Família Safra resolve disputa por herança bilionária de Joseph; entenda

Problemas causados pelo apagão global de tecnologia podem levar dias até serem corrigidos
Em nota, herdeiros afirmaram que chegaram a um acordo de forma 'amigável'. Fachada do Banco Safra
Divulgação
A família Safra anunciou nesta sexta-feira (19) que chegou a um acordo "amigável" com Alberto Joseph Safra em suas disputas judiciais. Alberto havia entrado com um processo contra a mãe e dois irmãos em um conflito que envolve a fortuna do pai, Joseph Safra, morto em 2020.
"Nos termos do acordo, Alberto se desinvestirá de seus interesses no Grupo J. Safra e perseguirá seus interesses empresariais através da ASA [Investments]", diz a família em nota divulgada nesta sexta.
De acordo com o comunicado, as partes também concordaram em "encerrar todos os processos judiciais e arbitrais pendentes em todas as jurisdições". Os termos financeiros e outras condições do acordo não foram divulgados. (entenda a briga judicial mais abaixo)
“Estou feliz por deixar esse assunto para trás. Após esclarecimentos, entendi que não houve irregularidades, e que o patrimônio do Sr. José foi devidamente distribuído de acordo com seus desejos", disse Alberto Safra.
Em declaração conjunta, a viúva Vicky Safra e todos os seus filhos também afirmaram que estão "satisfeitos em deixar esse assunto para trás e reafirmar os laços familiares".
"A resolução que alcançamos nos permitirá perseguir nossos respectivos interesses empresariais de maneiras que ajudem a garantir que o sucesso de cada membro da nossa família seja motivo de satisfação compartilhada.”
Briga judicial
Em um processo aberto em fevereiro de 2023, Alberto acusava a mãe, Vicky Safra, e irmãos Jacob e David Safra de diluírem propositalmente a participação dele na holding do Safra National Bank. O intuito seria expulsá-lo do império familiar.
Alberto afirmava que a mãe e os irmãos se envolveram em atos de improbidade corporativa para prejudicar os interesses dele na empresa.
Mas o conflito era mais antigo. Alberto renunciou ao conselho de administração do Safra em novembro de 2019 para fundar a ASA Investments, após uma disputa com seu irmão mais novo, David. A saída teria desagradado inclusive o pai, Joseph, à época ainda vivo.
Em 2021, Alberto e a família chegaram a se aproximar de um acordo sobre o testamento de seu pai, para evitar litígios sobre uma fortuna de quase US$ 15 bilhões, segundo a agência de notícias Reuters.
À época, no entanto, a família Safra divulgou uma nota afirmando que, poucos meses após ter recebido a doação dos pais como antecipação de sua herança, Alberto deixou o banco Safra sem atender aos apelos feitos pelo seu pai e iniciou um negócio próprio.
Quem foi Joseph Safra
O empresário Joseph Safra, do Banco Safra, é visto durante jantar anual de Confraternização dos Dirigentes de Bancos, no Grand Hyatt Hotel, em São Paulo, em novembro de 2010
Renata Jubran/Estadão Conteúdo
O banqueiro Joseph Safra morreu em dezembro de 2020, aos 82 anos. Ele era o homem mais rico do Brasil, com uma fortuna estimada, à época, em R$ 119,08 bilhões.
Libanês naturalizado brasileiro, ele fez fortuna no banco Safra. Nascido em 1938, Joseph veio para o Brasil na década de 1960, para dar continuidade aos negócios do pai, Jacob. Ele e o irmão, Moise, foram os grandes responsáveis pela ascensão do grupo desde então.
A dupla vem de uma tradicional família de banqueiros. Desde meados do século 19, familiares de Jacob Safra fundaram em Aleppo, na Síria, o Safra Frères & Cie, instituição financeira para empréstimos e operações de câmbio e ouro.
Foi em 1920 que Jacob abriu o Jacob Safra Maison de Banque, em Beirute, no Líbano.
A mudança da família para o Brasil começou após a Segunda Guerra Mundial, na década de 1950, quando iniciou com os filhos a criação do conglomerado financeiro. Jacob foi o primeiro a chegar a São Paulo, trazendo a expertise para o mercado latino.
Morreu aos 82 anos em São Paulo Joseph Safra
O filho mais velho de Jacob, Edmond, chegou a operar no Brasil, mas seguiu caminho com Nova York como base. Fundou o Republic National Bank, que foi vendido em 1999 para o HSBC por US$ 10,3 bilhões.
