Conheça a Bajaj, gigante indiana que vai produzir 20 mil motos por ano no Brasil

Dólar dispara mais uma vez, e tem alta de 15% no 1º semestre de 2024; Ibovespa cai
Empresa inaugurou sua primeira fábrica no país no último dia 25, em busca de conquistar um novo mercado com motocicletas acessíveis e de baixa cilindrada. Dominar 400, da Bajaj: montadora produz também a 160 e 200 na nova fábrica em Manaus (AM).
Divulgação
A marca indiana Bajaj inaugurou sua fábrica no Brasil no último dia 25, em Manaus (AM). De acordo com a empresa, será possível produzir 20 mil motocicletas por ano na nova planta industrial.
No portfólio da Bajaj existem três modelos — todas com o mesmo nome, mas de cilindradas distintas:
Dominar 160: R$ 16.900;
Dominar 200: R$ 19.900;
Dominar 400: R$ 24.990.
O carro-chefe da marca é a Dominar 400. O modelo vendeu 1.891 unidades entre janeiro e maio deste ano, de acordo com o ranking da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Em termos comparativos — já que a Bajaj quer entrar na briga das marcas consagradas como Honda e Yamaha —, só a Honda CG 160, que é a moto mais vendida do Brasil desde 1976, emplaca cerca de 40 mil unidades todo mês.
Mas, a Dominar 400 fica em segundo lugar entre as motos de sua categoria, as "naked". Naked são motos sem carenagem, em que partes plásticas envolvem a motocicleta com o intuito de otimizar o coeficiente aerodinâmico e deixá-las visualmente mais esportivas.
A aposta da marca indiana é ampliar bastante os números no Brasil. De acordo com Waldyr Ferreira, diretor da Bajaj do país, a montadora indiana comercializou mais de 7,5 mil motocicletas desde dezembro de 2022, data que marcou a chegada da Bajaj ao país.
Agora, a meta é produzir 1,5 mil motos mensalmente a partir do próximo mês, o que representaria 3,6 mil motos no primeiro semestre e fechando 2024 com 9 mil unidades fabricadas em Manaus (AM). A meta de 20 mil motocicletas ficará para o ano que vem.
Fábrica da Bajaj em Manaus (AM) vai produzir 20 mil motocicletas em 2025
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Meta ambiciosa
De acordo com a empresa indiana, a nova planta fabril já emprega 150 pessoas, entre funcionários diretos e indiretos. É a primeira planta fabril da Bajaj fora da Índia.
Os três modelos acima (Dominar 160, 200 e 400) já estão em produção no novo polo industrial de Manaus em regime CKD, no qual o produto é importado completamente “desmontado”, passa pela preparação, montagem de motor e da motocicleta, controle de qualidade, embalagem e envio.
“Com a nossa fábrica em operação e a rede em ritmo acelerado de expansão, direcionaremos nosso foco para a expansão da linha de produtos Bajaj disponíveis no Brasil”, disse Ferreira.
O Brasil é o país que mais utiliza motos na América, de acordo com o Pew Research Center, entidade que faz pesquisas de comportamento.
Em estudo divulgado em 2023, tomando como base 44 países de todas as regiões do globo, o Brasil tem uma relação de moto por habitante de 29%, média maior do que a da Argentina (24%) e superior a de países do norte global como o Japão (21%).
"A inauguração desta fábrica é uma grande alegria para todos da Bajaj Auto Limited e representa a concretização da nossa estratégia, que sempre esteve baseada em uma visão de longo prazo para o mercado brasileiro devido ao seu tamanho e complexidade”, afirmou Rakesh Sharma, diretor executivo da Bajaj.
Dominar 400 é o modelo mais vendido da Bajaj no Brasil
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Além dos estímulos, metas ambientais e de nacionalização do novo marco regulatório do Governo Federal, o Mover, as próprias fabricantes de motocicletas e carros estão de olho no crescimento da frota brasileira. De 2022 para 2023, segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo), o crescimento da produção de motos foi de 10%.
“Toda e qualquer informação de uma empresa que traga uma operação fabril para o Brasil é relevante. São investimentos capazes de gerar emprego, renda, desenvolvimento e conhecimento para o nosso país”, afirma Milad Kalume Neto, especialista do setor e consultor automotivo independente.
Segundo ele, as novas fabricantes podem trazer oportunidades para regiões onde antes não havia.
"A qualificação da mão de obra local e a criação de uma rede de fornecedores (além de outros de ordem tributária e outras decisões internas) foram importantes para que a BYD optasse pela antiga fábrica da Ford em Camaçari (BA) em relação a qualquer outra opção", diz Kalume Neto.
"E por mais que a opção seja apenas a simples montagem de modelos no país via SKD ou CKD, ainda assim serão observados investimentos locais, desenvolvimento e geração de renda e emprego."
No fim das contas, quem pode sair ganhando é o consumidor. Quando o número de competidores aumenta, maiores são os incrementos tecnológicos nos veículos e a briga por preços fica mais acirrada.
“Com isso, o mercado tende a ter melhor qualidade, melhor performance e, ao menos em teoria, melhores preços, pois a regra básica da economia que contrapõe ‘oferta e demanda’ entra em cena. Quanto mais 'oferta' em relação à mesma 'demanda', os preços têm disposição para cair”, finaliza o especialista.
Quem é a Bajaj?
A Bajaj está no país há quase dois anos, mas foi na Índia que ela nasceu, em 29 de novembro de 1945. Uma das maiores fabricantes de motocicletas do mundo, a Bajaj possui mais de 40 empresas em seu portfólio e conta com 36 mil funcionários ao redor do globo.
O faturamento declarado da marca em 2023 foi de US$ 4,13 bilhões (R$ 23 bilhões). Na Índia — país no qual a população já alcança 1,4 bilhão de pessoas —, a marca tem capacidade produtiva de 7 milhões de motos por ano.
A história da Bajaj possui similaridades com o mercado brasileiro, pois seu país de origem compartilha a mesma necessidade: motos acessíveis. Por isso, a fabricante aposta em scooters e motos de baixa e média cilindradas para conquistar o consumidor local.
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Mega-Sena pode pagar R$ 110 milhões neste sábado; +Milionária pode chegar a R$ 232 milhões

