Brasil ultrapassa EUA e se torna maior exportador de algodão do mundo

Camisa da seleção a R$ 899? ‘Inflação do torcedor’ tem amarelinha e cerveja mais cara, mas carne mais barata
Apesar do marco, tendência é que os dois países alternem liderança ao longo das safras. Ultrapassar os norte-americanos era uma meta apenas para 2030. É tempo de colher algodão no Sudoeste de SP
Reprodução/TV TEM
O Brasil ultrapassou os Estados Unidos e se tornou o maior exportador mundial de algodão com a safra 2023/2024.
O anúncio foi feito durante a 75ª reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e seus Derivados, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), realizada durante o 21° Anea Cotton Dinner, conferência promovida pela Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), em Comandatuba, na Bahia.
No evento, as entidades do setor destacaram que o posto pode não se manter na próxima safra, mas que os dois países devem seguir se alternando no topo do ranking futuramente.
Miguel Faus, presidente da Anea, alertou que a posição brasileira depende da safra americana, que tende a ser maior do que a do ano passado.
Ultrapassar os Estados Unidos em volume de exportação era uma meta do setor com previsão para ser batida apenas em 2030, mas acabou sendo alcançada antes do encerramento do ano comercial de 2023/2024, disse a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).
Segundo a entidade, o Brasil deve colher em torno de 3,7 milhões de toneladas de algodão beneficiado (pluma) nesta safra e as exportações devem alcançar 2,6 milhões de toneladas. Cerca de 60% da produção já foi comercializada.
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Lula diz que não tem que prestar contas a ‘banqueiro’ ou ‘ricaço’, mas sim ao pobre

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Presidente enecerrou a segunda-feira com novas alfinetadas ao sistema finaceiro. Em meio a ataques de Lula ao BC e ao mercado, dólar fechou o dia no maior valor em dois anos e meio. Lula volta a criticar o presidente do BC e diz que não tem que prestar contas a 'nenhum banqueiro'
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em discurso na noite desta segunda-feira (1°) que não tem que prestar contas a "banqueiro" ou a "ricaço", mas sim ao povo pobre do país.
A fala de Lula é mais uma que uma presidente dirige em tom de crítica ao mercado financeiro. Esse tipo de declaração tem sido comum nos últimos dias.
Nesta segunda, o dólar fechou o dia cotado a R$ 5,65, maior valor em dois anos e meio. A alta do dólar é atribuída, em certa parte, a essas declarações recentes de Lula. O mercado as vê como interferência da política na economia e como um sinal de descontrole nos gastos públicos.
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"Não tenho que prestar contas a nenhum ricaço desse país, a nenhum banqueiro. Tenho que prestar contas ao povo pobre, trabalhador deste país, que precisa que a gente tenha cuidado e que a gente cuide deles", declarou Lula em evento em Salvador, no qual a comitiva do governo federal anunciou investimentos na Bahia.
Lula participa de evento do governo federal em Feira de Santana, na Bahia.
Reprodução/CanalGov
A um mês e meio do início da campanha das eleições municipais, Lula tem intensificado viagens pelo país. Os roteiros do presidente são preenchidos com eventos públicos de inauguração de obras e anúncios de investimentos, além de entrevistas para rádios locais.
Nessas ocasiões, Lula tem repetido as críticas não só ao mercado, como também ao Banco Central.
O presidente acha que o BC poderia baixar a taxa Selic (os juros básicos da economia), atualmente no patamar de 10,5% ao ano. Para Lula, não há necessidade em manter a taxa nesse nível, porque dificulta o crescimento do país. Juros altos tendem a inibir tomada de empréstimos, por exemplo.
"Foi aprovado pelo Congresso , a independência do Banco Central. Foi indicado o cidadão pelo governo passado. Eu tenho que ter muita paciência na hora de indicar outro candidato e ver se a gente consegue, sabe, com a maior autonomia possível — que é decência política das pessoas — que o presidente do Banco Central olhe um pouco este país do jeito que ele é, e não do que jeito que o sistema financeiro fala", disse Lula mais cedo na segunda à Rádio Princesa, de Feira de Santana (BA).
"Quem quer o BC autônomo é o mercado", completou Lula.