Pouco tempo depois, Edmond foi morto em um incêndio provocado em sua casa, em Mônaco. Sua esposa, Lily Safra — que por muitos anos foi a brasileira mais rica — estava no apartamento, mas sobreviveu. O enfermeiro de Edmond Safra acabou condenado pelo incêndio.
Em 2006, Joseph assumiu os negócios por completo ao comprar a parcela de 50% dos negócios de seu irmão. Moise morreu em 2014. Estimativa da Bloomberg dá conta de que, só em dividendos do banco, Joseph tenha embolsado R$ 6,4 bilhões no período solo.
O momento mais difícil de sua gestão do Safra foi após a crise do subprime, em 2008.
Sob a batuta de Joseph, o banco Safra se consagrou como um dos principais bancos na modalidade Private Banking, que administra grandes fortunas.
Entre os íntimos, o homem mais rico do Brasil era conhecido apenas por "Seu José". Casado com Vicky Sarfaty, ele teve 4 filhos e 14 netos. Fazia questão de dizer que era orgulhoso de sua cidadania brasileira e de ser torcedor do Corinthians.

Mercadante afirma que está com negociações avançadas para que companhias aéreas comprem aviões da Embraer em troca de acordo sobre dívidas; entenda

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Fala ocorreu em São José dos Campos, no interior de São Paulo, durante um evento em que o presidente Lula (PT) anunciou financiamentos do BNDES para obras na Dutra e exportações de aviões da Embraer. Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, durante evento em São José dos Campos.
Reprodução/TV Vanguarda
Durante um evento em São José dos Campos, no interior de São Paulo, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, informou que três companhias aéreas estão em negociações avançadas para assumir o compromisso de comprar aviões da Embraer, como contrapartida por um acordo envolvendo dívidas que as empresas possuem com o governo federal.
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A fala de Mercadante ocorreu nesta sexta-feira (19), durante um evento com o presidente Lula (PT) e ministros, para anunciar o financiamento do BNDES para obras nas rodovias Presidente Dutra e Rio-Santos e para exportações da fabricante brasileira de aviões Embraer – leia mais abaixo.
Em coletiva de imprensa com os jornalistas, Mercadante avaliou o cenário da aviação no país e falou sobre as tratativas estarem avançadas com ao menos três companhias aéreas, para que as empresas assumam o compromisso de comprar aviões nacionais, fabricados pela Embraer.
“As três empresas mais importantes, Latam, Azul e Gol, já estão bem avançadas nesse diálogo. Evidente, temos sigilo comercial, não vou entrar em detalhes, mas as três empresas estão bem avançadas na perspectiva de voar embraer”, afirmou Mercadante.
Na sequência, Mercadante contou que esse compromisso que está sendo negociado para comprar aviões brasileiros seria uma contrapartida por um acordo de renegociação de dívidas com a União.
“Elas (as empresas) têm um passivo fiscal que está sendo renegociado com a Fazenda, mas tem que ter uma contrapartida, qual é a contrapartida: comprar aviões brasileiros da Embraer. Só 12% das frotas de aviões dessas empresas são da Embraer. Quando você compra Embraer, você está recolhendo impostos, realimentando o sistema econômico do Brasil, está mantendo o investimento, gerando emprego, gerando renda”, disse.
"Precisamos apoiar essas empresas, mas elas precisam comprar aviões da Embraer. Essa é uma condição fundamental para todo o esforço que o governo está fazendo de passivo fiscal, de financiar, mas nós precisamos trazer aviões da Embraer. A contrapartida é gerar empregos, impostos e continuar fortalecendo as finanças públicas, que é um grande desafio", completou Mercadante.
Ao g1, a Latam informou que não vai comentar o assunto. As companhias aéreas Gol e Azul também foram acionadas, mas a reportagem não obteve retorno até a última atualização da matéria. A reportagem será atualizada caso as empresas se manifestem.
Miguel Nuno Simões Nunes Ferreira Setas, diretor da CCR RioSP, com o presidente Lula e Aloisio Mercadante
Ricardo Stuckert/PR
Financiamento do BNDES
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta sexta-feira (19) dois financiamentos bilionários do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para obras nas rodovias Presidente Dutra e Rio-Santos e para exportações da fabricante brasileira de aviões Embraer.