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Apostas podem ser feitas até as 19h em lotéricas ou pela internet. Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
Aposta única da Mega-Sena custa R$ 5 e apostas podem ser feitas até as 19h
Marcelo Brandt/G1
A Caixa Econômica Federal promove neste sábado (29), a partir das 20h, os sorteios dos concursos 2.743 da Mega-Sena e 159 da +Milionária.
A +Milionária tem prêmio estimado em R$ 232 milhões. Criada há mais de dois anos, a loteria nunca teve ganhador no prêmio principal. As chances de vencer são ainda menores do que na Mega-Sena: para levar o prêmio máximo, é preciso acertar seis dezenas e dois trevos. (veja no vídeo mais abaixo)
O valor de uma aposta simples é de R$ 6. Com ela, o apostador pode escolher 6 números de 50 disponíveis e mais 2 trevos, dentre os seis disponíveis.
Para apostas múltiplas, é possível escolher de seis a 12 números e de dois a seis trevos, com preços que podem chegar a R$ 83.160,00.
A +Milionária se destaca por oferecer o prêmio principal mínimo de R$ 10 milhões por sorteio e possuir dez faixas de premiação. Veja os detalhes:
+Milionária: veja como jogar na loteria da Caixa
Mega-Sena
Já a Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 110 milhões para os acertadores das seis dezenas. No concurso da última quinta-feira (27), nenhuma aposta levou o prêmio máximo.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer a sua aposta online.
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.

Ex-diretora da Americanas está em Portugal, e polícia monta operação especial de captura