Carmen, o robô que ajuda pessoas com declínio cognitivo moderado

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Projeto de pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego contou com a participação de pacientes e cuidadores. Carmen é o acrônimo de Cognitively Assistive Robot for Motivation and Neurorehabilitation (Robô de Assistência Cognitiva para Motivação e Reabilitação), criado para ajudar pessoas com um declínio cognitivo moderado a desenvolver habilidades para melhorar memória, atenção e a capacidade de execução das tarefas diárias.
A aluna de doutorado Anya Bouzida, uma das autoras do estudo, faz uma demonstração de como Carmen funciona
Divulgação: David Baillot/University of California San Diego
Diferentemente de outros robôs, Carmen foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego em parceria com médicos, pessoas com declínio cognitivo e cuidadores. Com o objetivo de reduzir as consequências negativas associadas à condição do paciente, ensina estratégias para contornar as limitações do dia a dia, como mudanças de comportamento ou até do ambiente.
A equipe programou Carmen para o treinamento de exercícios cognitivos simples, como montar um roteiro de lugares para deixar objetos importantes, como as chaves de casa ou o celular, através de jogos interativos e atividades lúdicas. Tendo em mente que o robô deve ser usado sem supervisão, seu funcionamento é simples e não depende de uma conexão veloz. Também é capaz de se comunicar com o usuário demonstrando empatia e se encarrega de criar intervalos entre as tarefas.
O indivíduo com declínio cognitivo moderado tem problemas de memória e concentração acima da média em relação à sua faixa etária. Os sintomas não são tão graves quanto os de uma demência e a pessoa normalmente consegue manter sua autonomia. Cerca de 20% dos idosos acima dos 65 anos apresentam essa condição, sendo que 15% passam a um quadro de demência anualmente.
O robô foi testado por médicos e pacientes, que responderam a questionários avaliando a experiência. A próxima etapa é dotar Carmen com a habilidade de manter uma conversa. O melhor é que se trata de um sistema com código aberto, isto é, que ficará disponível para quem quiser implementá-lo. Os pesquisadores avisam que estão dando os últimos retoques no código e os interessados em serem notificados quando estiver pronto devem preencher cadastro nesse link.
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Ibama diz não ver pressão de Lula sobre petróleo na Bacia da Foz do Amazonas e garante avaliação técnica

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Lula intensificou nos últimos dias defesa do licenciamento para exploração de petróleo no local, que já foi negada pelo Ibama. Presidente do órgão ambiente disse que está tranquilo e que ainda não existe consenso sobre o caso. O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, disse que não vê as recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como uma forma de pressionar o órgão a autorizar a exploração de petróleo na região chamada de Bacia da Foz do Amazonas.
O local com potencial de exploração de petróleo fica no mar, a 175 km da costa do Amapá e a 500 km da foz do Rio Amazonas. A Petrobras estima que a área de exploração na região pode render 14 bilhões de barris de petróleo. Mas o Ibama negou o licenciamento no ano passado, argumentando que a Petrobras não apresentou as informações necessárias que garantissem a segurança ambiental.
Em entrevista ao g1 e à TV Globo, Agostinho afirmou que a análise para projetos nessa bacia, que fica entre o Amapá e parte do Pará, será feita com “muita tranquilidade”.
“A equipe do Ibama nunca entendeu isso como uma pressão. É legítimo da sociedade pleitear as licenças aos órgãos ambientais de maneira geral. É legítimo da sociedade, dos gestores públicos, querer o desenvolvimento do país. O setor de licenciamento ambiental vai trabalhar na possibilidade de conciliar as coisas, na tentativa de buscar que a atividade econômica possa acontecer preservando o meio ambiente”, afirmou Agostinho.
Lula intensificou, em junho, as horas em entrevistas durante viagens pelo Brasil. E, quando teve a oportunidade, voltou a falar sobre o impasse entre a Petrobras e o Ibama no pedido de exploração de petróleo nessa região.
“Ora, enquanto a transição energética não resolve o nosso problema, o Brasil tem que ganhar dinheiro com esse petróleo”, declarou o presidente da República em entrevista à CBN no dia 18 de junho. “O problema é que o Ibama tem uma posição, o governo pode ter outra posição. Em algum momento eu vou chamar o Ibama, a Petrobras e o Meio Ambiente na minha sala para tomar uma decisão”, completou Lula.
Infográfico mostra o local em que a Petrobras quer explorar petróleo na bacia da Foz do Amazonas
Editoria da Arte/g1
Agostinho evita prever um prazo para a conclusão da análise do pedido da Petrobras. Ele também nega que possa haver pressão por sua demissão e, consequentemente, troca de comando no órgão ambiental.
“De forma alguma […] O governo federal pode, obviamente, a qualquer momento mudar qualquer um desses cargos. E eu estou bastante tranquilo do ponto de vista de entender que os servidores do Ibama estão fazendo o melhor trabalho disponível”, respondeu.
Ibama nega licença para Petrobras perfurar na bacia da foz do Amazonas
Pedido negado
Em maio do ano passado, o Ibama negou um pedido feito pela Petrobras para perfurar a bacia da foz do rio Amazonas com objetivo de explorar petróleo na região. A decisão opôs os ministros Marina Silva (Meio Ambiente) e Alexandre Silveira (Minas e Energia), que é aliado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
A Petrobras recorreu da decisão do Ibama. Na época, o órgão ambiental apontou uma série de ajustes que a estatal teria que adotar para conseguir a licença.
Uma das principais críticas do Ibama ao plano apresentado pela empresa era o tempo de reação após eventual acidente –embarcações chegariam ao local cerca de 48 horas depois, apenas, aumentando assim o risco de que óleo atinja a costa brasileira.
“Naquele momento, a proposta que havia sido apresentada pelo Petrobras foi uma proposta que os servidores do Ibama entenderam que, por uma série de motivos, pela grande biodiversidade, pela sensibilidade ambiental daquela área, pelas fortes correntes marinhas que existem naquele local e pela falta de estrutura, aquela licença não deveria ser liberada naquele momento sob aquelas condições”, explicou Agostinho.
Segundo ele, a situação é desafiadora, mas o órgão vai fazer a “análise técnica com muita tranquilidade”.
“As equipes do Ibama e da Petrobras estão dialogando no sentido de se avançar nesse impasse, mas com muita tranquilidade. Ainda não existe um consenso em relação a isso, ainda não existe uma decisão sobre isso e nem prazo, mas as equipes estão dialogando, buscando entrar num consenso em relação à utilização daquela área para exploração e produção de petróleo”, afirmou.