A agenda oficial contou com dois eventos em São José dos Campos, no interior de São Paulo. Para obras e intervenções na Dutra e Rio-Santos, o valor de crédito chega a R$ 10,75 bilhões.
Já para a Embraer, o valor de financiamento será de R$ 4,5 bilhões, a serem usados para a exportação de 32 jatos comerciais encomendados pela companhia aérea American Airlines.
Presidente do BNDES, fala sobre a importância de investimento de R$ 10,75 bi para rodovias
Exportação de aviões
No início da tarde, Lula se deslocou ao hangar da Embraer para um evento com o CEO da fabricante de aeronaves brasileira, Francisco Gomes Neto.
Para a Embraer, o BNDES vai financiar a exportação de 32 jatos comerciais E175 encomendados pela aérea American Airlines. O valor de financiamento é de R$ 4,5 bilhões.
Em março, a American Airlines anunciou encomenda de 90 jatos E175, com direitos de compra de outros 43 modelos do jato. Caso todos os direitos de compra sejam exercidos, o acordo vai superar o valor de US$ 7 bilhões, conforme preço de lista.
"Vamos continuar financiando as exportações brasileiras, porque quando a gente financia, a gente está financiando emprego, salário, acúmulo de conhecimento tecnológico e estamos exportando conhecimento, coisa de muito valor agregado, com gente muito especializada", disse o presidente Lula.
Nas cerimônias, Lula esteve acompanhado de uma comitiva de ministros, além do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
Entre eles estavam presentes Laércio Portela (ministro da Comunicação), Luciana Santos (ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação), Renan Filho (ministro de Transportes), Fernando Haddad (ministro da Fazenda), Silvio Costa (ministro dos Portos e Aeroportos), Aloísio Mercadante (presidente do BNDES), Márcio Macedo (ministro de Estado Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República) e Anderson Farias (prefeito de São José dos Campos).
Lula (PT) discursa em evento em São José dos Campos
Jefferson Santos/TV Vanguarda
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Por que o Brasil não foi tão afetado por pane global cibernética quanto os EUA e Europa?

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Problema foi causado por atualização na ferramenta de cibersegurança da Crowdstrike. Falha em computadores causa 'tela azul' em aeroporto de Newark, nos EUA
Bing Guan/Reuters
O apagão cibernético que afetou as operações de empresas em vários países nesta sexta-feira (19) teve um efeito em menor escala no Brasil. Até o início da tarde, a falha impacta sistemas de alguns bancos, além de uma companhia aérea e um hospital no Brasil.
Em outros países, porém, o impacto foi ainda maior: as três maiores companhias aéreas americanas cancelaram 1.400 voos partindo dos Estados Unidos, enquanto as emissoras Sky News, do Reino Unido, e a ABC, da Austrália, ficaram fora do ar.
O problema foi causado por uma atualização numa versão da ferramenta de cibersegurança Falcon voltada para Windows. O programa é desenvolvido pela empresa Crowdstrike e funciona como uma espécie de antivírus para empresas.
Dois fatores podem explicar por que a falha não impactou tanto as operações no Brasil, segundo o diretor de tecnologia da Sage Networks, Thiago Ayub:
🌎 A Crowdstrike tem uma base de clientes pequena no Brasil em comparação com os EUA, por exemplo;
⌚ A atualização que causou o incidente foi liberada de madrugada no Brasil – a Microsoft estima que os sistemas tenham sido impactados à 1h09, no horário de Brasília.
Para uma empresa ter sido afetada pela pane, ela precisa usar o sistema Windows, ser cliente do sistema de segurança da Crowdstrike e ter permitido a atualização da ferramenta, segundo Ayub.
"No Brasil, o impacto tem sido notavelmente menor do que em outros países devido a combinação desses fatores por aqui ser menor, até por um menor alcance comercial por aqui do produto que deu defeito", afirmou.
O que é a Crowdstrike?
A Crowdstrike é uma empresa americana de cibersegurança fundada em 2011 que desenvolve tecnologias em serviços em nuvem para evitar ataques virtuais contra empresas.
A companhia é detentora da plataforma Falcon, que inclui um pacote de ferramentas como antivírus e um monitor contra aplicações não autorizadas, além de oferecer uma equipe que presta serviços de investigação de ameaças.
Onde aconteceu a falha?
Segundo a Crowdstrike, o incidente foi causado por uma atualização de conteúdo da versão do Falcon para Windows – as versões para os sistemas Mac e Linux não foram afetadas. A empresa esclareceu ainda que não houve um ciberataque.