Fontes que participam da investigação dizem que Anna Christina Ramos Saicali não tem cidadania portuguesa e que há preocupação de que ela possa atravessar a fronteira para a Espanha de carro. A Polícia Federal (PF) e a Interpol estão em uma operação para tentar encontrar a ex-diretora da Lojas Americanas Anna Christina Ramos Saicali. Fontes envolvidas na operação conseguiram confirmar que ela está em Portugal e que não tem cidadania portuguesa. Ela segue foragida.
O nome dela segue na Difusão Vermelha da Interpol, a lista dos mais procurados do mundo.
A polícia portuguesa montou uma operação especial, com apoio da PF eda Interpol, para tentar capturá-la. Existe a preocupação, segundo as fontes, de que ela possa atravessar de carro a fronteira com a Espanha.
Essas fontes afirmam que a polícia espanhola foi alertada e que foi solicitado uma atenção especial na região de fronteira entre os dois países.
Nesta sexta-feira, o ex-CEO da rede de lojas Miguel Gutierrez foi preso em Madrid, na Espanha, uma operação que contou com cooperação internacional entre PF e Interpol. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, disse que há a possibilidade de o executivo, acusado de realizar fraudes contábeis na rede de lojas que, segundo as investigações, chegaram a R$ 25 bilhões, ser extraditado ao Brasil ou de cumprir pena na Espanha, pois ele tem cidadania espanhola.
A política espanhola não extradita seus cidadãos. Rodrigues disse que caberá a justiça do país "analisar o pedido feito pelo Brasil, verificar sua nacionalidade e a gravidade do delito" cometido.
Há possibilidade de ex-CEO da Americanas ser extraditado, diz diretor da PF
A PF deflagrou na quinta-feira (27) a Operação Disclosure contra as fraudes contábeis nas Lojas Americanas. Foram expedidos mandados de prisão contra Gutierrez e Anna Christina.
Segundo a investigação, os resultados financeiros da Americanas foram maquiados para demonstrar um falso aumento de caixa que valorizava artificialmente as ações da companhia na bolsa de valores brasileira, a B3.
Com esses números manipulados, segundo a PF, os executivos recebiam bônus milionários por desempenho e obtiam lucros ao vender as ações infladas no mercado financeiro.
A maquiagem foi detectada em pelo menos 2 operações:
Risco sacado: antecipação do pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto a bancos;
Verba de propaganda cooperada (VPC): incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor, mas no presente caso eram contabilizadas VPCs que nunca existiram.
Alvo de operação da PF, ex-CEO das Lojas Americanas é preso em Madri
De acordo com o Ministério Público Federal, Gutierrez pedia para que os balanços financeiros fraudados lhe fossem enviados em pen drives, para que não fossem rastreados.
Para a PF, Gutierrez vinha se empenhando em blindar seu patrimônio logo após deixar seu cargo na Americanas, "sabendo que o escândalo iria explodir".
Segundo as investigações, Gutierrez criou um "engenhoso esquema societário" que inclui o envio de diversas remessas de valores a offshores sediadas em paraísos fiscais. Offshores são rendimentos obtidos fora do Brasil, por meio de aplicações financeiras ou empresas no exterior.

Única a apresentar proposta, Equatorial oferece R$ 6,9 bilhões para 15% das ações da Sabesp

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Nesta fase, somente empresas com experiência em saneamento estavam participando.
A partir do dia 1º de julho, será aberta a venda de mais 17% das ações da Sabesp que poderão ser compradas por investidores aptos a operar no mercado de ações, incluindo pessoas físicas. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e a secretária do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende
Reprodução
O governo de São Paulo anunciou nesta sexta-feira (28) que o grupo Equatorial Participação e Investimentos venceu a primeira etapa da venda de ações da Sabesp.
A Equatorial comprou 15% das ações por R$ 6,9 bilhões e foi a única proposta apresentada. Nesta fase, somente empresas com experiência em saneamento estavam participando.
A partir do dia 1º de julho, será aberta a venda de mais 17% das ações da Sabesp que poderão ser compradas por investidores aptos a operar no mercado de ações, incluindo pessoas físicas.
Ao final do processo, dos 50,3% das ações que o governo do estado detém atualmente:
32% serão de investidores
e 18% permanecerão com o governo estadual
O restante, 49,7% estão na bolsa de São Paulo e Nova York. O anúncio foi feito por Tarcísio de Freitas (Republicanos) e a Secretária Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do estado, Natália Resende. O governo pretende finalizar a venda da empresa até dia 22 de julho.
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Privatização
Caixas de tratamento de água da Sabesp no estado de São Paulo.
Divulgação/Sabesp
O projeto que autorizou a privatização da Sabesp foi aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo em dezembro de 2023. Na capital, a privatização foi aprovada na Câmara Municipal em 2 de maio deste ano.
Atualmente, metade das ações da empresa está sob controle privado, sendo que parte é negociada na B3 e parte na Bolsa de Valores de Nova York, nos Estados Unidos.
Em 2022, a empresa registrou um lucro de R$ 3,1 bilhões. Desse montante, 25% foram revertidos como dividendos aos acionistas e R$ 2,4 bilhões, destinados a investimentos.
Atendendo, 375 municípios com 28 milhões de clientes, o valor de mercado da empresa chegou, em 2022, a R$ 39,1 bilhões.
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Dólar dispara mais uma vez, e tem alta de 15% no 1º semestre de 2024; Ibovespa cai