Camisa da seleção a R$ 899? ‘Inflação do torcedor’ tem amarelinha e cerveja mais cara, mas carne mais barata

Camisa da seleção a R$ 899? ‘Inflação do torcedor’ tem amarelinha e cerveja mais cara, mas carne mais barata
Marcos Milan, professor da FIA Business School, levantou preços de itens cujo consumo cresce em períodos de jogos da seleção. Nike e CBF relançam o uniforme da seleção brasileira de 1998.
Divulgação/Nike
O relançamento de uma camisa da seleção brasileira, usada durante a Copa do Mundo de 1998, movimentou as redes sociais dias antes da estreia do Brasil na Copa América, na semana passada.
A edição histórica da Nike era muito esperada pelo torcedor, mas o grande destaque deixou de ser o modelo. A camisa custa "salgados" R$ 899.
Há parcelamento em até oito vezes, conforme anúncio no site da marca esportiva. No PIX, tem desconto: R$ 854,99.
"Isso foi uma das maiores sacanagens que eu já vi", escreveu um torcedor na rede social X. "900 reais numa camisa da seleção em um país onde a maioria que acompanha o futebol mal recebe 1.400 por mês", comparou outra internauta.
Procurada pelo g1, a Nike não comentou sobre o tema até a última atualização desta reportagem.
Os modelos das camisas atuais da seleção brasileira custam cerca de R$ 350 na versão para torcedor e mais de R$ 600 na versão "jogador". Mas torcer pela seleção está realmente mais caro?
Um levantamento feito pelo professor Marcos Milan, da FIA Business School, mostra que alguns dos itens mais consumidos durante jogos da seleção tiveram alta de dois dígitos desde 2021, ano da última edição da Copa América.
Os avanços nos preços vão do álbum de figurinhas, com alta de 25%, à camisa canarinho, que em suas versões tradicionais teve aumento de 16% no período.
Por outro lado, os custos de dois itens importantes para os brasileiros recuaram de lá para cá: a tradicional carne do churrasco (-1,51%) e o televisor (-2,17%).
Para efeito de comparação, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, chegou a 24,57% nos últimos três anos. Isso significa que boa parte dos itens ficaram abaixo da inflação oficial acumulada desde a última Copa América.
Veja abaixo:

Churrasco mais barato — em partes
Apesar da queda no preço da carne, bebidas tradicionalmente consumidas no churrasco do brasileiro tiveram alta acima da inflação desde 2021. É o caso do refrigerante e da cerveja no domicílio, cujos preços avançaram 29,54% e 26%, respectivamente.
O professor Marcos Milan, da FIA, destaca que a inflação acumulada no período é resultado de dois fatores bastante específicos: os resquícios da pandemia de Covid-19 e as eleições presidenciais de 2022.
"A pandemia causou um aumento bastante expressivo no consumo de itens em casa, impactando diretamente o consumo de cerveja, água e refrigerante em domicílio", explica. "Em anos eleitorais, a inflação também tende a ser mais elevada."
Milan também destaca que a variação de preços dos itens analisados passou a desacelerar a partir de 2023. Principal item do churrasco, a carne apresentou queda de 11,8% de janeiro de 2023 até maio de 2024.
"Enquanto isso, a aquisição de novos aparelhos de televisão tem acumulado queda desde 2022. Para o período de janeiro de 2023 a maio de 2024, a queda é de 12,75%", pontua.
O professor também destaca o aumento do modelo tradicional da camisa da seleção brasileira — excluindo o relançamento da edição da Copa de 1998.
"O novo modelo lançado pela Nike custa R$ 349,90, uma alta de mais de 16% em relação aos R$ 299,90 do modelo anterior", conclui.
Nova camisa da seleção brasileira, lançada em 2023.
Divulgação/Nike