"Nossos clientes permanecem totalmente protegidos", disse o presidente-executivo da Crowdstrike, Goerge Kurtz. "Estamos trabalhando com todos os clientes afetados para garantir que os sistemas estejam funcionando e que possam fornecer os serviços com os quais seus clientes contam".
O incidente levou vários dispositivos com Windows a exibirem a tela azul de erro, mas o problema não tem relação com a Microsoft.
"Somente empresas clientes da CrowdStrike são afetados. Usuários domésticos que usam Windows estão ilesos pois a versão do produto da CrowdStrike que foi afetado é vendido apenas para empresas", afirmou Ayub.

‘Nossos clientes permanecem totalmente protegidos’, diz CEO da CrowdStrike sobre apagão cibernético

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Falha de atualização em uma ferramenta da empresa norte-americana, que serve para detectar possíveis invasões hackers, ocasionou o apagão global. Tela azul no aeroporto de Newark, nos EUA, durante apagão cibernético
Bing Guan/Reuters
O CEO da empresa norte-americana CrowdStrike, cuja falha em um dos seus sistemas de segurança desencadeou um grande apagão tecnológico nesta sexta-feira (19), afirmou na rede social X que os "clientes permanecem totalmente protegidos".
"Hoje não foi um incidente de segurança ou cibernético", escreveu George Kurtz.
"Compreendemos a gravidade da situação e lamentamos profundamente o transtorno e a perturbação."
O apagão provocou atrasos em voos e prejudicou serviços bancários e de comunicação ao redor do mundo. Muitos usuários se depararam com uma "tela azul" nos computadores.
De acordo com a CrowdStrike, houve um problema com uma atualização de conteúdo da sua ferramenta chamada Falcon, que serve para detectar possíveis invasões hackers, para usuários do sistema Windows, da Microsoft.
"O problema foi identificado e uma correção foi implantada", disse Kurtz no post. "Estamos trabalhando com todos os clientes afetados para garantir que os sistemas estejam funcionando e que possam fornecer os serviços com os quais seus clientes contam."
Uma declaração sobre o assunto também foi publicada no site da CrowdStrike, orientando os clientes sobre as ações que devem ser adotadas para contornar o problema.
A dona do Windows afirmou por volta das 8h10 (horário de Brasília) que a falha já havia sido resolvida, mas que problemas residuais ainda poderiam ocorrer.
AO VIVO: Siga as últimas notícias do apagão cibernético
Especialistas criticam atualização no sistema da CrowdStrike
Entenda o que provocou apagão cibernético que afetou o mundo

Problemas causados pelo apagão global de tecnologia podem levar dias até serem corrigidos

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A correção manual necessária pode exigir dias de trabalho até que as grandes organizações prestadoras de serviços globais voltem ao normal. Mal funcionamento dos monitores usados pela equipe Mercedes de Fórmula 1 causaram transtornos durante os treinos para o Grande Prêmio da Hungria
Getty Images via BBC
Especialistas em segurança cibernética estão alertando sobre os efeitos indiretos da interrupção global de segurança cibernética que causou problemas generalizados em várias partes do mundo nesta sexta-feira (19).
Embora já tenha sido adotada uma solução para corrigir o problema mais imediato, o processo manual exigido para que os computadores voltem a funcionar como devem ainda exigirá muito trabalho pela frente, disseram eles.
E pode levar dias até que as grandes organizações que possuem milhares de computadores voltem ao normal.
AO VIVO: Siga as últimas notícias do apagão cibernético
Especialistas criticam atualização no sistema da CrowdStrike
Aparentemente, o caos causado na Europa foi maior do que na América do Norte e América Latina, o que levou os técnicos a perceberem que o problema foi gerado no reinício das operações computadorizadas pela manhã.
No Reino Unido, a interrupção afetou empresas, postos de saúde, farmácias e gerou longas filas nos aeroportos com milhares de voos cancelados, além de ter tirado do ar alguns canais de TV no país.
O problema foi causado quando uma atualização do sistema da empresa de segurança cibernética CrowdStrike fez com que os sistemas da Microsoft entrassem em "tela azul" e travassem completamente.
O software problemático foi enviado automaticamente aos clientes da CrowdStrike durante a noite, e é por isso que muitos foram afetados no início do expediente esta manhã ao acionarem seus computadores. Milhares de computadores não puderam ser reiniciados.