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Moeda americana fechou o último pregão de junho cotado a R$ 5,5884 — maior valor desde janeiro de 2022 —, após Lula dizer que juros vão 'melhorar' quando indicar presidente do BC. Mulher segura notas de dólar, dinheiro
Karolina Grabowska/Pexels
O dólar fechou em alta nesta sexta-feira (28), encerrando o primeiro semestre de 2024 com valorização de mais de 15%. Cotado a R$ 5,5884, a moeda americana chegou ao maior patamar desde 10 de janeiro de 2022 (R$ 5,6742).
O câmbio teve um novo dia ruim após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltar a criticar o Banco Central do Brasil (BC). Em entrevista à rádio O Tempo, Lula disse que o patamar de juros no Brasil "vai melhorar" quando ele indicar o próximo presidente do BC.
Luan Aral, especialista em câmbio da Genial Investimentos, afirma que isso traz receio ao mercado, que entende a fala como uma sinalização de que o novo presidente vai promover quedas forçadas na taxa básica de juros, a Selic.
Ainda no cenário doméstico, o BC divulgou um resultado negativo para as contas do setor público consolidado de maio, com o déficit primário subindo para R$ 63,9 bilhões.
Além disso, o mercado repercute a divulgação do índice PCE no país, o indicador de inflação favorito do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e que dá dicas sobre o rumo dos juros por lá. O número recuou ligeiramente em maio para 2,6% interanual, conforme esperado pelo mercado.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
O dólar teve alta de 1,46%, cotado a R$ 5,5884. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,5982. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
avanço de 2,71% na semana;
ganho de 6,46% no mês;
alta de 15,17% no ano.
No dia anterior, a moeda norte-americana caiu 0,20%, cotado a R$ 5,5079.

Ibovespa
O Ibovespa teve queda de 0,32%, aos 123.907 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 2,11% na semana;
ganhos de 1,48% no mês;
perdas de 7,66% no ano.
Na véspera, o índice fechou em alta de 1,36%, aos 124.308 pontos.

