Formada em artes plásticas e investigada pela PF: quem é Anna Saicali, ex-diretora da Americanas

Estudo da USP encontra vírus de planta nunca descoberto no Brasil no interior de SP
Ela foi uma das responsáveis pela fusão entre as Americanas, Shoptime e Submarino, criando a B2W – empresa especializada em comércio eletrônico e também fundou a AME Digital. Ex-Diretora da Americanas, Anna Christina Ramos Saicali
Vinicius Loures / Câmara dos Deputados
Anna Christina Ramos Saicali, que teve o passaporte retido na manhã desta segunda-feira (1) ao desembarcar no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, trabalhou nas Americanas por 27 anos, entre 1997 até 2023 – quando foi afastada das suas funções.
A ex-diretora do grupo é considerada uma das principais envolvidas no esquema de fraudes fiscais nos balanços da empresa. Ela retornou ao Brasil nesta segunda-feira (1º) após ter a prisão revogada.
Americanas: entenda a fraude que levou à operação da PF e à recuperação judicial de R$ 50 bilhões
Segundo informações do seu perfil no Linkedin, Anna é formada em artes plásticas e em finanças corporativas. Durante seu tempo de atuação nas Americanas, ela passou por diversas áreas, principalmente no ramo da tecnologia.
Ela foi uma das responsáveis pela fusão entre as Americanas, Shoptime e Submarino, criando a B2W – empresa especializada em comércio eletrônico. Ana também ocupou o cargo de presidente do Conselho de Administração até 2021 e foi fundadora da AME Digital, a plataforma fintech da Americanas – de 2018 até junho de 2023.
Anna estava em Lisboa, Portugal, e desembarcou no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, por volta das 6h40.
Em seguida, foi em direção à Delegacia Especial da Polícia Federal, dentro do aeroporto. Ela deixou o local por volta das 7h50 por uma saída lateral exclusiva sem contato com a imprensa.
Passaporte retido
Ex-diretora do grupo Americanas volta ao Brasil
Assim que chegou ao Brasil, a executiva teve que entregar o passaporte à polícia para ser apreendido. Conforme a decisão judicial, ela está proibida de deixar o país (veja mais abaixo).
A ex-diretora, que chegou a ser incluída na Difusão Vermelha da Interpol, a lista dos mais procurados do mundo, foi alvo de uma operação da Polícia Federal contra as fraudes contábeis nas Lojas Americanas. Segundo as investigações, as fraudes chegaram a R$ 25 bilhões.
De acordo com o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, Anna “tomou parte das fraudes ajudando a criar documentos para apresentar à auditoria, de forma a dar suporte ao saldo fictício” da Americanas.
Operação da PF
A Operação Disclosure foi deflagrada na última quinta-feira (27) e cumpriu 15 mandados de busca e apreensão contra outros ex-executivos do grupo. A 10ª Vara Federal Criminal ainda determinou o bloqueio de R$ 500 milhões em bens dos envolvidos.
Na quinta, equipes tentam prender o ex-CEO Miguel Gutierrez e Anna Christina Ramos Saicali, contra os quais havia mandados de prisão.
Miguel Gutierrez vive na Espanha desde que o escândalo da Americanas estourou, em janeiro de 2023. Ele foi preso na última sexta-feira (28), um dia depois de ter sido encontrado em Madri.
Já Anna viajou para Portugal no dia 15 de junho e, por conta disso, estava sendo procurada. Câmeras de segurança registraram a ex-diretora no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, conforme mostrou o Fantástico.
No domingo (30), o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, chegou a se reunir com autoridades de Portugal na tentativa de prender Anna Saicali. Contudo, ela decidiu se entregar à Justiça e foi conduzida pela Interpol até o Aeroporto de Lisboa.
Justiça substitui prisão por medidas
A Justiça Federal substituiu a prisão preventiva de Anna Ramos Saicali por outras medidas judiciais, como volta ao Brasil e entrega do passaporte. A decisão é do juiz Márcio Muniz da Silva Carvalho, que atendeu a um pedido da própria PF.
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De acordo com a determinação judicial, essa substituição de medidas representa a proibição da executiva em se ausentar do país.
A Vara Federal vai retirar o nome de Anna Saicali do Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP) e comunicar a Interpol para que o nome dela deixe a lista de procurados da instituição, a chamada Difusão Vermelha.
Executivos da Americanas criaram dois balanços financeiros: o real, chamado de 'A vida como ela é', e o fictício, onde aumentavam lucros da empresa
O que diz a empresa?
A Americanas divulgou a seguinte nota:
“A Americanas reitera sua confiança nas autoridades que investigam o caso e reforça que foi vítima de uma fraude de resultados pela sua antiga diretoria, que manipulou dolosamente os controles internos existentes. A Americanas acredita na Justiça e aguarda a conclusão das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos.”
Como era a fraude?
De acordo com a PF, a fraude maquiou os resultados financeiros do conglomerado a fim de demonstrar um falso aumento de caixa e consequentemente valorizar artificialmente as ações das Americanas na bolsa.
Com esses números manipulados, segundo a PF, os executivos recebiam bônus milionários por desempenho e obtiam lucros ao vender as ações infladas no mercado financeiro.
A maquiagem foi detectada em pelo menos 2 operações:
Risco sacado: antecipação do pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto a bancos;
Verba de propaganda cooperada (VPC): incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor, mas no presente caso eram contabilizadas VPCs que nunca existiram.
A operação é fruto de investigação iniciada em janeiro de 2023, após a empresa ter comunicado a existência de “inúmeras inconsistências contábeis” e um rombo patrimonial estimado, inicialmente, em R$ 20 bilhões. Mais tarde, a Americanas revelou que a dívida chegava a R$ 43 bilhões.
Foram identificados vários crimes, como manipulação de mercado, uso de informação privilegiada (ou insider trading), associação criminosa e lavagem de dinheiro. Caso sejam condenados, os alvos poderão pegar até 26 anos de prisão.
A força-tarefa contou com procuradores do Ministério Público Federal (MPF) e representantes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A atual administração do Grupo Americanas também contribuiu com o compartilhamento de informações da empresa.
Disclosure, expressão utilizada pela Polícia Federal para designar a operação, é um termo do mercado de capitais referente ao fornecimento de informações para todos os interessados na situação de uma companhia e tem relação com a necessidade de transparência das empresas de capital aberto.

