas, pagamento de funcionários e contratos com fornecedores.
A essa situação, acrescentou-se um cenário macroeconômico pouco favorável, em especial com os juros altos que afetaram não apenas a companhia, mas também vários setores da economia, notadamente o Varejo.
Mais recentemente, novos episódios climáticos desfavoráveis também implicaram perda de receitas relevantes, o que levou a Casa do Pão de Queijo a entrar com um pedido de Recuperação Judicial (Processo nº 1000235-18.2024.8.26.0354) visando à uma ampla e negociada solução para a situação financeira atual, de modo a permitir à Direção da empresa honrar todos os seus compromissos.
As operações da companhia devem continuar normalmente na fábrica, nas lojas próprias e nas franquias, que, inclusive, devem abrir novos pontos de venda. Também estão previstos lançamentos de produtos no final do ano, como de costume.
É pertinente salientar que, ao longo de toda a sua história, a Casa do Pão de Queijo se tornou uma referência no mercado brasileiro em termos de tradição, inovação, qualidade de seus produtos e continuado respeito a seus fornecedores, clientes e colaboradores."

Clientes da Nomad, Avenue e Wise são afetados por vazamento de dados de banco nos EUA

Rio terá nova bolsa de valores; operação deve começar no 2° semestre de 2025
Clientes diretos da Evolve Bank & Trust e clientes de instituições parceiras no Open Banking tiveram suas informações expostas. ataque cibernético – webstories
Giphy
Um ataque cibernético contra o banco norte-americano Evolve Bank & Trust comprometeu dados e informações pessoais mantidos pela instituição, que é ou já foi fornecedora de serviços financeiros para as empresas Nomad, Avenue e Wise.
O ataque, que durou entre fevereiro e março, foi orquestrado pela LockBit, uma das maiores gangues de crimes cibernéticos do mundo. As empresas de conta digital, com clientes no Brasil, não souberam dizer quantos clientes foram afetados. (veja a nota de cada uma abaixo)
Segundo a Evolve, os hackers acessaram e baixaram dados de clientes dos bancos da companhia e exigiram o pagamento de um resgate das informações. O banco se recusou a pagar e, como resultado, o grupo vazou os dados baixados na internet.
As informações vazadas dizem respeito aos nomes, números de seguro social (uma espécie de CPF dos Estados Unidos), números de contas bancárias e informações de contato, além de dados pessoais de funcionários do banco.
A Evolve diz que o ataque acessou dados da maioria dos seus clientes de serviços bancários, assim como os clientes de outras instituições financeiras que têm parceria com a empresa nos serviços de Open Banking.
Ainda de acordo com a Evolve, "não há evidências de que os criminosos tenham acessado quaisquer fundos de clientes".
"O agente da ameaça também criptografou alguns dados em nosso ambiente. No entanto, temos backups disponíveis e sofremos perda de dados e impacto limitados em nossas operações".
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Avenue
Um desses parceiros da Evolve é a Avenue, por meio da Avenue Cash, um serviço para que os clientes da instituição possam abrir contas de depósitos nos Estados Unidos, com acesso à cartão de débito.
Em nota, a Avenue destaca que "a relação comercial com o Evolve se restringe aos serviços de conta internacional de banking disponibilizados pela Avenue Cash, sem vinculação com os demais serviços prestados pelas outras empresas do grupo Avenue, como investimentos e câmbio".
A Avenue afirma estar buscando mais informações sobre a abrangência do ataque para entender o potencial impacto sobre seus clientes.
A empresa afirma, também, que o ambiente afetado pelo ataque à Evolve é "totalmente apartado" da infraestrutura da Avenue Cash. "Portanto, os nossos serviços bancários, nossa plataforma e suas credenciais de acesso estão íntegras e seguras e podem continuar sendo utilizadas normalmente", diz a nota.
Nomad
A Nomad foi parceira da Evolve até 2022 e encerrou a colaboração com o banco americano em 2023, no que a empresa diz que já fazia parte de sua estratégia de crescimento.
Segundo a Nomad, segurança é uma prioridade para a companhia e, por isso, segue o padrão internacional de gestão de segurança da informação. A empresa lamenta o ataque e diz que seu time de especialistas está acompanhando o incidente com "a máxima prioridade".
"Importante destacar que todas as contas Nomad estão seguras, e podem continuar sendo utilizadas normalmente", ressalta a instituição, em nota.
Ao g1, a Nomad disse que não tem informações sobre quantidade de possíveis usuários impactados. "De forma pró-ativa, sinalizamos aos clientes Nomad sobre o ocorrido, lembrando que suas contas seguem protegidas, e que o Evolve está apurando o impacto real do ocorrido".