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"Em meio a novos ataques do presidente Lula ao Banco Central, ao denominar a Selic em 10,5% como 'irreal', e dizer que a taxa de juros deve melhorar com o novo presidente do BC, o câmbio reage à maior percepção de risco, e receio de politização na conduta da política monetária", explica José Alfaix, economista da Rio Bravo Investimentos.
Além disso, a divulgação do resultado consolidado do setor público revelou um déficit superior às projeções. "O que se vê é uma trajetória de crescimento da dívida que preocupa, ao mesmo tempo em que carece a urgência de ajustes fiscais. A piora da percepção de risco fiscal e institucional é transferida diretamente para o câmbio, sendo o principal motor da alta", diz Alfaix.
Também hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a taxa de desemprego no Brasil foi de 7,1% no trimestre encerrado em maio, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.
Com os resultados, o número absoluto de desocupados teve queda de 8,8% contra o trimestre anterior, atingindo 7,8 milhões de pessoas. Na comparação anual, o recuo é de 13%.
Nesta semana, não foi a primeira vez que as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) repercutiram nos mercados. Ontem, o presidente criticou as perspectivas de investidores e do mercado financeiro sobre uma aposta no enfraquecimento do real e em uma piora da economia brasileira.
"Quem estiver apostando em derivativo vai perder dinheiro nesse país. As pessoas não podem ficar apostando no fortalecimento do dólar e no enfraquecimento do real", declarou.
"Eu já vi isso em 2008. Quem não lembra a quantidade de empresa que quebrou? Quem não lembra o que aconteceu com a Sadia, a Aracruz? As pessoas achavam que era importante ganhar dinheiro apostando no fortalecimento do dólar e quebraram a cara. E vão quebrar outra vez", seguiu Lula.
Também nesta semana, Lula já havia criticado a condução dos juros por parte do Banco Central (BC) em entrevista ao portal "Uol". Novamente, o foco de investidores foi em saber quem será o sucessor de Roberto Campos Neto na cadeira da presidente da instituição no ano que vem.
Sobre Gabriel Galípolo, diretor do BC indicado por seu governo e um dos mais cotados para a posição, Lula disse que "é um companheiro altamente preparado, conhece sistema financeiro. Mas ainda não estou pensando na questão do Banco Central."
"Eu não indico presidente do Banco Central para o mercado. Ele vai ter que tomar conta dos interesses do Brasil. Mercado tem que se adaptar a isso", argumentou Lula.
O presidente também abordou as contas públicas, e disse que o governo está fazendo uma análise dos cortes de gastos que podem ajudar a equilibrar as contas.
Lula disse garantir que não tomará medidas que mexam em salário mínimo e em benefícios sociais — por exemplo, desobrigando a correção desses valores pela inflação do período. "Garanto, salário mínimo não será mexido enquanto eu for presidente da República", disse.
Na quinta-feira, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que não vê motivos, neste momento, para que a autoridade monetária atue para tentar conter a alta do dólar e evitar o chamado "contágio inflacionário" que a disparada da moeda norte-americana pode causar.
O entendimento de economistas é de que o dólar alto tende a pressionar a inflação no Brasil, pois os produtos importados ficam mais caros, e isso normalmente é repassado aos consumidores.
Campos Neto explicou que o Banco Central acredita no princípio da separação entre a definição da taxa de juros, que busca conter a inflação, e as chamadas "medidas macroprudenciais", ou seja, voltadas ao bom funcionamento dos mercados — que é o caso de eventuais atuações cambiais.
"O câmbio é flutuante [a cotação varia de acordo com a demanda e a oferta pela moeda] e intervenção tem de ser por conta de disfuncionalidade pontual [como a ausência de moeda, em um momento em que as instituições a procuram]. Não fazemos intervenção visando algum tipo de nível [da taxa de câmbio]", afirmou Campos Neto.
Em entrevista ao jornal "Valor Econômico" publicada nesta sexta, Campos Neto avaliou que as críticas de Lula ao Banco Central "atrapalham o controle da inflação".
“Quando você tem uma pessoa da importância do presidente questionando aspectos técnicos da decisão do Banco Central, gera um prêmio de risco na frente. […] Essa incerteza maior acaba fazendo com que o nosso trabalho fique mais difícil", disse.
Mercado externo
Nesta sexta-feira, os investidores repercutem novos dados de inflação no país. O índice PCE avançou 0,1% em maio, acumulando alta de 2,6% em um ano, dentro das expectativas do mercado e representando uma leve desaceleração em relação ao mês anterior.
Na véspera, o destaque ficou com o número de pedidos de seguro-desemprego no país. As solicitações recuaram em 6 mil na semana encerrada em 22 de junho, chegando a 233 mil, informou o Departamento do Trabalho norte-americano.
Economistas estão divididos sobre o significado dos resultados: alguns interpretam que os números indicam alta nas demissões, enquanto outros acreditam que se trata de uma repetição da volatilidade observada no mesmo período do ano passado.
Os pedidos de seguro-desemprego são importantes porque indicam sinais sobre a atividade econômica. Os dados podem ser vistos como indícios do aquecimento ou não da economia e, por isso, estão no radar do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).
A taxa básica de juros norte-americana está em seu maior patamar desde 2001, na faixa de 5,25% e 5,50% ano. O objetivo do Fed com a taxa elevada é reduzir a inflação do país para perto de 2%, a meta da autoridade monetária.
Juros mais altos nos Estados Unidos tornam os emergentes, como o Brasil, menos atrativos — impactando no real. Assim, os investidores levam investimentos para economias desenvolvidas e o real tende a se desvalorizar ainda mais.