Dólar sobe e se aproxima de R$ 5,61, após novas falas de Lula sobre o BC; Ibovespa avança

Estudo da USP encontra vírus de planta nunca descoberto no Brasil no interior de SP
Na última sexta-feira (28), a moeda norte-americana fechou em alta de 1,46%, cotada a R$ 5,5884. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira encerrou com um avanço de 1,36%, aos 124.308 pontos. Cédulas de dólar
John Guccione/Pexels
O dólar voltou a operar em alta nesta segunda-feira (1º), conforme investidores repercutem novas falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e continuam a monitorar o quadro fiscal do país.
Por aqui, as falas de Lula sobre a política monetária brasileira continuam a fazer preço nos mercados. Após ter criticado o Banco Central do Brasil (BC) na última semana, o presidente voltou tecer comentários, afirmando que o próximo presidente da instituição olhará para o Brasil "do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro fala". (veja mais abaixo)
Além disso, novos dados econômicos dos Estados Unidos também ficam no radar.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, também operava em alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Às 14h, o dólar operava em alta de 0,29%, cotado em R$ 5,6048. Nas máximas do dia, chegou aos R$ 5,6073. Veja mais cotações.
Na última sexta-feira, o dólar teve alta de 1,46%, cotado a R$ 5,5884.
Com o resultado, acumulou:
avanço de 2,71% na semana;
ganho de 6,46% no mês;
alta de 15,17% no ano.

Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,89%, aos 125.008 pontos.
Na última sexta-feira, o Ibovespa teve queda de 0,32%, aos 123.907 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 2,11% na semana;
ganhos de 1,48% no mês;
perdas de 7,66% no ano.

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O que está mexendo com os mercados?
Sem grandes destaques na agenda, novas críticas do presidente Lula à condução de política monetária do Banco Central voltaram a fazer preço nos mercados nesta segunda-feira (1º).
Segundo Lula, o próximo presidente do BC deve olhar para o Brasil "do jeito que ele é e não do jeito que o sistema financeiro fala".
"Eu estou há dois anos com o presidente do Banco Central do [ex-presidente Jair] Bolsonaro, não é correto isso", afirmou o presidente nesta segunda-feira, ponderando que a autonomia do BC foi aprovada pelo Congresso e será respeitada.
"Eu tenho que, com muita paciência, esperar a hora de indicar o outro candidato, e ver se a gente consegue… ter um presidente do Banco Central que olhe o país do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro fala", acrescentou, destacando que "quem quer BC autônomo é o mercado".
Lula ainda disse que preza pela responsabilidade fiscal e que inflação baixa é sua obsessão, usando como exemplo a decisão do governo de manter a meta para a evolução dos preços em 3%.
As falas recentes do presidente se juntam às críticas feitas por ele à instituição na semana passada. Lula disse que "a taxa de juros de 10,5% é irreal para uma inflação de 4%", reiterando que a Selic deve melhorar quando ele indicar o substituto de Roberto Campos Neto, atual presidente do BC. O mandato de Campos Neto termina no final deste ano.
Além disso, o mercado segue atento ao cenário fiscal do país, principalmente após o resultado consolidado do setor público ter revelado um déficit superior às projeções do mercado, na semana passada.
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Na agenda, o principal destaque fica com o novo Boletim Focus, relatório que reúne projeções para os principais indicadores econômicos.
Segundo o documento, os analistas do mercado financeiro voltaram a elevar as estimativas para a inflação deste ano pela oitava semana consecutiva, de 3,98% para 4%.
O início das reservas das ações de privatização da Sabesp também ficam na mira dos investidores.
Já no exterior, as atenções se voltam para a atividade econômica dos Estados Unidos. Segundo dados do Departamento do Comércio norte-americano, os gastos com construção caíram inesperadamente em maio, uma vez que as taxas de hipoteca mais altas pesaram sobre a construção de residências unifamiliares. O indicador teve queda de 0,1%, após alta de 0,3% em abril.
Além disso, informações do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês), indicaram que o setor manufatureiro dos EUA se contraiu pelo terceiro mês seguido em junho, de 48,7 para 48,5. Uma leitura acima de 50 indica crescimento no setor manufatureiro.

Reforma tributária: deputados devem propor ‘imposto do pecado’ sobre apostas esportivas e carnes com alíquota zero

O grupo de trabalho da Câmara dos Deputados que avalia a regulamentação da reforma tributária indicou que deve propor, ao menos, duas alterações na proposta da área econômica: que o imposto seletivo, também chamado de imposto do pecado, passe a taxar jogos de azar e que as carnes sejam totalmente desoneradas.
O texto apresentado pelo governo, em abril, não previa que o imposto seletivo incidiria sobre apostas esportivas, e contemplava uma taxação de 40% do valor total dos futuros impostos sobre o consumo, a CBS, do governo federal, e o IBS dos estados e municípios, para as carnes.
A expectativa dos parlamentares é de que sua proposta seja apresentada ainda nesta semana, na quarta ou quinta-feira.
O grupo de trabalho é formado pelos deputados Claudio Cajado (PP-BA), Reginaldo Lopes (PT-MG), Hildo Rocha (MDB-MA), Joaquim Passarinho (PL-PA), Augusto Coutinho (Republicanos-PE), Moses Rodrigues (União-CE) e Luiz Gastão (PSD-CE).