Infelizmente, a correção não poderá ser automática, exigindo o que a indústria chama de solução de "dedos nos teclados".
O especialista em informática Kevin Beaumont confirmou: "Como os sistemas não foram reiniciados, os que foram afetados precisarão ser reinicializados no 'Modo de Segurança' para remover a atualização defeituosa".
"Isso consome muito tempo e levará dias para as organizações fazerem isso em larga escala", disse ele.
A equipe técnica precisará reinicializar manualmente cada computador afetado, o que pode ser uma tarefa monumental.
A Microsoft sugeriu em seu website oficial que seja tentada a velha e boa técnica conhecida como "liga-desliga": "Você já tentou desligar [o computador] e ligar novamente?"
Segundo a empresa, a técnica deu resultado em algumas máquinas virtuais – aqueles PCs em que o computador e o monitor não estão ambos instalados no mesmo local.
Entretanto, a Microsoft alerta que poderão ser necessárias diversas operações do tipo liga-desliga até que se consiga sucesso.
Segundo a empresa, "em alguns casos foi necessário desligar e ligar a máquina 15 vezes".
A nota da Microsoft acrescenta que "no geral, a técnica tem se mostrado efetiva para corrigir o problema no estágio atual".
A empresa também sugere que certos arquivos sejam deletados – solução idêntica à sugerida pelos funcionários da Crowdstrike em posts nas redes sociais.
Entenda o que provocou apagão cibernético que afetou o mundo
A Crowdstrike é uma das maiores e mais confiáveis empresas de segurança cibernética do mundo.
Ela tem cerca de 24 mil clientes em todo o mundo e seus sistemas protegem algumas centenas de milhares de computadores.
Um gerente de TI sofrendo as consequências da falha técnica disse que o processo para fazer com que os computadores voltem a funcionar é rápido quando uma pessoa de TI assume o comando da máquina, mas o problema é deslocar os funcionários até os locais em que as máquinas estão instaladas fisicamente.
O técnico, que preferiu não revelar seu nome, é responsável por 4 mil computadores em uma empresa educacional e diz que ele e sua equipe estão trabalhando sem parar desde que o problema foi detectado.
"Conseguimos corrigir todos os nossos servidores usando o prompt de comando como solução alternativa, mas para muitos de nossos PCs isso não é fácil de ser feito manualmente, pois estamos espalhados por cinco diferentes locais."
"Todos os PCs que ficam ligados durante a noite foram afetados e estamos agora tendo que reconfigurá-los", disse ele.
Especialistas em TI dizem que esse processo manual será especialmente difícil e trabalhoso em grandes organizações com milhares de computadores e que não disponham de amplos recursos de TI.
Pequenas e médias empresas sem equipes de TI dedicadas ou que terceirizam seu suporte de TI também podem ter dificuldades de retornar à normalidade.
Empresas maiores e com mais recursos, como a American Airlines, estão conseguindo resolver os problemas rapidamente.
Curiosamente, parece que muitas operações nos EUA podem ter sido menos afetadas, pois computadores que ainda não estavam ligados podem ser inicializados já baixando a versão corrigida do software em vez da versão incorreta. Mas isso ainda pode envolver um nível de interferência manual.
Beaumont lamenta que o caos criado por um dos "incidentes de TI de maior impacto do mundo" foi "causado exatamente por um fornecedor de segurança cibernética".
Ironicamente, se um cliente foi afetado por isso, foi porque ele seguiu todos as instruções fornecidas por especialistas em segurança cibernética: "Instale as atualizações de segurança assim que recebê-las".
"Embora algumas empresas de segurança também já tenham no passado enviado acidentalmente uma atualização de software duvidosa, nunca vimos algo nessa escala, e que tenha sido tão prejudicial."
Apesar desse incidente ter causado uma interrupção generalizada, o ataque cibernético WannaCry em maio de 2017 foi potencialmente pior.
O WannaCry foi um ataque cibernético malicioso que afetou uma versão antiga do Windows da Microsoft e se espalhou de forma automática e incontrolável para qualquer computador que também tivesse aquela versão do software Windows antigo e desprotegido.
Naquela ocasião, cerca de 300 mil computadores foram afetados em 150 países diferentes.
Em contraste, é provável que as interrupções na sexta-feira sejam um erro e não um ataque.
Esta reportagem foi traduzida e revisada por nossos jornalistas utilizando o auxílio de IA na tradução, como parte de um projeto piloto.