Wise
Assim como a Nomad, a Wise também encerrou sua parceria com a Evolve em 2023, mas alguns dados de seus clientes também podem ter sido comprometidos.
Em nota, a empesa diz que informações pessoais de clientes da Wise podem ter sido envolvidas no ataque e que enviará um e-mail diretamente a todos os clientes da Wise que acredite que podem ter sido afetados por essa violação de dados.
"Para que o Evolve Bank & Trust fornecesse detalhes da conta em USD (dólar)aos clientes da Wise, eles eram obrigados a manter informações de identificação", explica a Wise.
E a empresa completa: "As informações que compartilhamos com o Evolve Bank & Trust para fornecer detalhes da conta em USD incluíam nome, endereço, data de nascimento, detalhes de contato, SSN ou EIN para clientes dos EUA ou outro número de documento de identidade para clientes de fora dos EUA. O Evolve ainda não nos confirmou quais dados foram impactados".
A Wise diz que a violação dos dados não afetou seus sistemas, sendo seguro continuar usando as contas, e garante que está "investigando ativamente essa situação".
Banco Central relata vazamento de chaves pix
Leia a nota da Avenue na íntegra
Aos Clientes Avenue Cash*,
Tomamos conhecimento de um incidente de cibersegurança em um de nossos bancos fornecedores, o Evolve Bank & Trust, que comprometeu alguns dados e informações pessoais mantidos pelo Evolve em seus registros, conforme nota publicada em seu site.
Desde então, estamos buscando mais informações junto ao Evolve sobre a abrangência deste evento e seu potencial impacto, incluindo quaisquer dados relacionados à Avenue Cash e seus clientes.
Em paralelo, iniciamos uma análise independente com base nas informações disponíveis, para nos anteciparmos a qualquer ação necessária, e adotamos medidas preventivas de monitoramento e segurança. Asseguramos que estamos tratando este assunto com a máxima seriedade e urgência.
O ambiente afetado pelo evento é de propriedade do Evolve Bank & Trust e é totalmente apartado da infraestrutura da Avenue Cash. Portanto, os nossos serviços bancários, nossa plataforma e suas credenciais de acesso estão íntegras e seguras e podem continuar sendo utilizadas normalmente.
Destacamos que a relação comercial com o Evolve se restringe aos serviços de conta internacional de banking disponibilizados pela Avenue Cash, sem vinculação com os demais serviços prestados pelas outras empresas do grupo Avenue, como investimentos e câmbio.
Por fim, reforçamos que a transparência e a segurança das informações pessoais de nossos clientes são nossas maiores prioridades.
Caso tenha alguma dúvida, confira nosso FAQ ou sinta-se à vontade para nos enviar uma mensagem direta ou entrar em contato com nossa equipe de atendimento ao cliente pelos canais abaixo:
Email: customer@avenue.us
Ligação Internacional: +1 786-220-7233
Demais regiões: 0800-760-1108
Whatsapp: +55 (11) 5026-4138
Ouvidoria: 0800 780 4422
* Avenue Cash é a empresa de serviços monetários norte-americana registrada no FinCEN (Financial Crimes Enforcement Network) pertencente ao grupo Avenue. A Avenue Cash oferece aos seus clientes a possibilidade de abertura de conta de depósito nos Estados Unidos, com cartão de débito, por meio de sua parceria com o Evolve Bank & Trust, membro do FDIC (Federal Deposit Insurance Corporation, Órgão Regulador Federal Americano), que assegura depósitos de até US$ 250.000 (duzentos e cinquenta mil dólares norte-americanos) por titular.
Leia a nota da Nomad na íntegra
A Nomad esclarece que encerrou a parceria com o Evolve Bank & Trust em 2023. A mudança de parceiro bancário já fazia parte da estratégia de crescimento projetada no roadmap da Nomad desde 2022.
Lamentamos muito o ataque cibernético sofrido pelo Evolve Bank & Trust, que acarretou o vazamento de informações de usuários do Evolve.
Segurança é uma prioridade da Nomad, inclusive contamos com a certificação ISO 27001 seguindo o padrão internacional de gestão de segurança da informação. Nosso time de especialistas está acompanhando este incidente com a máxima prioridade.
Importante destacar que todas as contas Nomad estão seguras, e podem continuar sendo utilizadas normalmente.
Para fins de suporte e dúvidas relacionados a essa e outras questões, os clientes da Nomad podem entrar em contato 24 horas por dia, todos os dias da semana, através do chat, email: support@nomadglobal.com ou telefones (11) 4200-0204 (Brasil) / +1 (888) 998-2261 (outros países).
Leia a nota da Wise na íntegra
Este artigo foi atualizado pela última vez em 28 de junho de 2024. O incidente ainda está em andamento — continuaremos monitorando a situação e atualizaremos as informações abaixo adequadamente.