Dólar sobe e bate os R$ 5,60 nesta segunda-feira, com novas falas de Lula no radar; Ibovespa sobe

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Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Às 13h37, o dólar operava em alta de 0,29%, cotado em R$ 5,6048. Nas máximas do dia, chegou aos R$ 5,6053. Veja mais cotações.
Na última sexta-feira, o dólar teve alta de 1,46%, cotado a R$ 5,5884.
Com o resultado, acumulou:
avanço de 2,71% na semana;
ganho de 6,46% no mês;
alta de 15,17% no ano.

Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,95%, aos 125.083 pontos.
Na última sexta-feira, o Ibovespa teve queda de 0,32%, aos 123.907 pontos.
Com o resultado, acumulou:
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Estudo da USP encontra vírus de planta nunca descoberto no Brasil no interior de SP

Estudo da USP encontra vírus de planta nunca descoberto no Brasil no interior de SP
Transmitido inicialmente por pulgões, o vírus foi estudado por professores e pesquisadores, que garantem que não há necessidade de preocupação sobre a descoberta. Estudo foi realizado por professores e pesquisadores da Esalq, unidade da USP em Piracicaba
Bruno Leoni/g1
Uma pesquisa realizada pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba (SP), e pela Unesp de Botucatu (SP), encontrou um vírus transmitido por pulgões e que pode afetar outras plantas. A descoberta foi feita a partir de plantas de um pomar de maracujazeiros em Santa Bárbara d'Oeste (SP).
Chamado de BiMoV, o vírus é transmitido por pulgões, pequenos insetos que se alimentam da seiva das plantas. A transmissão ocorre quando ele pica uma planta infectada e, em seguida, pica uma planta sadia e realiza a transmissão. Foi a primeira vez que o vírus foi encontrado no Brasil.
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Um dos participantes da pesquisa, o professor da Esalq Jorge Alberto Marques Rezende, explica como o vírus pode agir nas plantas infectadas e o impacto que a descoberta pode trazer para a agricultura, em aspecto local e nacional. Veja abaixo 👇
Descoberta 🔬
A descoberta foi feita a partir de cultivos encontrados na cidade de Santa Bárbara d'Oeste. Os pesquisadores realizaram as avaliações a partir de três plantas de zínia, um tipo de flor colorida, e duas plantas de picão-preto, uma espécie de erva daninha.
As plantas encontradas apresentavam diferentes sintomas que indicavam algum tipo de infecção, como manchas foliares, deformação das folhas e alteração da cor em partes do caule e das folhas.
A partir disto, os pesquisadores realizaram um sequenciamento completo do genoma do vírus, que é feito a partir de uma amostra do vírus, removendo o material genético de outras moléculas.
O resultado do sequenciamento indicou que se tratava do vírus BiMoV. As observações feitas indicaram que a infecção provavelmente havia afetado o desenvolvimento das espécies.
Impacto na agricultura 🌾
Plantação de alface
Mylla Pereira/G1
Apesar da descoberta parecer alarmante, o professor reforça que o vírus não oferece ameaça à agricultura do país.
"Ele [o vírus] provavelmente já existia a dezenas, talvez centenas, de anos, mas nunca foi encontrado. Enquanto não for encontrado com incidências altas e causando danos, não oferece ameaça", explica.
O professor ainda elabora o motivo de não haver alarde: não há nenhum indício na história de que grandes cultivos economicamente importantes tenham sido infectados e prejudicados pelo BiMoV.
Durante a pesquisa, foram feita infecções teste em diferentes tipos de plantas e cultivo, como alface, chicória e girassol. Em quatro tipos de alface testados, apenas um tipo apresentou sinais de infecção e problemas de desenvolvimento.
Plantas de chicória também foram infectadas durante os testes, porém não apresentaram nenhum sintoma ou problemas de desenvolvimento. Com estes resultados, o professor informa que a pesquisa sobre o vírus não oferece alarde e nem impactos negativos no cultivo brasileiro.
*Sob supervisão de Claudia Assencio e Fernando Evans.
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