O que aconteceu?
O Evolve Bank & Trust é um banco regulamentado com o qual trabalhamos de 2020 a 2023 para fornecer detalhes de contas em USD. Eles foram afetados recentemente por uma violação de dados e algumas informações pessoais de clientes da Wise podem ter sido envolvidas. Enviaremos um e-mail diretamente a todos os clientes da Wise que achamos que podem ter sido afetados por essa violação de dados.
Para que o Evolve Bank & Trust fornecesse detalhes da conta em USD aos clientes da Wise, eles eram obrigados a manter informações de identificação. As informações que compartilhamos com o Evolve Bank & Trust para fornecer detalhes da conta em USD incluíam nome, endereço, data de nascimento, detalhes de contato, SSN ou EIN para clientes dos EUA ou outro número de documento de identidade para clientes de fora dos EUA. O Evolve ainda não nos confirmou quais dados foram impactados.
Não trabalhamos mais com o Evolve Bank & Trust, e os detalhes da conta USD são fornecidos por um banco diferente. No entanto, estamos investigando ativamente essa situação, pois manter suas informações e seu dinheiro seguros é nossa maior prioridade.
É seguro usar minha conta Wise?
Sim, podemos confirmar que essa violação de dados não impactou nossos sistemas. Isso significa:
suas credenciais de conta Wise, incluindo sua senha, estão seguras e você pode usar sua conta normalmente
você pode continuar a usar os detalhes da sua conta em USD — eles não estão mais conectados ao Evolve Bank & Trust
você pode continuar a usar quaisquer cartões Wise que você tenha, pois eles não foram afetados por esse problema – o número do seu cartão e o PIN estão seguros
Continuamos mantendo seu dinheiro seguro e armazenando suas informações com segurança.
Há algo que eu preciso fazer?
Se você receber chamadas, mensagens de texto ou e-mails suspeitos perguntando sobre informações confidenciais, tenha muito cuidado.
E lembre-se, Wise nunca irá:
ligar e pedir para você fazer login na sua conta Wise para tomar medidas contra atividades suspeitas enquanto elas acontecem
pedir para você alterar sua senha para uma palavra ou frase específica
pedir seu código de verificação em duas etapas
afirmar estar coordenando em tempo real com outros bancos
instruí-lo a transferir dinheiro da sua conta para uma conta bancária específica
pedir para você ignorar notificações de transações não reconhecidas
Se você estiver nos EUA , há algumas etapas adicionais que você pode seguir, incluindo:
Entenda mais sobre prevenção de roubo de identidade ou denuncia de suspeita de roubo de identidade visitando o site da Federal Trade Commission . Você também pode entrar em contato com seu procurador-geral estadual e/ou departamento de polícia local para registrar e obter um boletim de ocorrência.
Colocando um alerta de fraude gratuito em seu arquivo de crédito entrando em contato com qualquer um dos três principais birôs de crédito ( Equifax , Experian ou TransUnion ). Assim que um birô de crédito confirma seu alerta de fraude, os outros são notificados para colocar alertas de fraude. Um alerta de fraude diz aos credores para entrarem em contato com você antes de abrirem novas contas ou alterarem sua conta existente.

Plano Safra prevê R$ 400 bilhões em créditos para médios e grandes produtores rurais, diz governo

Rio terá nova bolsa de valores; operação deve começar no 2° semestre de 2025
Versão 2024-2025 do programa de incentivo ao setor agropecuário foi lançada nesta quarta-feira em Brasília. Para agricultura familiar, serão R$ 85,7 bilhões em financiamentos. Plano Safra: governo disponibiliza quase R$ 436 bilhões para financiar produtores rurais
Jornal Nacional/ Reprodução
O governo federal detalhou nesta quarta-feira (3) o Plano Safra 2024-2025 voltado à agricultura empresarial. Segundo o Executivo, serão R$ 400 bilhões em créditos rurais para médios e grandes produtores.
De acordo com o governo, o valor destinado a financiamentos rurais para agricultura empresarial nesta edição do programa de incentivo ao setor agropecuário é 10% maior do que o disponibilizado na passada.
A nova versão do Plano Safra foi lançada durante cerimônia no Palácio do Planalto com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo o Executivo, aos médios e grandes produtores serão disponibilizados:
R$ 293,29 bilhões para custeio e comercialização da produção agropecuária
R$ 107,30 bilhões para investimentos, como compra de maquinário
O Plano Safra é lançado anualmente pelo governo, por meio do Ministério da Agricultura, para apoiar a produção agropecuária no país.
Os empréstimos rurais são concedidos com juros mais baixos do que os praticados pelo mercado — as taxas variam de acordo com o tipo de financiamento.
Mais cedo, na manhã desta quarta, Lula já havia anunciado um Plano Safra para financiar a agricultura familiar — com R$ 75 bilhões em créditos.
Incentivo à produção sustentável
Governo quer usar plano Safra para baixar preço dos alimentos
Na edição deste ano, o governo manteve um dispositivo que permite reduzir a taxa de juros para produtores que adotam “práticas agropecuárias consideradas mais sustentáveis”.
Em 2023, a redução era de 0,5 ponto percentual na taxa de juros na modalidade de financiamento de custeio da produção agropecuária. Neste ano, será de 1 ponto percentual.
A redução também valerá para produtores que estiverem com Cadastro Ambiental Rural (CAR) já analisado.

Rio terá nova bolsa de valores; operação deve começar no 2° semestre de 2025

Rio terá nova bolsa de valores; operação deve começar no 2° semestre de 2025
Na manhã desta quarta-feira (3), o prefeito Eduardo Paes e o CEO da Americas Trading Group (ATG), Claudio Pracownik, responsável pela administração da futura bolsa, anunciaram a instalação do "pregão" na cidade do Rio. Rio terá nova bolsa de valores; operação deve começar no 2° semestre de 2025
Marcelo Piu/ Prefeitura do Rio
Após mais de 20 anos, o Rio de Janeiro voltará a ter uma bolsa de valores. O anúncio foi feito na manhã desta quarta-feira (3) pelo prefeito Eduardo Paes (PSD) e o CEO do Americas Trading Group (ATG), Claudio Pracownik, na sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro, no Centro.
A operação está prevista para começar no 2° semestre de 2025, segundo o representante da ATG, que será responsável pela gestão da nova bolsa. Atualmente, a nova bolsa está em fase final de obtenção das autorizações regulatórias junto ao Banco Central (BC) e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Durante a cerimônia desta quarta, Paes sancionou a lei municipal que incentiva a instalação da bolsa de valores na cidade. A nova legislação propõe a redução do ISS (Imposto Sobre Serviços) de 5% para 2% sobre atividades da bolsa de valores, um incentivo ao retorno do mercado de ações carioca.
"O Rio tem uma parte importante da força econômica do Brasil: a Vale está aqui, a Globo tá aqui, a teledramaturgia da Record está no Rio. Mas onde está o setor produtivo? A gente tem um monte de coisas interessantes acontecendo no setor privado do Rio, mas a gente não consegue levantar essa turma".
Para o prefeito, o objetivo da nova bolsa de valores do Rio de Janeiro é competir com a B3, a bolsa de valores que funciona em São Paulo.
"A volta da bolsa de valores é a ponta do iceberg. É o esforço do governador, prefeito, atores políticos. O setor privado percebeu que tem uma concorrência a ser feita com São Paulo. Começamos a criar um ambiente econômico, um conjunto de atrativos, de novos mercados que surgirão" explicou Eduardo Paes.
Claudio Pracownik, CEO do Americas Trading Group (ATG), destaca que a criação de uma segunda bolsa de valores no país é sinal de maturidade do mercado de capitais nacional, contribuindo para que o Brasil seja visto de forma mais positiva pelos investidores, principalmente os internacionais.
"A nova bolsa terá sua sede administrativa localizada no Rio de Janeiro. Isso é muito importante para a cidade e para o Estado. O Rio voltará a ser um grande centro de negócios, atraindo investidores, e isso tem uma relevância enorme. Nós esperamos que este seja o marco inicial do renascimento do mercado financeiro no Rio de Janeiro", comentou o CEO do ATG.
Setor financeiro forte
Segundo a Prefeitura do Rio, o setor financeiro, no triênio 2021-2023, foi o quarto maior pagador de impostos (ISS) do Rio, com o valor de R$ 1,5 bilhão.
Os dados levantados pela Secretaria Municipal de Fazenda e Planejamento (SMFP) representa 9,1% da arrecadação total. O setor conta com 68,5 mil trabalhadores (3,7% dos trabalhadores cariocas), gerando 2,7 mil novos empregos entre 2021-2023.
Além disso, o trabalhador do setor financeiro carioca ganha R$ 9,5 mil por mês, um valor bem superior à média do trabalhador brasileiro (3,8 mil por mês).
O Rio possui mais de 4 mil fundos, o que representa 17,6% do total do Brasil. Em termos de patrimônio gerido, o Rio mostra ser um forte mercado, que reúne R$ 2,2 trilhões sob gestão, o que representa 34% dos valores investidos no país, reunindo 22,6% dos cotistas, com 1,1 milhão de investidores, e 20,4% das assets.